29 de abril de 2019

Áton

۞ ADM Sleipnir


Durante o reinado do faraó Amenhotep IV, Áton (o disco solar, também chamado de Aton ou Aten) foi estabelecido como o principal deus do antigo Egito, e a adoração de muitos dos deuses tradicionais foi abolida. Áton não era um novo deus, mas um aspecto obscuro de Ra, o deus sol adorado desde o Império Antigo.

Áton era o nome tradicional para o disco solar, e por isso o nome do deus é muitas vezes traduzido como "O Áton". Por exemplo, em textos dos sarcófagos do Médio Império a palavra Áton representa o disco solar, e nas Aventuras de Sinué (texto também do Reino Médio) Amenemés I é descrito subindo para o céu e unindo-se com Áton, seu criador. Durante o Império Novo, Áton foi considerado um aspecto da divindade composta Ra-Amon-Hórus. Ra representava o sol durante o dia, Amon representava o sol no submundo e Hórus representava o nascer do sol.


Amenhotep IV proclamou Áton como sendo a única divindade egípcia, levando a adoração do sol a um novo patamar. Ele também mudou seu nome para Aquenáton ("agradável Aton"), para mostrar a sua estreita relação com esta divindade. Por causa das qualidades naturalistas de algumas das obras de arte da época, alguns sugeriram que sua religião era baseada na observação científica de que a energia do sol é a fonte de toda a vida.

Em seus estágios iniciais, o Atenismo é melhor descrito como uma religião henoteísta (uma religião dedicada a um deus único, embora aceitando a existência de outros deuses), mas desenvolveu-se em um sistema proto-monoteísta. A extensão total das suas reformas religiosas não foram aparentes até ao nono ano do seu reinado. 

Além de proclamar Áton como o único deus, Aquenáton proibiu o uso de ídolos com a exceção do disco solar raiado. Ele também deixou claro que a imagem de Áton apenas representava o deus, mas que o deus transcendia a criação, e por isso não poderia ser plenamente compreendido ou representado. Este aspecto de sua fé tem uma semelhança notável com a religião cristã.

Uma série de hinos dedicados a Áton foram compostos durante o reinado de Aquenáton, alguns aparentemente pelo próprio faraó. Eles descreviam as maravilhas da natureza e saudavam o sol como senhor absoluto e universal de todas as coisas.

Arte de SouthSideChris
Em particular, o Grande Hino a Áton (gravado no túmulo de Ai, vizir de Aquenáton que se tornou faraó após Tutancâmon) tornou-se famoso, como muitos comentaristas argumentam que ecoa de perto o Salmo 104, que descreve as maravilhas da natureza e atribui poder final à Javé, o deus hebreu. Há de fato uma certa semelhança no tipo de linguagem e no conteúdo, mas aqueles que argumentam que os dois textos são os mesmos talvez exagerem um pouco.

Áton era adorado em locais expostos à luz do sol, ao invés de em templos escuros, como os velhos deuses eram. No entanto, longe de ser aberto ao povo, somente Aquenáton e sua família podiam se conectar com o deus. No Grande Hino a Áton, Aquenáton afirma: "não há ninguém que te conheça salvo teu filho Aquenáton". Talvez não surpreendentemente, escavações na cidade de Akhenaten (hoje Armarna) indicaram que as pessoas comuns não aceitaram a nova religião, mas continuaram a adorar os velhos deuses no privado.


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24 de abril de 2019

O Flash Negro de Provincetown

۞ ADM Sleipnir


O Flash Negro de Provincetown (em inglês: Black Flash of Provincetown; também conhecido como Demônio Fantasma ou o Fantasma Negro), é um fantasma ou uma criatura que de acordo com relatos assombrou a cidade de Provincetown, em Massachusetts, EUA, entre os anos de 1938 e 1945.

Ele foi descrito como um humanoide com cerca de dois metros e meio de altura com uma face deformada, orelhas pontiagudas, olhos brilhantes, usando um casaco negro e uma capa.encapuzada que lembrava as asas de morcego. De acordo com algumas testemunhas, as pontas da suas orelhas eram prateadas ou metálicas, assim como os seus olhos (que também podiam ser vermelhos), e a criatura produzia ruídos semelhantes aos de um inseto.

