29 de abril de 2022

Ubbo-Sathla

۞ ADM Sleipnir

Ubbo-Sathla (também conhecido como "a Fonte Não Gerada"  e "o Demiurgo") é um dos chamados Deuses Exteriores presentes nos Mitos de Cthulu. Criado por Clark Ashton Smith, Ubbo-Sathla apareceu pela primeira vez no conto de mesmo nome, publicado na revista Weird Tales em 1933. 

Sua aparência é descrita como sendo uma enorme massa protoplasmática, que repousa em uma gruta nas profundezas da terra congelada. Ele possui uma monstruosa capacidade de fecundação, gerando espontaneamente organismos unicelulares primordiais que brotam incessantemente de sua forma informe. Diz-se que Ubbo-Sathla gerou os protótipos de todas as formas de vida na Terra, embora o que quer que seus pseudópodes toquem seja desprovido de vida para sempre. Ubbo-Sathla está destinado a um dia reabsorver todas as coisas vivas na Terra. 

Arte de Daniel Marco


Seu habitat possivelmente é Y'qaa, uma região "cinzenta", bem abaixo da superfície do antigo continente da Hiperbórea. Também é possível que ele habite o monte Voormithadreth, onde pode ter gerado outro de seus moradores, Abhoth, cuja forma e natureza são muito semelhantes às suas. Essa semelhança levou alguns escritores a especularem que Ubbo-Sathla e Abhoth são na verdade a mesma entidade, vista em épocas diferentes sob nomes diferentes.

Ubbo-Sathla guarda consigo um conjunto de tábuas de pedra que acredita-se conterem o conhecimento dos Deuses Anciões. Essas tábuas têm sido frequentemente procuradas por feiticeiros, embora nenhum deles tenha obtido sucesso em adquiri-las.


fonte:
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28 de abril de 2022

Uvall

۞ ADM Sleipnir

Arte de YunaXD

Uvall (também Uval, Vuall, Voval, Vual, Wal, Wall) é de acordo com a demonologia um grande e poderoso duque do inferno, e possui trinta e seis legiões de demônios sob o seu comando. De acordo com a Goetia, ele é o 47º dentre os 72 espíritos de Salomão. No Dictionnaire Infernal ("Dicionário Infernal"), de Collin de Plancy, ele é listado como um anjo caído originalmente pertencente à ordem das Potestades.

Selo nº1 de Uvall

Selo n°2 de Uvall

Quando invocado, Uvall aparece diante de seu invocador primeiramente na forma de um enorme dromedário, assumindo posteriormente sob o comando do mesmo uma forma humana e falando em egípcio imperfeito. 

Uvall possui a capacidade de promover a amizade entre amigos e inimigos e o amor entre um homem e uma mulher. Além disso, ele pode predizer sobre o passado, o presente e o futuro.

Arte de Ivan Tao

Cultura Popular
    • Como Vual, ele aparece em Shakugan no Shana como um dos Lordes Carmesin, sendo um membro da organização Bal Masqué;
    • O ASW-G-47 Gundam Vual é um mobile suit introduzido no mangá Mobile Suit Gundam IRON-BLOODED ORPHANS Gekko.
    Vual em Shakugan no Shana



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    27 de abril de 2022

    Vira-roupas

    ۞ ADM Sleipnir

    Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

    O Vira-roupas é uma espécie de entidade ou duende malévolo pertencente ao folclore nordestino, em particular nos estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte. De acordo com as histórias, ele possui por hábito depredar roupas deixadas para secar nos varais. Ele as vira do avesso, arranca botões das camisas, coloca areia nos bolsos das calças, mancha de preto as roupas brancas e mancha de branco as roupas pretas.

    Dizem que o Vira-roupas possui a aparência de um homem alto e magro, e também é muito astuto e ligeiro na hora de praticar seus atos de vandalismo.

    fontes:

    • Abecedário de Personagens do Folclore Brasileiro, de Januária Cristina Alves;
    • Dicionário do Folclore Brasileiro, de Câmara Cascudo.

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    26 de abril de 2022

    Manlalayog

    ۞ ADM Sleipnir

    Arte de Justine Florentino

    Manlalayog (às vezes soletrado como Manlalayug) é uma criatura pertencente ao folclore filipino, geralmente classificada como sendo um Aswang. Ela é descrita como tendo a aparência de uma mulher comum, com exceção de seu cabelo que é tão longo que chega até os pés, podendo ainda cobrir o seu corpo. 

    Ao anoitecer, seus cabelos ficam mais longos e se tornam mais parecidos com fios de arame. Então, ela os utiliza para capturar e matar suas vítimas, apertando-as até seus ossos quebrarem e fazendo com que os fios de cabelo entrem em todos os orifícios dos corpos das mesmas.

