29 de abril de 2014

Ahuizotl

۞ ADM Sleipnir

Arte de moneroman

Ahuizotl é um monstro aquático e antropófago, originário da mitologia asteca. Seu nome é a união de três palavras da língua náuatle, que juntas significam "espinhoso d'água".Os astecas criam que Ahuizotl era um guardião dos lagos, e que seu papel era impedir a pesca, sendo hostil e atacando todos aqueles que adentravam seu território.

Seu mito provavelmente originou-se no século XIII, na América Central, e a maior parte das informações sobre ele vem de um conjunto de livros chamado Códice Florentino, que relata muitas crenças, histórias, hábitos entre outras coisas da então colônia chamada Nova Espanha (hoje México). 

Características

Segundo o códice, o Ahuizotl é uma criatura similar a um cão ou coiote, com um corpo liso, orelhas pontudas e mãos e cauda iguais as de um macaco. No final de sua cauda existe uma outra mão, que ele geralmente usa para agarrar suas vítimas.

O Ahuizotl se alimenta das unhas, dentes e olhos de suas vítimas, deixando o resto do corpo intacto. Sempre que um pescador se aproxima do Ahuizotl, ele usa a sua cauda-mão para puxá-lo pelo tornozelo e arrastá-lo para o fundo do lago ou rio. Após isso, o Ahuizotl o mata e devora seus olhos, dentes e unhas. O corpo da vítima emerge das águas após 3 dias.


As lendas sobre ele assombravam as aldeias astecas, tornando difícil a vida dos pescadores. Eles tinham tanto medo de pescar que costumavam se armar antes de saírem para pescar. Até mesmo as mulheres e crianças eram alvos do Ahuizotl, que as atraíam para o lago imitando o choro de uma criança em apuros. 

Acreditava-se que as vítimas dele recebiam tal morte por terem praticado boas obras durante sua vida. Seu corpo mutilado não podia ser tocado por pessoas comuns, mas apenas por sacerdotes do deus Tlaloc, de quem os astecas acreditavam que Ahuizotl era servo. O corpo era retirado da água e sepultado pelo sacerdote, e era considerado um sacrifício especial à Tlaloc, que levaria seu espírito para seu paraíso, Tlalocan. 

Possíveis analogias

Apesar de existirem imagens do Ahuizotl presentes em textos e pinturas em templos astecas, não existem evidências sólidas que comprovem a sua existência. Vários povos das Américas têm histórias análogas sobre animais perigosos que vivem em lagos e rios, que podem ser inspirados no castor, no gambá (em náuatle: tlacuache), em alguma espécie de lontra (aizcuíntli, "cão d'água", na mesma língua), ou mesmo na ariranha (Pteronura brasiliensis) da América do Sul.

O oitavo rei asteca adotou o nome Ahuizotl. Acredita-se que ele foi responsável pelo sacrifício de mais de 20.000 pessoas em nome da construção da Grande Pirâmide de Tenochtitlan.

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