Dentre suas habilidades, o Flash Negro foi relatado ter super-força, ser capaz de realizar saltos enormes demais para um ser humano comum, além de soltar chamas de cor azul de sua boca. Curiosamente, as características do Flash Negro de Provincetown são bastante semelhantes as do Spring Heeled Jack ("Jack Calcanhar de Mola"), cuja lenda aterrorizou a cidade de Londres no século XIX.

Spring Heeled Jack, arte de Ignacio Sanzana

Avistamentos 

Os primeiros avistamentos foram feitos por crianças durante as festividades de Halloween, no ano de 1938. Elas relataram que uma estranha figura vestida de preto as observava fixamente, escondida atrás de algumas árvores e pedras. Algumas semanas depois, houveram mais avistamentos, desta vez relatados por adultos.

Um desses avistamentos envolveu uma testemunha chamada Maria Costa, que afirmou que o fantasma saltou da escuridão sobre ela enquanto caminhava tarde da noite perto da prefeitura, desaparecendo em seguida saltando sobre as edificações.

Houveram pelo menos dois casos relatados de ataques físicos, embora aparentemente nenhum tenha sido grave. O primeiro envolveu um homem chamado George Loboas, que afirmou ter tido seu punho esmagado após ele tentar socar o fantasma. O monstro deteve o soco com as mãos e apertou a mão de George com tanta força que o levou ao chão. No segundo caso, um homem identificado apenas como Charley afirmou que o fantasma o atingiu com tanta força que o derrubou no chão.

Em uma noite de novembro de 1945, a polícia de Provincetown teria recebido várias queixas de avistamentos do fantasma próximo ao pátio da escola local. Cerca de cinco policiais teriam respondido ao chamado e relatado terem visto o suposto fantasma. Quando os oficiais tentaram encurralá-lo, ele riu e saltou sobre uma cerca de 3 metros de altura em um salto só e desapareceu. 

O Fim do Flash Negro?

Em dezembro de 1945, quatro crianças alegaram terem sido atacadas pelo Flash Negro. As crianças correram para casa em busca de refúgio, e o ser as perseguiu. Chegando na casa, ele começou a mexer na maçaneta da porta tentando abrí-la e, não conseguindo, começou a bater na porta e nas paredes. Ao ver a cena, um homem chamado Louis Janard pegou uma panela de água fervente em seu fogão, subiu em seu telhado e despejou o conteúdo sobre o ser, o qual Janard alegou ter soltado um uivo e desaparecido. Desde então, o Flash Negro nunca mais foi visto. 

Arte de Russel Marks
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22 de abril de 2019

Hippalectryon

۞ ADM Sleipnir


Hippalectryon (grego Ἱππαλκετρυων, "Cavalo-galo" ou "Galo-cavalo") é uma criatura pertencente à mitologia, e geralmente representada com a parte dianteira do corpo de um cavalo e a parte traseira de um galo.

Sendo representado em antigos vasos e moedas gregos, geralmente como a montaria de um cavaleiro, o Hippalectryon é uma figura bastante obscura, e se desconhece qualquer história ligada a ela. Alguns estudiosos acreditam que a criatura é na verdade uma representação alternativa do Pégaso, ou então que ela é baseada em representações antigas e mutáveis ​​de seu primo mais famoso.

Arte de Valchitsa


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19 de abril de 2019

Homem da Tesoura das Pernas Vermelhas

۞ ADM Sleipnir


Arte de Maren Marmulla
The Red-legged Scissorman ("O Homem da Tesoura das Pernas Vermelhas"), também conhecido como the great tall tailor ("o grande alfaiate") é um bogeyman (bicho-papão) da Europa Ocidental. Como seu nome sugere, trata-se de um homem alto e magro, vestindo uma calça vermelha e empunhando uma enorme tesoura, a qual ele usa para cortar os polegares das crianças que os chupam.

