8 de setembro de 2025

Pha Trelgen Changchup Sempa

۞ ADM Sleipnir

Arte gerada com I.A.

Pha Trelgen Changchup Sempa (tibetano: ཕ་སྤྲེལ་རྒན་བྱང་ཆུབ་སེམས་པ།, transl. Wylie: pha sprel rgan byang chub sems pa) é uma figura central na mitologia de criação do povo tibetano. Ele é descrito como um ancestral sagrado com forma de macaco, uma manifestação do bodisatva Avalokiteśvara, o símbolo supremo da compaixão no budismo. Seu nome carrega significados profundos: Pha ("pai"), Trelgen ("macaco velho") e Changchup Sempa, que alude ao bodisatva, unindo as ideias de "iluminação" (changchub) e "intenção altruísta" (sempa). Ao lado do Rei Gesar e do próprio Avalokiteśvara, Pha Trelgen é uma das personalidades mais veneradas na cultura tibetana.

A criação dos primeiros tibetanos

Uma lenda amplamente difundida entre os tibetanos narra que, no início dos tempos, o mundo estava completamente submerso em água. Gradualmente, as águas recuaram, permitindo o surgimento da vida animal. No então vasto território inundado do Tibete, um macaco sábio refugiou-se no Monte Gongori para praticar meditação e seguir um caminho de ascetismo e castidade.

No entanto, sua vida pacífica foi interrompida quando uma demônia chamada Ma Drag Sinmo apareceu para seduzi-lo. Segundo a tradição, essa demônia era uma manifestação de Tara (Jetsun Dolma em tibetano), a bodisatva associada à compaixão e protetora de viajantes e comerciantes. Tara, assumindo o papel de Ma Drag Sinmo, ameaçou o macaco: caso ele se recusasse a dormir com ela, geraria uma descendência de demônios para destruir toda a vida na Terra.

Arte gerada com I.A.

Diante dessa ameaça, o macaco consultou Avalokiteśvara para obter permissão divina. O bodisatva não apenas concedeu sua bênção, mas também santificou a união entre o macaco e a demônia. Dessa relação nasceram seis pequenos macacos, que rapidamente cresceram e se multiplicaram. Em apenas três anos, o número de descendentes atingiu quinhentos, e os frutos da floresta já não eram suficientes para alimentá-los.

Desesperado, o macaco buscou novamente a orientação de Avalokiteśvara. O bodisatva, em resposta, subiu ao sagrado Monte Meru (ou Sumeru, identificado com o Monte Kailash na atualidade). Alguns relatos dizem que ele trouxe uma porção de cevada do cume, enquanto outros afirmam que ele produziu cinco tipos de cereais a partir de seu próprio corpo. Com esses grãos sagrados, o macaco aprendeu a prática da agricultura. Após uma colheita bem-sucedida, finalmente conseguiu alimentar seus descendentes.

À medida que os macacos consumiam os cereais e adaptavam-se a um novo modo de vida, eles começaram a perder seus pelos e caudas, transformando-se gradualmente em seres humanos. Com o tempo, aprenderam a fabricar ferramentas, costurar roupas e construir habitações, dando origem à primeira civilização tibetana.

Variação da lenda

Outra versão da narrativa destaca Avalokiteśvara como o protagonista central. Ao testemunhar o sofrimento causado por demônios na Terra, ele teria assumido diretamente a forma de um macaco. Em sua forma animal, uniu-se a uma ogra das montanhas e gerou seis descendentes, que se tornaram os fundadores dos seis clãs originais do povo tibetano.

Arte gerada com I.A.

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