۞ ADM Sleipnir
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Arte de Raul Maldonado |
Na mitologia egípcia, Maat (também Ma'at, Mayet) era a deusa da lei física e moral do Egito, da ordem, do equilíbrio, retidão e da verdade. Ela era filha (ou mãe) de Rá e esposa de Thoth (segundo alguns autores eles eram irmãos) e com ele teve oito filhos. Estes oito filhos eram os principais deuses de Hermópolis e de acordo com os sacerdotes da cidade, eles criaram a terra e tudo que nela há .
Maat é representada na forma de uma jovem mulher com a pele cor de ocre, sentada ou em pé. Ela usa vestes longas e segura um cetro em uma mão e um ankh na outra. O símbolo de Maat era a pena de avestruz e ela é sempre mostrada usando-a em seu cabelo ou apenas portando-a. Em algumas ilustrações ela tem um par de asas ligadas a seus braços. A sua imagem é geralmente encontrada em sarcófagos, onde era utilizada afim de proteger a alma do morto. Outro símbolo de Maat é o monte primevo (ma'at), sobre o qual o deus criador estava no início dos tempos. Foi quando o mundo foi criado e caos eliminado que os princípios de Maat foram firmados no local.
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Arte de SleinadFlar |
Os egípcios acreditavam que sem a ordem de Maat só haveria o caos primordial e então o mundo não seria o mesmo. Era, portanto, necessário que o Faraó aplicasse e fizesse cumprir a lei, para permitir a manutenção do equilíbrio cósmico. A manutenção de Maat é tida como responsabilidade direta do faraó, no antigo Egito. O primeiro dever do faraó era defender a lei de Maat em todo o antigo Egito. É por isso que, nas paredes dos templos, o faraó é representado pela oferta de Maat a uma divindade, dizendo, em suas ações, que ele está em conformidade com os requisitos da deusa e em troca recebe dos deuses a vida e dominação (Osíris) e poder vitorioso (Hórus). Alguns faraós carregavam o título de Maat-Meri, que literalmente significa "amado de Maat". Eles são descritos frequentemente com os valores de Maat para enfatizar o seu papel na defesa das leis do Criador. Qualquer perturbação na harmonia cósmica poderia ter consequências para o indivíduo, bem como para o Estado.
De acordo com a religião egípcia, a alma dos mortos é julgada no Maaty, o "Salão das Duas Verdades". Lá, seus corações (consciência) são pesados contra a pena de Ma'at em balanças que representavam equilíbrio e justiça (e, portanto, a própria Maat). Se o coração deles fossem mais pesados do que a pena porque eles falharam em viver uma vida equilibrada pelos princípios de Ma'at, seus corações eram jogados em um lago de fogo ou devorados por uma temível divindade conhecida como Ammit. Se, no entanto, o coração fosse equilibrado com a pena de Ma'at, eles passariam no teste e ganhariam a vida eterna. Em certos momentos, era Osíris que se sentava como juiz no ritual, mas muitas outras divindades estavam envolvidas na cerimônia.
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Arte de makoyana |
O último papel de Ma'at era ajudar e orientar o deus-sol Ra conforme ele seguia sua jornada através dos céus. Era ela quem determinava o rumo que o barco tomaria nos céus a cada dia. Às vezes, dizia-se que ela realmente viajava em seu barco junto com ele, guiando sua direção.
Maat possuía uma contraparte, que era a sua irmã Isfet ("caos") que, embora fosse temida, era essencial pois ambos os aspectos, o positivo e o negativo, devem estar presentes para que o equilíbrio pode existir.
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Arte de Feig |
Adorei a postagem,muito bem feita parabéns
ResponderExcluirMeu irmão é politeista egípcio tem a imagem de osiris no quarto o olho de Hórus em cima da cabeceira da cama ele ama a religião egípci... fiquei curioso também
ResponderExcluirodiei
ResponderExcluirJá tem algum post sobre Harpocrates no blog?
ResponderExcluirAinda não.
ExcluirQuais são os "principios de Maat"?
ResponderExcluirOs Princípios de Maat são um conjunto de valores morais e éticos do Antigo Egito, atribuídos à deusa Maat, que representava a verdade, a justiça, a ordem cósmica, a harmonia e o equilíbrio. Esses princípios eram fundamentais na religião e na vida cotidiana dos egípcios, orientando o comportamento individual e coletivo.
ExcluirEles também estavam ligados ao julgamento da alma no além: segundo a crença, ao morrer, a alma era julgada na "Sala das Duas Verdades", onde se pesava o coração do morto contra a pena de Maat. Se o coração fosse mais leve ou igual à pena (ou seja, puro), a alma era considerada justa.
Há várias listas desses princípios, algumas com apenas 7 e outras com 42 princípios, e variam de um pro outro. Uma das listas que encontrei os descreve assim:
1 - Não cometi nenhum pecado.
2- Não roubei.
3 - Não matei ninguém.
4 - Não causei dor a ninguém de propósito.
5 - Não enganei nem trapaceei.
6 - Não roubei alimentos.
7 - Não falei mal dos outros injustamente.
8 - Não roubei oferendas aos deuses.
9 - Não roubei o pão dos mortos.
10 - Não peguei leite de crianças.
11 - Não menti.
12 - Não traí ninguém.
13 - Não tive relações sexuais proibidas.
14 - Não fiz ninguém chorar.
15 - Não maltratei nem feri ninguém.
16 - Não causei sofrimento aos animais.
17 - Não pequei contra a natureza.
18 - Não fui ganancioso.
19 - Não abusei do meu poder.
20 - Não causei medo às pessoas.
21 - Não fui injusto em julgamentos.
22 - Não destruí propriedades que não eram minhas.
23 - Não usei de violência ou intimidação.
24 - Não fui preguiçoso ou negligente nos meus deveres.
25 - Não exigi trabalho injusto de ninguém.
26 - Não causei discussões desnecessárias.
27 - Não envergonhei ninguém publicamente.
28 - Não ignorei meus deveres espirituais.
29 - Não desrespeitei as tradições sagradas.
30 - Não me aproveitei de pessoas inocentes.
31 - Não fui arrogante nem orgulhoso.
32 - Não guardei rancor.
33 - Não fui invejoso.
34 - Não amaldiçoei os deuses nem ninguém.
35 - Não roubei água durante a seca.
36 - Não impedi ninguém de rezar.
37 - Não quebrei promessas sagradas.
38 - Não fiz ninguém perder a esperança.
39 - Não vivi sem propósito ou direção.
40 - Não destruí coisas belas sem razão.
41 - Não negligenciei a verdade.
42 - Não falhei em honrar a Maat em pensamento, palavra ou ação.