O Homem da Tesoura das Pernas Vermelhas apareceu pela primeira vez no livro infantil alemão Struwwelpeter (1845), de Heinrich Hoffmann. Desde então migrou para o imaginário popular como uma figura que pune crianças desobedientes.



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17 de abril de 2019

Kubikire-uma

۞ ADM Sleipnir

Kubikire-uma (em japonês 首切れ馬 ou クビキレウマ, "cavalo da cabeça cortada"; também conhecido como Kubinashi-uma, em japonês 首なし馬, "cavalo sem cabeça") é um yokai pertencente ao folclore japonês. Histórias sobre ele existem em vários locais do Japão, em especial na prefeitura de Fukui e nas quatro prefeituras de Shikoku, e costumam variar bastante. 

Geralmente descrito como um cavalo sem cabeça, o Kubikire-uma às vezes é caracterizado como uma cabeça sem corpo, e algumas histórias afirmam que ele sempre aparece sendo cavalgado por alguma deidade, quando esta visita o Japão na véspera do Ano Novo ou no início da Primavera. Nas histórias em que aparece sozinho, o Kubikire-uma costuma atacar e morder (mesmo sem ter uma cabeça) as pessoas em estradas ou encruzilhadas.


fonte: 
  • The Book of Yokai: Mysterious Creatures of Japanese Folklore, de Michael Dylan Foster.


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15 de abril de 2019

Parashurama

۞ ADM Sleipnir

Arte de molee

Parashurama
 ( também Parshuram, Parashuraman, Parasu-Rama ou Parasurama, literalmente "Rama com um machado"
) é na mitologia hindu o sexto avatar de Vishnu e
 um dos sete imortais (chiranjivi) do hinduísmo. Neste avatar, ele retornou à terra em forma humana como um brâmane, sendo o mais novo dos cinco filhos do grande sábio chamado Jamadagni com sua esposa Renuka

Nessa época, os xátrias (ou kshatriyas, uma classe de guerreiros), eram os governantes do mundo,e graças a todo poder e domínio que possuíam, agiam com arrogância e injustiça. Usavam suas forças para oprimir as outras classes, cobrando impostos injustos, negligenciando seu dever de proteger as pessoas e, em suma, tornando-se detestáveis.O povo clamou a Vishnu pedindo que ele os livrasse da tirania dos xátrias, e os próprios deuses sentiram que o poder deveria ser colocado nas mãos dos brâmanes em vez dos xátrias, com o raciocínio que os homens instruídos proporcionariam um ambiente honesto e pacífico. 

Assim, Vishnu veio a Terra, encarnado como o filho mais novo de Jamadagni, recebendo o nome de Rama (não confundir com o Rama do Ramayana). Após realizar uma grande penitência ao deus Shiva, ele obteve dele um machado divino, e a partir de então passou a ser chamado de Parashurama (Rama com um machado). Parashurama cresceu sem saber que era uma encarnação de Vishnu, vivendo como um típico menino brâmane, estudando as Veda e outras escrituras religiosas, e preparando-se para se tornar um asceta como seu ilustre pai.



Parashurama mata a própria mãe

Renuka, mãe de Parashurama, era famosa por sua castidade. Ela costumava buscar água do rio todos os dias de uma forma bastante única. Ela não levava consigo nenhum recipiente, em vez disso, ela costumava construir um com a argila encontrada no rio. O poder de sua castidade permitia que este pote (de argila não cozida) rete-se água. Seu marido dependia da água trazida por sua esposa para uso em seus rituais e orações diárias.



Um dia, enquanto Renuka buscava água como de costume, viu um belo Gandharva passar pelo céu, em sua carruagem voadora. Renuka, que nunca tinha pensado em nenhum homem além do marido, por um breve momento se encheu de desejos por esse Gandharva. Foi só por um momento, mas foi o suficiente para que ela deixasse de ser casta da mente. A jarra de argila que ela fez dissolveu-se em contato com água. Ela tentou fazer outra várias vezes, mas sem sucesso. Não querendo enfrentar seu marido depois disso, Renuka ficou no rio, profundamente pensativa.

