29 de agosto de 2013

Ciclopes

۞ ADM Sleipnir


Os ciclopes (grego Κύκλωψ, "olho redondo") eram seres gigantes, e que possuíam um único olho no meio de suas testas. De acordo com Hesíodo, eles eram fortes, teimosos, e "abruptos de emoção." Todas as suas ações refluem com violência e poder. Existem duas gerações de ciclopes na mitologia grega. A primeira geração consistia de três irmãos: Arges ("brilhantre"), Brontes ("trovão"),  e Estéropes ("relâmpago"), que surgiram  da união de Gaia (a terra) e Urano (o céu). A segunda geração é descendente de Poseidon, e o mais famoso deles era Polifemo, da Odisséia de Homero.

1ª Geração - Os Filhos de Urano

Arges, Brontes e Estéropes eram os engenhosos ferreiros dos deuses do Olimpo. Eles eram metalúrgicos qualificados e dentre suas criações mais importantes estão os raios de Zeus, o tridente de Poseidon, e o Elmo do Terror de Hades, que mais tarde foi usado por Perseu, em sua busca para decapitar Medusa. No entanto, antes disso os irmãos passaram a maior parte de sua existência presos. Seu pai Urano (Céu) odiava toda a sua descendência (os Titãs, Ciclopes e os Hecatônquiros) e os manteve confinados no fundo de Gaia (Terra). A derrota de Urano por seu filho Cronos, fez com que Gaia libertasse os Ciclopes e os Hecatônquiros por um tempo, mas Cronos era um líder paranoico. Cronos temia o poder desses irmãos, então resolveu lança-los ao Tártaro (o lugar de punição no submundo), onde permaneceram presos  até Zeus libertá-los, em troca de sua ajuda na Titanomaquia (a batalha dos Titãs contra os Olímpicos). Com o auxílio dos Ciclopes e os seus raios, Zeus foi capaz de derrotar Cronos e os Titãs e assim se tornou o governante do cosmos. Em agradecimento a ajuda dos ciclopes, Zeus permitiu-lhes permanecerem no Olimpo como seus armeiros e como ajudantes de Hefesto, deus dos ferreiros. 



Arges, Brontes e Estéropes  são mencionados de forma breve na maioria dos mitos, onde concedem força aos heróis e armas de excelente qualidade, mas são personagens principais em um outro evento, a sua morte pelas  mãos de Apolo. Zeus fulminou Asclépio, filho de Apolo, com um raio pois o mesmo tinha adquirido a habilidade de ressuscitar os mortos, e isso causaria um desequilíbrio na ordem do mundo. Apolo ficou indignado com o fato, e por vingança, matou os ciclopes que haviam forjado o raio mortal, punindo Zeus de forma indireta. Há indícios de que não foram os irmãos ciclopes que morreram pelas mãos de Apolo, mas sim seus descendentes. Os fantasmas dos 3 ciclopes são ditos residirem no Monte Etna, um vulcão ativo que solta fumaça, como resultado da queima das forjas. 

 2ª Geração - Os Sicilianos

A segunda geração de ciclopes era um bando de pastores sem lei que viviam na Sicília, e que haviam perdido a habilidade de metalurgia. Polifemo, filho de Poseidon e da ninfa Teosa, é o único ciclope notável dessa geração e figura proeminente na Odisséia de Homero. Na história, Odisseu e sua tripulação desembarcaram na Sicília, reino dos ciclopes. Ele e alguns de seus melhores homens ficaram presos na caverna de Polifemo, que rolou uma grande pedra em frente à entrada para encurralar suas ovelhas, enquanto Odisseu ainda estava lá dentro. Polifemo gostava de carne humana e devorou ​​muitos dos homens de Odisseu como jantar. Na segunda noite, Odisseu enganou Polifeno, fazendo-o beber vinho suficiente para que ele apagasse. Polifeno pergunta quem lhe ofereceu a bebida, e Odisseu responde "foi Ninguém".



Enquanto o gigante estava dormindo, Odisseu cegou-o com um atiçador em brasa. Polifemo gritou de dor para os outros ciclopes na ilha que "Ninguém" estava tentando matá-lo, então nenhum ciclope veio em seu socorro. Eventualmente, ele teve que rolar a pedra para permitir que as suas ovelhas saíssem para pastar. Já que não podia ver, Polifeno verifica com o tato se são realmente ovelhas ou os prisioneiros que estão saindo. Odisseu e seus homens se agarraram às barrigas das ovelhas para sair e dessa forma conseguem escapar. Conforme Odisseu navegava para longe da ilha, ele gritou para Polifemo que era Odisseu, que lhe tinha cegado. Enfurecido, o ciclope lançou pedras enormes no navio e gritou ao seu pai, Poseidon, para que o vingasse.

Os Construtores

Diz-se que há, ainda, uma terceira geração de ciclopes, denominados construtores, provenientes do território da Lícia. Esses possuíam grande poder físico e não eram violentos. Seus trabalhos eram muito pesados e nenhum humano conseguiria realizá-lo tão facilmente. Suspeita-se de que esses ciclopes sejam os responsáveis pela construção das muralhas das cidades de Tirinto e Micenas.

Estudos recentes levantaram a hipótese sobre a origem do único olho dos ciclopes. Uma possibilidade é que, em tempos antigos, os ferreiros poderiam ter usado um tapa-olho sobre um dos olhos para evitar que a faísca das forjas cegassem os seus dois olhos. Além disso, ferreiros, às vezes se tatuavam com círculos concêntricos, o que poderia ter sido uma homenagem ao sol, que provém o fogo para os seus fornos. Anéis concêntricos também faziam parte do padrão para fazer tigelas, capacetes, máscaras e outros objetos metálicos. 

Nota-se que os ciclopes da primeira geração foram associados com o tratamento de metais, enquanto a segunda geração não era. Aparentemente, a banda sem lei de ciclopes é uma adição posterior aos mitos. A incidência com Polifemo parece ter tido uma existência independente da Odisséia antes de Homero acrescentá-lo à sua aventura épica. Provavelmente a história era contada como um mito separado em determinadas funções.

Não se sabe o motivo pelo qual os ciclopes foram rebaixados de ferreiros dos deuses a um grupo anárquico de monstros sem reverência aos deuses. Quando o universo surgiu, haviam muitos monstros e formas vagas que foram gradualmente substituídos por seres com formas mais humanas. A ordem estava substituindo o caos. Os monstros foram sendo extintos, e isso poderia ter conduzido para a transformação dos ciclopes "bons" em Ciclopes "maus" que estavam destinados a serem combatidos e derrotados pela forma humana divina.




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2 comentários:



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