۞ ADM Sleipnir
Proteu (grego Πρωτευς) é um antigo deus profético dos mares pertencente à mitologia grega. Seus pais eram o deus Poseidon e a princesa Fenícia, irmã de Europa. Os autores clássicos atribuem duas esposas a ele: a nereida Psamathe e Torone, esta última que também era sua irmã (também filha de Poseidon e Fenícia). Com Psamathe, Proteu foi pai de Teoclímeno e Eidotéia, e com Torone, foi o pai de Tmolos (ou Polígono) e Telégono. Proteu é ainda descrito como pai de Cabeiro, ninfa marinha que se relaciona com Hefesto e dele gera os Cabiros, irmãos gêmeos que serviam ao deus em sua forja.
Proteu estava especificamente associado à ilha de Lemnos, a vizinha península trácia de Palene e à ilha egípcia de Faros. Ele pode ter sido o equivalente grego do deus marinho fenício Melkart. A ilha de Faros, que é seu lar na Odisséia, possuía uma colônia comercial fenícia em tempos históricos.
Mitos
Recebendo o dom da profecia
Uma lenda conta que Proteu era originalmente de origem egípcio (e chamado de Cetes), mas ao viajar para a região da Trácia, conheceu Torone e se casou com ela. Porém, seus filhos com ela (Tmolos e Telégono) eram seres cruéis e que atacavam estranhos covardemente e os matavam. Incapaz de mudar o comportamento de seus filhos, Proteu clamou à Poseidon para que o levasse de volta para o Egito. Consequentemente, Poseidon abriu um abismo na terra em Palene, e através de uma passagem que ia da terra sob o mar, ele conduziu Proteu de volta ao Egito. Lá, Proteu passou a atuar como uma espécie de guardião dos rebanhos de Poseidon, cuidando dos peixes, focas e demais seres que pertenciam ao deus dos oceanos e mares.
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Proteu, de N.C. Wyeth (1929) |
Pelo bom trabalho que desempenhava, Proteu foi abençoado com o dom da profecia, dando-lhe conhecimento sobre o futuro. Quanto aos seus filhos, acabariam esbarrando com Héracles e sendo mortos por ele.
O encontro com Menelau
Uma vez possuidor do dom da profecia, Proteu passou a ser procurado por muitas pessoas que desejavam obter conhecimento sobre o próprio futuro, mas o deus não gostava de fazer essas revelações. Sempre que alguém tentava se aproximar dele, Proteu se metamorfoseava assumindo formas monstruosas para afugentar os que o procuravam. Eidotéia, uma de suas filhas, era uma das poucas pessoas que conheciam a tática do pai.
Certo dia, Menelau, o rei de Esparta, tentava regressar para sua casa após a Guerra de Troia, quando ventos contrários (obra dos deuses) acabaram levando seu navio até a ilha de Faros, nas costas do Egito, mantendo ele preso em uma calmaria por cerca de vinte dias. Suas provisões estavam acabando e seus homens já estavam desanimados. Num momento quando Menelau havia deixado a embarcação para dar uma volta na ilha e talvez pescar algum alimento, ele foi abordado por Eidotéia, que compadecida da situação dele e de seus homens, revelou que havia na ilha alguém que poderia lhe dizer o que fazer para sair dessa situação.
Menelau precisaria emboscar Proteu durante o seu sono e prendê-lo para que não pudesse escapar e assim conseguir fazer-lhe as perguntas que precisava fazer. Seguindo as instruções de Eidotéia, Menelau e três de seus homens se esconderam na gruta onde Proteu costumava descansar com seu rebanho após as refeições. Assim que o deus chegou, buscou um local cômodo para se deitar e dormir, e assim que fechou seus olhos, Menelau e seus homens pularam sobre ele e o prenderam, segurando seus braços com toda a força que podiam. Enquanto isso Proteu se metamorfoseava em animais, em uma árvore e até em um dragão, mas Menelau e seus homens o apertavam com ainda mais força. Esgotado, Proteu voltou à sua forma normal e concordou em dar a Menelau as respostas que ele precisava para poder retornar a sua terra natal.
Auxiliando Aristeu
Aristeu era uma divindade rústica, filho do deus Apolo com a ninfa Cirene, e associado a apicultura, dentre outras produções. Ao tentar seduzir Eurídice, esposa de Orfeu, acabou sendo responsável indiretamente por sua morte, pois ao fugir dele, acabou sendo picada por uma serpente venenosa.
Após ouvirem o triste canto de Orfeu, as ninfas resolveram se vingar por ele, matando todas as abelhas cultivadas por Aristeu. Sem associar o fato ao que havia ocorrido com Eurídice, Aristeu buscou a ajuda de sua mãe, que era uma ninfa dos rios, e ela lhe contou sobre a existência de Proteu, que tinha o dom da profecia e que poderia lhe revelar o porquê da morte de suas abelhas e como remediar o problema. Cirene também conhecia o truque de Proteu para evadir de seus visitantes, revelando-o a Aristeu e também instruindo-o a prendê-lo para que não fugisse. Da mesma forma como ocorreu com Menelau, Aristeu abordou Proteu enquanto este dormia em sua caverna, e como estava sozinho, o amarrou com correntes. Ao acordar, Proteu se viu preso e logo começou a transmutar-se, sem causar nenhum medo ou espanto em Aristeu.
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Aristeu prendendo Proteu, Sébastien Slodtz (1655–1726) |
Vendo seus esforços serem em vão, Proteu retoma sua forma original e se coloca a disposição de Aristeu, que lhe pergunta o que provocou a morte de suas abelhas e o que ele poderia fazer para que isso não voltasse a acontecer. Proteu então revela-lhe que o ocorrido era resultado do seu ato imprudente contra Eurídice e que acabou guiando-a a morte. Revelou-lhe também que a morte das abelhas foram obra das ninfas, e que elas precisavam ter sua ira apaziguada. Aristeu deveria realizar um sacrifício de bois e vacas para as ninfas, e também prestar homenagens fúnebres para Eurídice. Segundo Proteu, nove dias após o sacrifício, ele obteria uma resposta se ele deu certo ou não. Aristeu retornou para seu lar e seguiu as instruções de Proteu. Sacrificou os animais, prestou honras a Orfeu e Eurídice e, ao voltar ao local dos sacrifícios após nove dias, observou uma maravilha: um enxame de abelhas havia tomado posse das carcaças e trabalhava como numa colmeia.
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Aristeu |
fontes:
- theoi.com;
- http://eventosmitologiagrega.blogspot.com;
- Greek Mythology A to Z, 3º Edição, de Kathleen N. Daly;
- https://pt.wikipedia.org
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