Enquanto isso, o sábio estava ficando impaciente. Fazia muito tempo que sua esposa tinha ido ao rio. Ele usou seu poder yóguico de percepção divina e imediatamente percebeu o que havia acontecido. Jamadagni ficou extremamente irritado, e em sua ira, chamou seu filho mais velho e ordenou que ele fosse até o rio e matasse sua mãe. Seu filho recusou-se a cumprir a ordem, dizendo-lhe que as escrituras puniam quem ignorasse os mandamentos do pai, porém também puniam quem matasse a própria mãe. A raiva de Jamadagni apenas aumentou, e ele chamou seu segundo filho, dando-lhe a mesma ordem. Este filho também recusou, citando o mesmo raciocínio que seu irmão mais velho. Assim, um por um todos os filhos, com exceção de Parashurama, se recusaram a seguir as ordens do pai. Quando Parashurama ouviu a ordem de seu pai, ele imediatamente obedeceu. Com uma espada na mão, ele foi até o rio e decapitou sua mãe, além de matar todos os seus irmãos mais velhos.


Assim, a ira de Jamadagni foi apaziguada, e ele concedeu a Parashurama um desejo. Ajoelhado perante seu pai, Parashurama não pediu nada além de que ele trouxesse sua mãe e seus irmãos de volta a vida. Jamadagni ficou muito satisfeito com a natureza desinteressada de seu filho, e com seus poderes yóguicos, concedeu-lhe o seu desejo. Jamadagni trouxe sua esposa e seus filhos mais velhos à vida, perdoou seus pecados e viveram felizes juntos por um longo tempo.

O Roubo de Kamadhenu e a morte de Jamadagni




Jamadagni possuía em seu eremitério a vaca de Indra, Kamadhenu, que possuía o dom de conceder a seu dono qualquer coisa que ele desejasse. O sábio costumava usar seu dom para alimentar a si e a seus convidados. Certa vez, num momento onde os filhos de Jamadagni estavam ausentes, um rei chamado Kartavirya Arjuna visitou o eremitério. O rei e o seu séquito foram servidos por Jamadagni com um banquete a altura. Kartavirya Arjuna ficou surpreso com o fato de que um eremitério humilde era capaz de oferecer tal banquete, e então Jamadagni contou-lhe sobre Kamadhenu. Na mesma hora, Kartavirya desejou possuir Kamadhenu, pois com ela jamais faltaria alimento para seu exército. Sabendo que o sábio nunca a cederia de presente, Kartavirya ficou em silêncio, e num momento onde o sábio entrou no eremitério, ele ordenou que seus soldados se apoderassem de Kamadhenu e a levassem para o seu reino.



Quando Jamadagni saiu, ele ficou assustado ao ver que Kamadhenu estava sendo roubada. Ao ver que sua ação covarde tinha sido descoberta, Kartavirya começou a temer a ira do sábio, e então o matou. Depois, ele e seus servos retornaram ao seu reino, levando consigo a vaca sagrada.

A fúria de Parashurama e o massacre dos xátrias

Quando Parashurama retornou ao eremitério, deparou-se com seu pai morto, com a cabeça longe do tronco, com uma expressão de horror congelada em seu rosto. Parashurama usou seu poder yóguico para descobrir tudo o que havia acontecido. Parashurama foi preenchido por uma imensa raiva, e disse para si mesmo: 
"Agora sei qual é a minha missão na vida. Observei que os xátrias nesta terra são imorais. Sua tirania e opressão tornaram a vida dos outros miserável. Agora, tão bêbados estão com seu poder, que matam com impunidade. Eu vingarei a morte de meu pai. Que os Devas e outros seres imortais sejam minhas testemunhas! Não descansarei até que toda a Terra esteja limpa da poluição que são os xátrias. Perseguirei cada xátria na Terra e os enviarei para a morada de Yama! Não posso alcançar a morada divina dos meus antepassados ​​se eu falhar nessa tarefa! "
Parashurama então começou sua jornada para livrar a terra dos xátrias. Primeiro, ele vingou a morte de seu pai matando Kartavirya Arjuna, juntamente com todo o seu exército. 

