Sengen (mais conhecida como Konohana Sakuya-Hime (japonês 木花之開耶姫, "Princesa do Florescimento das Árvores") é a deusa xintoísta associada ao Monte Fuji (a maior montanha do Japão) e as flores de cerejeira. Ela é filha do deus das montanhas, Ohoyana, e sua principal função é garantir que as cerejeiras floresçam completas e exuberantes na primavera. Conta-se que em tempos antigos, Sengen pairava pairava em uma nuvem luminosa acima da cratera do monte Fuji, assistida por servos invisíveis aos olhos dos mortais, prontos a atirar em suas profundezas qualquer peregrino que não tivesse um coração puro. Ela possui um santuário no topo do monte Fuji, onde seus adoradores saúdam o nascer do sol. Seus seguidores acreditam que ela o impede de entrar em erupção.
Lendas
Sengen e Ninigi
Seu consorte era o deus Ninigi, neto da deusa do sol Amaterasu. Segundo a lenda, os dois se conheceram durante um passeio à beira-mar e se apaixonaram de imediato. Ninigi decidiu pedir à Ohoyana a mão de sua filha em casamento, e recebeu deste a opção de escolher entre Sengen ou sua irmã, Iwanaga Hime, a deusa de pedra. Se
Ninigi escolhesse Ihanaga, todos os seus descendentes teriam a
resistência e a longa vida das pedras, e se escolhesse
Konohana, seus descendentes estariam condenados a ter a fragilidade
e vida curta das flores. Apaixonado, Ninigi escolheu Sengen, e os dois se casaram imediatamente.
Logo após a noite de núpcias, Sengen ficou grávida, e Ninigi suspeitou dela, acusando-a de ter tido um caso pré-marital. Enfurecida com a acusação de Ninigi, Sengen se trancou em uma cabana e ateou fogo na mesma, para prová-lo que o filho que esperava era mesmo dele, pois caso não fosse, tanto ela quanto o bebê seriam consumidos pelo fogo.
Após um tempo dentro da cabana em chamas, Sengen deu à luz não só a um, mas a três filhos saudáveis, chamados Hoderi, Hosuseri e Hoori. Eles deixaram a cabana sem serem tocados pelas chamas, ficando assim provada a castidade de Sengen e também a linhagem divina de seus filhos.
A divindade do Monte Fuji
Na segunda década do ano mil, a aldeia de Kamiide, na província de Suruga, no Japão, foi tomada por um surto de varíola. As pessoas ficaram muito mal e começaram a morrer seguidamente. Todos os dias, havia lamentações pela perda de entes queridos por parte de seus familiares. Nessa ocasião, a mãe de um jovem aldeão chamado Yosoji também caiu doente, trazendo-lhe grande preocupação. Então, o moço procurou um mago de nome Kamo no Yamakiko em busca de cura.
O mago disse ao jovem que procurasse um riacho a sudoeste do Monte Fuji.
– Na nascente desse riacho, existe um santuário dedicado a Okinaga Sukuneo, o deus da longevidade. Tome dessa água e leve-a para sua mãe beber. Essa água é um santo remédio.
O jovem, então, cheio de esperança, caminhou mata adentro, enfrentando grandes perigos, pois, naquela época, a floresta em torno do Monte Fuji era habitada por animais selvagens. Depois de uma árdua e demorada caminhada, chegou a um ponto onde a trilha se dividia em três rumos a tomar. Enquanto tentava decidir em qual direção deveria seguir, apareceu por lá uma belíssima jovem vestida de branco, que disse:
– Sei que você é um filho dedicado. Não mede esforços em busca da cura para enfermidade de sua mãe. Siga-me, que levarei você até a nascente do riacho.
Os dois penetraram na floresta e andaram durante muito tempo. Finalmente, chegaram a um torii (portal sagrado) próximo de uma rocha de onde jorrava um fio de água. Essa fonte era o santuário natural dedicado ao deus da longevidade.
– Beba a água e encha a cuia para levar para sua mãe – disse a linda jovem.
Depois, ela acompanhou Yosoji até o ponto onde se encontraram e recomendou:
– Estarei lhe esperando daqui a três dias, pois você vai precisar de mais goles desta água para sua mãe.
Depois de cinco visitas ao santuário do deus da longevidade, acompanhado da bela jovem, Yosoji estava muito feliz, porque sua mãe havia melhorado e também os vizinhos a quem ele distribuiu a água. Quando contou a sua mãe todo o ocorrido, ela lhe disse que gostaria de saber o nome de tão bondosa criatura.
Os aldeões mostraram-se agradecidos e foram reverenciar o bravo Yosoji e o mago Kamo no Yamakiko com muitos presentes. O moço, porém, sentiu que deveria agradecer à linda jovem que o guiou para que pudesse encontrar a fonte sagrada. Assim, resolveu voltar ao santuário do deus da longevidade, na esperança de encontrá-la novamente.
Ao chegar no local, viu, surpreso, que a fonte havia secado. Sentiu uma grande tristeza e, ajoelhado, rezou pedindo ao deus da longevidade que lhe proporcionasse um encontro com aquela jovem, pois queria agradecer por tudo que ela havia feito por sua mãe e pelos aldeões. Quando se levantou, viu que a moça estava em sua frente. Ao vê-lo, ela disse:
– Você não devia ter vindo aqui. Sua mãe e os aldeões estão curados, portanto não há razão para você vir até aqui.
