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8 de junho de 2023

Abassi

۞ ADM Sleipnir

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

Abassi (também conhecido como Abasi ou Awasi) é o deus criador supremo pertencente às crenças dos povos Efik, Ibibio e Annang da Nigéria. Ele é geralmente retratado como uma divindade onipresente e onisciente, responsável pela criação dos humanos. No entanto, Abassi não interage diretamente com os humanos, mas se comunica através de um panteão de espíritos chamado ndem (nos mitos dos Efik e Ibibio) ou nnem (nos mitos dos Annang). Abassi também não é adorado diretamente e, portanto, santuários não são construídos em sua homenagem, mas sim aos intermediários do deus, os ndem e os espíritos ancestrais, mbukpo (conhecidos como mme ete ete nos mitos de Annang), com esses últimos ajudando seus descendentes a receberem os favores de Abassi. 

Sua representação nas tradições Efik e Annang é influenciada principalmente pela mitologia dos Ibibio, uma vez que os dois grupos costumavam fazer parte dos Ibibio antes de migrarem para diferentes partes do sudeste da Nigéria e formarem suas próprias sociedades. Após a chegada de missionários cristãos à Nigéria, Abassi foi sincretizado com o conceito cristão de Deus e passou a ser referido como Abassi Ibom (nos mitos Ibibio e Efik) ou Awasi Ibom (nos mitos Annang), embora esta interpretação seja debatida nos tempos atuais. Em certas versões dos mitos, principalmente os originários do folclore Annang, o nome Abassi é usado em referência a outras divindades envolvidas no mito da criação, que incluía Abassi Ibom. 

Em algumas versões de seu mito, Abassi se divide em duas divindades, Abassi Isong ("o deus abaixo"), habita na terra e desempenha o papel de mensageiro enviando as mensagens dos humanos para Abassi Anyong (também conhecido como Abassi Onyong ou Abassi Enyong, "o deus acima"), que habita os céus. De acordo com certas interpretações, Abassi Anyong é retratado como homem, enquanto Abassi Isong é retratado como mulher. 

Mitos

A origem da morte 

De acordo com a mitologia Efik, após Abassi ter criado o primeiro casal de seres humanos, sua esposa Atai sugeriu que ele permitisse que eles vivessem na Terra. Inicialmente, Abassi rejeitou a ideia, pois temia o potencial dos humanos de superá-lo e esquecê-lo. No entanto, apesar de seus receios, ele acabou concordando com o pedido de Atai, embora tenha estabelecido duas regras antes de enviar os primeiros humanos à Terra. A primeira regra era que eles não podiam cultivar sua própria comida, mas sim pedir a ele; e a segunda era que eles estavam proibidos de procriar. 

Os humanos concordaram com essas regras e, por um tempo, tudo ficou bem. Certo dia, porém, a mulher começou a plantar sementes e a cultivar comida para eles, e seu marido não aprovou, como declarava que essa comida era mais deliciosa do que a que Abassi lhes fornecia. Não muito tempo depois, os dois também quebraram a segunda regra, se reproduzindo e gerando novos humanos.

Abassi ficou furioso com sua esposa, pois seu medo havia se tornado realidade: Os humanos o haviam abandonado, e agora representavam uma ameaça ao seu governo. Para apaziguar seu marido, Atai decidiu enviar a morte ao mundo, garantindo assim que os humanos jamais seriam capazes de sobrepujar seu marido.

A criação do universo 

Na mitologia Annang, Abassi criou os céus (anyong), a terra (isong) e o oceano (inyang ibom). Originalmente, os céus e a terra estavam unidos no céu e o oceano estava abaixo deles. Um dia, Abassi disse a uma de suas criações, um gigante metamorfo, para separar os céus da terra. O gigante teve sucesso e Abassi ordenou que céu ficasse acima enquanto a terra ficasse abaixo. Ao descer do céu, a terra acabou afundando no oceano. As partes da terra que permaneceram visíveis na superfície se tornaram os continentes. O gigante, satisfeito com o sucesso, resolveu banhar-se nas águas do mar, mas acabou se afogando e morrendo, e as partes de seu corpo deram origem a força vital de todos os seres vivos na terra.

O deus distante 

Na mitologia Ibibio, Abassi é descrito como tendo vivido nos céus, próximo aos humanos, e naquele tempo ele podia ser contatado diretamente pelos seres humanos. No entanto, ele se incomodou pelo barulho provocado por uma velha preparando fufu (um prato típico africano) em seu pilão. Depois muito tempo tentando suportar o barulho, ele se irritou e optou por se afastar o máximo possível dos humanos. Desde então, os humanos não podem mais se comunicar diretamente com ele.

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)
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