Parashurama x Kartavirya Arjuna, Arte de molee
Ele percorreu o mundo, exterminando xátrias onde quer que ele os encontrasse. Logo, os xátrias espalhados pela terra aprenderam a temer Parashurama e seu grande machado. Tão grande era o medo que os xátrias tinham de Parashurama, que eles enviaram suas mulheres e crianças para se esconderem, disfarçados como brâmanes. Parashurama passou pela terra vinte e uma vezes, matando todos os xátrias que ele encontrou pelo caminho. 


Somente após ter eliminado o último xátria da face da terra, finalmente Parashurama teve sua fúria aplacada. Uma vez cumprida a missão para a qual havia nascido, Parashurama doou todos os reinos que ele conquistou durante a jornada para um sábio.

A maioria dos reinos havia ficado sem um governante. No entanto, alguns dos filhos dos xátrias haviam escapado do massacre promovido por Parashurama disfarçados como brâmanes. As mulheres dos xátrias que haviam se escondido, geraram filhos com outros brâmanes para continuar sua linhagem. Então surgiu uma nova classe dominante. Estes novos xátrias se lembraram da lição que a dança de destruição de Parashurama lhes ensinara. Eles eram muito melhores do que seus predecessores e governavam justamente.

O Encontro com Rama

Tempos mais tarde, Vishnu encarnou como Rama, o príncipe de Ayodhya. Após ter quebrado o arco de Shiva na corte de Janaka, e com isso conquistado a mão de Sita, Rama retornou de Videha com sua noiva e família para Ayodhya. Parashurama havia ouvido sobre o valor desse jovem príncipe, e se lembrou de seu voto de exterminar todos os xátrias (o qual já havia sido cumprido, mas sua memória era seletiva).

Parashurama emboscou o grupo de Rama a caminho de Ayodhya. Dirigindo-se a Rama, disse: "Não se orgulhe de ter quebrado o arco de Shiva. Aquele arco se tornou podre com o desuso. Ele costumava repousar em uma caixa na corte de Janaka , e não era usado há séculos. Não é de se admirar que ele tenha desintegrado com seu toque. Aqui, eu tenho outro arco de Shiva, dado a mim pelo próprio Senhor. Se você é realmente tão forte como eles dizem, estique este arco e atire uma flecha com ele".



Dasharatha, o pai de Rama, ficou alarmado. Ele sabia sobre a raiva de Parashurama e sobre o seu juramento de exterminar todos os xátrias. Ele então implorou: "Ó grande, Rama ainda é um menino. Ele não pode fazer o que lhe pede. Ele é virtuoso e obediente. Não o destrua com sua ira. Se você deve lutar contra alguém, escolha a mim. Poupe a vida do meu filho! "

Rama disse: "Pai, não se preocupe. O sábio não me pediu para lutar contra ele. Ele meramente deseja testar minhas forças ao esticar este arco divino. Permita-me realizar esta tarefa. Talvez eu seja capaz de fazê-lo!".


Relutantemente, Dasharatha foi forçado a dar o seu consentimento. Rama tomou o arco de Parashurama e o esticou sem esforço. Em seguida, colocou uma flecha e puxou a corda para trás. Rama então perguntou a Parashurama: "Senhor, uma vez que uma flecha foi colocada em um arco, ela deve ser disparada. O que devo usar como alvo?"



Neste ponto, Parashurama percebeu que sua missão como encarnação de Vishnu havia chegado ao fim. Ele reconheceu em Rama o aspecto de Vishnu, e seu orgulho caiu por terra. Ele disse: "Deixe o alvo ser meu orgulho tolo! Rama, você é verdadeiramente a encarnação do próprio Senhor Vishnu. Que sua glória cresça. Sua fama viverá enquanto existir este mundo. Você pode ficar com o arco". Depois disso, o sábio se retirou da festa e seguiu seu caminho. Neste ponto, a centelha da divindade que estava dentro dele foi transferida para Rama, que agora era a encarnação de Vishnu.

