20 de novembro de 2014

Ixtab

۞ ADM Sleipnir

Arte de jaggudada

Ixtab (em quiché: Xťab, "A da corda"; pronuncia-se Ishtab) é uma suposta deusa maia do suicídio, mais precisamente do suicídio por enforcamento. A única fonte antiga que cita essa deusa é a obra Relación de las cosas de Yucatán (de 1566), compilada pelo bispo e inquisidor espanhol Diego de LandaDe acordo com a citação de Diego, aqueles que se enforcavam iam para uma espécie de céu/paraíso; e por isso, muitas pessoas que se encontravam em situações de tristeza, problemas ou doenças, se enforcavam a fim de escapar dessas coisas e descansarem. Ixtab atuava então como uma espécie de psicopompo, guiando os enforcados até o seu descanso eterno. 

Iconografia

Quanto a iconografia de Ixtab, geralmente ela é descrita e representada como uma mulher morta enforcada ou como uma mulher com o nó de enforcamento no pescoço. Essas representações modernas tem como base a imagem de uma mulher enforcada presente no Códice de Dresden, página 53b (imagem abaixo)



Apesar de ser comumente associada à Ixtab, a imagem acima ocorre em uma seção dedicada aos eclipses do sol e da lua, e pode ter sido usada para simbolizar um eclipse lunar e suas terríveis consequências para as mulheres, que estavam intimamente associadas à deusa da lua. 

Uma deusa fabricada?

Alguns estudiosos da cultura maia defendem a teoria de que Ixtab é uma invenção moderna, baseada em interpretações/percepções errôneas de Diego de Landa sobre o povo maia. Apesar de certas obras e autores modernos citarem que o suicídio por enforcamento era uma forma honorável de morrer para os antigos maias, tendo inclusive um status comparável ao das vítimas de sacrifícios, mulheres que morriam ao dar a luz e guerreiros mortos em combate, a verdade é que o suicídio por enforcamento era muito mais comum na cultura espanhola da qual Landa se originou do que na cultura maia que ele estava narrando. 

A popularidade de Ixtab como uma deusa do suicídio teve um grande crescimento nas últimas décadas, e segundo um artigo publicado em 2013 pela professora e PhD em Antropologia Beatriz Mireya Reyes-Foster, tal popularidade estaria ligada às altas taxas de suicídio no atual estado de Yucatan. Em seu artigo, Reyes-Foster relaciona imagens de jornais de jovens indígenas que se suicidaram na década de 1930 a essa ideia de uma predisposição maia ao suicídio, que é então reforçada por essa noção de que os maias tinham uma divindade pré-colonial especificamente para enforcamento. Para ela, acreditar que os maias tinham uma divindade apenas para o suicídio por enforcamento é outra forma de perpetuar o conceito dos maias como "outros".


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fontes:

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8 comentários:

  1. muito bom obrigado por falar dessa maravilhosa cultura novamente

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  2. ali vc escreveu portegendo os suicidas, sem querer ser chato só corrigindo

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    1. Tranquilo. Obrigado por avisar!

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    2. agradeço suas colocações sera muito proveitoso uma vez que minha monografia de tcc é sobre suicídio. obrigada!

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  3. conhecia um cara que se matou enforcado, deixou um bilhete com o desenho dela, dizendo que ela faria sua passagem pro paraiso, tenso familia dele sofreu demais

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  4. Legal a mensagem final,Todos Contra o Suicídio.

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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