    Acredita-se que as histórias sobre essa criatura tenham sido criadas por soldados americanos e filipinos, durante o período da ocupação japonesa das Filipinas (1942-1945), com o intuito de amedrontar e expulsar os soldados japoneses de seus esconderijos nas montanhas. Inclusive, no folclore japonês há um yokai com características semelhantes, a Hari-onago, o que pode ter facilitado as histórias a se espalharem.

    Arte de John Patrick Gañas

    fontes:

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    25 de abril de 2022

    Oi no Bakemono

    ۞ ADM Sleipnir

    Oi no bakemono (japonês 笈の化け物 ou おいのばけもの, literalmente "mochila monstro ") é um yokai do folclore japonês, e um dos muitos do tipo tsukumogami (japonês 付喪神, "espírito artefato"), surgido a partir de uma mochila de madeira (conhecida como oi) abandonada por muito tempo sem uso. Esse tipo de mochila costuma ser usada por monges budistas itinerantes, peregrinos e yamabushi (ascetas da montanha que praticam Shugendō) para transportar implementos religiosos budistas, roupas, utensílios de mesa e outros objetos necessários para longas viagens.

    Da parte superior da mochila surge uma cabeça com longos cabelos negros, que expele chamas de sua boca e carrega entre seus dentes uma lâmina de espada quebrada, enquanto na parte inferior surgem um par de pés semelhantes aos de uma ave.

    Este yokai tem sua origem no livro Ehon musha bikō (絵本武者備考), de 1749, onde é dito que ele apareceu no quarto de Ashikaga Tadayoshi - um general e administrador do governo que viveu durante o século XIV. Tadayoshi ajudou seu irmão Tadauji a estabelecer o xogunato Ashikaga, que governou o Japão por mais de 200 anos.

    Arte de LukeHorsman

    fonte:


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    22 de abril de 2022

    Ask & Embla

    ۞ ADM Sleipnir

    Arte de DustyCandy

    Ask e Embla são, de acordo com a mitologia nórdica, os dois primeiros humanos a serem criados pelos deuses. Eles são atestados tanto na Edda Poética, compilada no século XIII a partir de fontes tradicionais anteriores, quanto na Edda em Prosa, escrita no século XIII por Snorri SturlusonO nome Ask vem do antigo nórdico askr, e significa literalmente " freixo ", mas a etimologia e o significado de Embla é incerto, geralmente sendo considerado "olmo" ou "videira".

    Mito

    Ask, o primeiro homem, e Embla, a primeira mulher, foram criados por Odin e seus dois irmãos, Vili e Ve (ou Hoenir e Lodur, conforme outra versão) algum tempo após eles terem derrotado o gigante de gelo primordial YmirDe acordo com o mito, um dia enquanto caminhavam pelo litoral de Midgard, Odin e seus irmãos encontraram dois pedaços de troncos flutuando no mar e os recolheram. Eles tinham a forma de um homem e de uma mulher, mas não possuíam nenhum sinal de vida. 

    "Creazione di Askr ed Embla", por Franz Stassen 91920)


    Então os deuses decidiram dar a eles o que lhes faltava e torná-los assim verdadeiros humanos. Odin soprou neles o fôlego da vida, enquanto Vili deu-lhes consciência e movimento, e Ve deu-lhes os sentidos da fala, audição e visão. Após vesti-los com roupas adequadas, eles nomearam o homem como Ask e a mulher Embla, e definiram Midgard como sua morada.  Assim, ele se tornaram os ancestrais de toda a espécie humana.

    Uma pré-criação dos anões

    Uma estrofe que precede o relato da criação de Ask e Embla no Völuspá fornece um catálogo de anões, e a estrofe 10 tem sido considerada por estudiosos como descrevendo a criação de formas humanas da terra. Como a transição dessas estrofes para a estrofe que descreve a criação de Ask e Embla é abrupta, alguns estudiosos teorizam que os anões foram responsáveis por criar as formas iniciais de Ask e Embla, enquanto Odin e seus irmãos foram responsáveis por lhes darem o necessário para que ganhassem vida.


    fontes:
    • https://norse-mythology.org/
    • https://skjalden.com/
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    21 de abril de 2022

    Valac

    ۞ ADM Sleipnir

    Arte de Daniel Kamarudin

    Valac (também Valak, Valax, Valic, Valu, Volac, Ualac, Coolor, Doolas) é de acordo com a demonologia um presidente do inferno e possui trinta (trinta e oito segundo outras fontes) legiões de demônios sob o seu comando. De acordo com a Goetia, ele é o 62° dentre os 72 espíritos de Salomão. 