Outros atos

Parashurama viveu por muito tempo, sendo ainda ativo durante a época do Mahabharata. Ele ensinou Bhishma , filho de Shantanu, no manejo de armas. A pedido de Amba, com quem Bhisma recusava se casar, Parashurama enfrentou seu discípulo numa batalha que durou 24 dias, e na qual nenhum dos dois foi capaz de vencer.

Mais tarde, ele decidiu renunciar a todas as suas riquezas mundanas e doá-las para brâmanes adequados. Quando Drona, filho do sábio Bharadwaja e mentor dos Kauravas e Pandavas, veio implorar a ele por suas riquezas, Parashurama já havia doado tudo que tinha. As únicas coisas que ele ainda mantinha consigo eram suas armas divinas (astras), então ele as entregou a Drona e o instruiu em seu uso.

Parashurama também ensinou Karna a manejar armas, dando-lhe muitas de suas Astras divinas. No entanto, quando descobriu que Karna havia mentido que era filho de um brâmane para aprender com ele a arte da guerra, Parashurama ficou extremamente irritado e amaldiçoou Karna dizendo: "Como você cometeu o pecado grave de enganar o seu guru, que todo o conhecimento que você obteve por esse engano o abandone no momento de sua necessidade. Quando você precisar de toda sua força e proeza para sobreviver, você esquecerá tudo o que eu ensinei". Apesar dos pedidos de desculpa de Karna, Parashurama não voltou atrás.

Após este ponto, as referências a Parashurama desaparecem. Acredita-se que ele permanece vivo até os dias de hoje, meditando enquanto aguarda a chegada de Kalki, o décimo e último avatar de Vishnu.


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12 de abril de 2019

Pahua-tu-tahi

۞ ADM Sleipnir

Pahua-tu-tahi (ou Pua Tu Tahi, em maori: "rocha coral que está sozinha") é um demônio marinho pertencente à mitologia polinésia/taitiana. Diz-se que se assemelha a um molusco gigante e reside nas partes mais profundas do oceano.

Ao emergir na superfície, o Pahua-tu-tahi se transforma em uma rocha coral de forma irregular, e fica a espreita aguardando a aproximação de algum barco de pesca para rasgar sua quilha e afundá-lo.

Pahua-tu-tahi aparece na história de Rata, um lendário príncipe do Taiti. Na história, o tio de Rata, Rei Tumu-nui, e seu pai, Vahieroa, foram engolidos por Pahua-tu-tahi enquanto viajavam para as Ilhas Pitcairn. Como resultado, Rata tornou-se rei e jurou vingar-se do demônio. Posteriormente, Rata e sua tripulação também acabam sendo engolidos por Pahua-tu-tahi, mas ele consegue sair de dentro dele abrindo caminho até o lado de fora do monstro usando sua lança.


fonte:
  • Livro "They Bite", de Jonathan Maberry e David F. Kramer

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10 de abril de 2019

Jatai

۞ ADM Sleipnir

Jatai (em japonês 蛇帯, "cobra obi") é um yokai do folclore japonês, e um dos muitos do tipo tsukumogami (付喪神, "espírito artefato"), formado por um obi (faixa de quimono) que ganha vida durante a noite transformando-se numa serpente. Ele foi ilustrado por Toriyama Sekien no livro Konjaku Hyakki Shūi (今昔百鬼, "Apêndice Aos Cem Demônios Do Presente e Do Passado"), o 3º de sua famosa série. 

Uma antiga crença popular na prefeitura de Ehime, e também em outras partes do Japão diz que se você colocar seu obi perto do travesseiro enquanto dorme, você terá sonhos com cobras. Como a palavra japonesa para o corpo de uma serpente (jashin) é a mesma  palavra para descrever um coração perverso, diz-se que o próprio obi pode se tornar um tsukumogami, transformando-se em uma criatura assassina que persegue os homens e os estrangula durante o sono.