Ao que Yosoji respondeu:
Logo após a noite de núpcias, Sengen ficou grávida, e Ninigi suspeitou dela, acusando-a de ter tido um caso pré-marital. Enfurecida com a acusação de Ninigi, Sengen se trancou em uma cabana e ateou fogo na mesma, para prová-lo que o filho que esperava era mesmo dele, pois caso não fosse, tanto ela quanto o bebê seriam consumidos pelo fogo.
Na segunda década do ano mil, a aldeia de Kamiide, na província de Suruga, no Japão, foi tomada por um surto de varíola. As pessoas ficaram muito mal e começaram a morrer seguidamente. Todos os dias, havia lamentações pela perda de entes queridos por parte de seus familiares. Nessa ocasião, a mãe de um jovem aldeão chamado Yosoji também caiu doente, trazendo-lhe grande preocupação. Então, o moço procurou um mago de nome Kamo no Yamakiko em busca de cura.
O mago disse ao jovem que procurasse um riacho a sudoeste do Monte Fuji.
– Na nascente desse riacho, existe um santuário dedicado a Okinaga Sukuneo, o deus da longevidade. Tome dessa água e leve-a para sua mãe beber. Essa água é um santo remédio.
O jovem, então, cheio de esperança, caminhou mata adentro, enfrentando grandes perigos, pois, naquela época, a floresta em torno do Monte Fuji era habitada por animais selvagens. Depois de uma árdua e demorada caminhada, chegou a um ponto onde a trilha se dividia em três rumos a tomar. Enquanto tentava decidir em qual direção deveria seguir, apareceu por lá uma belíssima jovem vestida de branco, que disse:
– Sei que você é um filho dedicado. Não mede esforços em busca da cura para enfermidade de sua mãe. Siga-me, que levarei você até a nascente do riacho.
Os dois penetraram na floresta e andaram durante muito tempo. Finalmente, chegaram a um torii (portal sagrado) próximo de uma rocha de onde jorrava um fio de água. Essa fonte era o santuário natural dedicado ao deus da longevidade.
– Beba a água e encha a cuia para levar para sua mãe – disse a linda jovem.
Depois, ela acompanhou Yosoji até o ponto onde se encontraram e recomendou:
– Estarei lhe esperando daqui a três dias, pois você vai precisar de mais goles desta água para sua mãe.
Depois de cinco visitas ao santuário do deus da longevidade, acompanhado da bela jovem, Yosoji estava muito feliz, porque sua mãe havia melhorado e também os vizinhos a quem ele distribuiu a água. Quando contou a sua mãe todo o ocorrido, ela lhe disse que gostaria de saber o nome de tão bondosa criatura.
Os aldeões mostraram-se agradecidos e foram reverenciar o bravo Yosoji e o mago Kamo no Yamakiko com muitos presentes. O moço, porém, sentiu que deveria agradecer à linda jovem que o guiou para que pudesse encontrar a fonte sagrada. Assim, resolveu voltar ao santuário do deus da longevidade, na esperança de encontrá-la novamente.
– Você não devia ter vindo aqui. Sua mãe e os aldeões estão curados, portanto não há razão para você vir até aqui.
Ao que Yosoji respondeu:
– Eu vim porque ainda não lhe agradeci suficientemente pelo pronto restabelecimento de minha mãe e de todos os aldeões.
Assim, o moço agradeceu em seu nome e de toda aldeia pela ajuda que ela havia prestado. Em seguida, expressando um desejo de sua mãe, perguntou o nome dela.
– Meu nome pouco importa. E o que fiz dispensa agradecimentos. Eu guiei você até a fonte porque o deus da Longevidade me pediu. Disse-me ele que seu amor de filho é algo tão admirável que merecia ajuda. De sorte, você ajudou toda a aldeia, tanto que a fonte chegou a secar. Mas ela voltará a verter águas sagradas quando o povo necessitar novamente de ajuda e surgir outra alma bondosa como a sua querendo auxiliar seus semelhantes.
Em seguida, sem dizer seu nome, mas sempre com um sorriso amável, a bela jovem de branco sacudiu um ramo de camélias, como se estivesse chamando alguém. Em resposta ao aceno florido, desceu uma pequena nuvem do Monte Fuji na direção onde eles estavam. A linda jovem subiu na nuvem e esta se locomoveu levemente com uma pluma. Carregando a jovem, transportou-a em direção do monte sagrado. Vendo-a flutuando no espaço sobre a nuvem, Yosoji entendeu que seu guia havia sido ninguém menos que Sengen-sama, a deusa do Monte Fuji. Então, caiu de joelhos e ficou claro porque toda a aldeia havia recebido uma grande graça. A deusa, como lembrança, atirou lá do alto o galho de camélias floridas.
Yosoji apanhou o galho e plantou-o com carinho. Em pouco tempo, a planta transformou-se em uma grande árvore e, perto dela, foi erguido um santuário. O povo passou a adorar a árvore e dizem que o chá das folhas desse pé de camélia é, ainda nos dias de hoje, um santo remédio para muitos males.