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8 de abril de 2019

Urubutsin

۞ ADM Sleipnir

Arte de Khezix

Urubutsin é um deus urubu pertencente à mitologia da tribo amazônica Mamaiu (ou Mamaiuran), e tido como o rei dos pássaros. De acordo com a lenda, no início dos tempos o mundo vivia em total escuridão, enquanto Urubutsin mantinha toda a luz para si, impedindo com suas asas que ela chegasse até a humanidade. 

Determinados a fazer com que Urubutsin permitisse que a luz chegasse ao mundo, os  deuses gêmeos Kuát e Iaê o atraíram para uma armadilha e o capturaram com uma rede. Kuat e Iaê prometem soltá-lo se ele cedesse metade da luz para eles, e o deus urubu não teve alternativa senão concordar.

Após ser solto, Urubutsin entregou aos deuses irmãos uma caixa onde ele guardava a luz. Kuát ficou com a parte maior da luz, e a chamou de Sol, e Iaê com a menor, chamando-a de Lua. Assim, os irmãos passaram a alternar a iluminação no céu, acabando com a  escuridão total que assolava o mundo.

Arte de Amber Skye


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5 de abril de 2019

Glória dos Dez Poderes (Shi Shen Li)

۞ ADM Sleipnir


Glória dos Dez Poderes (chinês:十神力; pinyin: Shíshénlì) é o nome de uma espada lendária chinesa. De acordo com os pouquíssimos registros existentes a seu respeito, esta poderosa espada foi forjada no Tibete, por um casal de magos pertencentes à antiga tradição Bön.

É dito que, enquanto forjavam a Glória dos Dez Poderes, o casal de magos se unia sexualmente, e o amor entre os dois gerou uma energia mágica tão poderosa, que um grande espírito surgisse e entrasse na arma, conferindo a ela o poder de proteger aquele que a usasse com sua magia. Dizem que a espada acabou sendo capturada pelos inimigos do casal e queimada, para então ser convertida em um talismã mágico. 

Hua Tuo, um médico lendário que viveu na China durante o Período dos Três Reinos, teria sido um dos proprietários desse talismã.

Hua Tuo
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3 de abril de 2019

Rudá

۞ ADM Sleipnir
Arte de Vinícius Galhardo

Rudá é o deus do amor na mitologia do povo tupi-guarani. Ele é descrito como um guerreiro que vive nas nuvens, de onde observa todas as criaturas da terra e as influencia a se reproduzirem e povoar a mesma. Rudá enche os corações e as mentes dos guerreiros de amor por seus familiares e suas esposas, fazendo-os sentir saudade delas e assim retornar mais rápido para suas tribos após suas viagens e guerras. As mulheres, por sua vez, oravam a ele pedindo proteção a seus companheiros.

Conta-se que Rudá tinha uma serpente com o poder de reconhecer moças virgens. Ao oferecer-lhe oferendas, a serpente fazia com que os peixes adormecessem e assim, essas  moças podiam pegá-los sem dificuldade. Caso uma moça que não fosse mais virgem tentasse o mesmo, era devorada sem dó.

Arte de J. Queiroz

De acordo com uma história, Rudá foi criado por Tupã ou por Guaraci, como um mensageiro cuja missão era levar até Jaci, a lua, as palavras de amor de Guaraci, uma vez que os dois nunca se encontravam.


fontes:
  • Abecedário de Personagens do Folclore Brasileiro, de Januária Cristina Alves;
  • South and Meso-American Mythology A to Z, 2º edição, de Ann Binghan

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1 de abril de 2019

Kupua

۞ ADM Sleipnir

Kamapua`a, arte de Viktor Bogdanovic
Kupua são um grupo de seres semidivinos pertencentes a mitologia havaiana. Conhecidos em todas as ilhas do Havaí, os kupua são dotados de habilidades de metamorfose e poderes sobrenaturais e conforme a história em que aparecem, são considerados deuses, heróis, monstros ou até mesmo espíritos malandros. Alguns kupua são conhecidos por serem destrutivos e vingativos, com uma tendência para matar ou devorar seus inimigos. Já outros agem de forma benévola como espíritos gentis cuidando de seus familiares ou ajudando os maka`ainana (pessoas comuns). 

Kupua são habilidosos na arte da guerra, usando armas como lanças, estilingues, machados de batalha e clavas, bem como sendo capazes de derrotar seus oponentes através de combate desarmado, como o boxe e o wrestling. Enquanto alguns kupua como Palila, Kapunohu e Kepakailiula são guerreiros sobre-humanos, existem aqueles com outras especialidades, como o célebre pescador Nihooleki, o atirador de ratos Pikoiakaalala, o campeão de rinha de galos Lepeamoa, os poderosos irmãos trabalhadores Kalaepuni e Kalaehina e o  alongador Kana


Kupua são parte humanos e parte deuses, possuindo geralmente uma forma dupla (kino pāpālua). A parte não humana de sua natureza é resultado de um ancestral animal que entra na criança no momento de seu nascimento. Assim, o kupua pode parecer humano ao nascer, mas é capaz de assumir uma forma diferente herdada de sua ancestralidade divina. Quando os Kupua nascem em forma não humana, eles podem ser salvos quando um membro da família reconhece sua natureza divina. O kupua Palila nasceu na forma de um cordão e foi resgatado do lixo por sua avó Hina. Lepeamoa, uma kupua com um corpo híbrido de um humano e uma galinha, nasceu de um ovo e recebeu os cuidados de sua avó Kapalama, até que o ovo chocou, revelando um belo pássaro que mais tarde se transformou em uma menina.

Ao contrário da maioria dos metamorfos, que só podem se transformar em criaturas animais ou humanóides, alguns kupua são capazes de assumir a forma de plantas ou minerais. Kupua são conhecidos por se transformarem em criaturas com corpos de folhas, flores, videiras ou musgos. Kupua também pode assumir a forma de seres  cujo corpo é feito de conchas, pedras, nuvens ou mesmo o vento. 

Os kupua que se transformam de humanos em outras formas naturais são chamados de kinolau ("muitas formas corporais"). Embora a maioria dos kinolau tenha uma natureza dupla, alguns kupuas, como Kamapua`a, possuem múltiplas formas. Kamapua`a possui a forma de um homem ou porco, mas ele também pode assumir a forma do peixe humuhumunukunukuāpua`a, bem como várias plantas como a uala (batata-doce), kukui (nogueira) e a amau `u (samambaia).

Kamapua'a
Uma classe especial de kupua é conhecida como mo'o, e são capazes de se transformar em um lagarto gigante ou um dragão. Um mo`o pode aparecer como uma mulher com longos cabelos negros, raiados de branco. Quando em forma humana, eles podem tentar enganar os viajantes fazendo com que se aproximem de seu covil. Mo`o vivem perto de viveiros de peixes ou riachos, aos quais eles protegem, servindo como guardiões do ambiente natural. Quando um mo`o está vivendo por perto, a água, assim como as plantas que rodeiam o local, assumem um tom verde-amarelado e apresentam espuma.

Alguns mo`o famosos na mitologia havaina são Kalamainu`u e Mamala. A canibalista Kalamainu`u certa vez provocou a ira da deusa do vulcão, Pele, ao capturar o marido de sua irmã mais velha. Já Mamala é mais conhecida por sua grande habilidade como surfista e por sua beleza. Ela era casada com o homem-tubarão Ouha, mas o trocou pelo chefe Honokaupu. Envergonhado, Ouha abandonou sua conexão com a humanidade e se tornou o deus-tubarão da costa entre Waikiki e Koko Head.

Mamala

Alguns kupua não possuem transformações, mas são semideuses em forma humana. Embora eles não se transformem, eles possuem habilidades sobrenaturais além dos humanos. Māui, conhecido na cultura popular por usa aparição no filme Moana (2016), é um kupua que permanece na forma humana (apesar de no filme ele possuir a habilidade de se transformar graças a seu anzol mágico). Māui é um exemplo de um kupua benevolente. Ele criou as ilhas havaianas transportando-as com seu anzol, laçou o sol para criar dias mais longos para trabalhar no verão e ergueu o céu com a ajuda de seu pai.

Maui

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Ruby