    Quando invocado, Valac aparece diante de seu invocador na forma de um querubim montado em um dragão de duas cabeças. Ele possui a capacidade de dar respostas verdadeiras sobre tesouros escondidos. Ele também revela ao seu invocador a localização de esconderijos de serpentes e as entrega completamente inofensivas ao mesmo.

    Selo de Valac

    Cultura Popular
    • Assim como outros espíritos goetianos, Valac aparece na franquia de jogos Shin Megami Tensei. Ele também aparece nos dois jogos da franquia Bloodstained;
    • O filme de terror Invocação do Mal 2 (2016) tem "Valak" como o principal antagonista, assumindo a forma de uma freira demoníaca e do "Homem Torto". No entanto, o personagem não tem nenhuma semelhança com o mito além do nome. Na interpretação do filme, o demônio é associado a cobras, buscando a possessão humana para escapar de seu confinamento dentro do mosteiro de Cartha, na Romênia. A freira mais tarde teria uma participação especial no filme de 2017 Annabelle 2: A Criação do Mal e receberia seus próprios filmes spin-off, A Freira, lançado em 7 de setembro de 2018, e O Homem Torto .
    Arte de Tim Murray
    • O filme Vampiros (1998) apresenta um personagem chamado "Valek" como o primeiro vampiro.
    • "Volac" aparece na série de quadrinhos O Mundo Sombrio de Sabrina. Na edição #7, um jovem Edward Spellman, pai de Sabrina Spellman , convoca o demônio a pedido de Alphonse Louis Constant;
    • "Ualac" aparece na história Hellboy "Box Full of Evil" como um grande antagonista;
    • Valak também aparece na primeira temporada de Shadowhunters, onde é convocado para recuperar as memórias de Clary;
    • No mangá e anime Mairimashita! Iruma-kun, um dos personagens principais é Clara Valac, uma garota demônio hiperativa que pode fazer cópias de qualquer coisa que vê.


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    20 de abril de 2022

    Ipupiara

    ۞ ADM Sleipnir

    Ipupiara ( do tupi antigo Ypupîara, "o que está dentro d'água", também chamado Igpupiara ou Hypupiara) é uma das criaturas mais antigas do folclore brasileiro, tendo sido registrada pela primeira vez no séc XVI, pelo historiador e cronista português Pero de Magalhães Gandavo. Ela era uma criatura marinha e antropófaga, que de acordo com a crônica de Gândavo, possuía “quinze palmos de comprido” (3,30 metros) e era “semeado de cabelos pelo corpo e no focinho tinha umas sedas mui grandes como bigodes”. De acordo com outro cronista colonial, o jesuíta Fernão Cardim, Ipupiaras eram seres repulsivos. Matavam as pessoas abraçando-as, beijando-as e apertando-as até as sufocar. Eles também devoravam os olhos humanos, narizes, ponta dos dedos dos pés e das mãos e também as genitálias. Existiam também na forma feminina, possuindo cabelos longos e eram muito formosas. 

    Arte de Gustavo Rinaldi

    Lenda

    Ainda segundo a crônica de Gândavo, publicada em 1575, no ano de 1564 um Ipupiara apareceu na praia de São Vicente (São Paulo), onde ficava a primeira vila brasileira, e lá aterrorizou uma jovem escrava índia chamada Irecê. Irecê, estava apaixonada por um índio chamado Andirá e ambos se encontravam à noite, na praia de São Vicente, às escondidas. Diz a história que numa noite, a caminho da praia, Irecê foi chamada por uma idosa feiticeira, que lhe repreendeu por estar enganando o bondoso capitão, Baltazar Ferreira, a quem ela era subordinada e que os monstros do mar não gostavam de mentiras. A feiticeira aconselhou Irecê a contar tudo ao capitão. 

    Decidida a fazê-lo, a jovem índia foi à praia esperar pelo barco de seu amado Andirá, que vinha provavelmente de Santos. Mas não houve mais tempo para o tal encontro: o barco já estava lá, mas Andirá havia sumido. Eis que no mesmo momento, ao lado do barco surgiu o Ipupiara, com sua ferocidade animal, para demonstrar a sua força e poder. Irecê saiu correndo em busca de ajuda, gritou na porta de Baltazar Ferreira. Tomando conhecimento da situação, o capitão pegou sua espada e foi em direção à praia, onde combateu o Ipupiara e o matou. 

    Arte de Lorena Herrero (HET)

    Dizem que o corpo do monstro ficou exposto em praça pública até o dia seguinte, para que a população o visse e se desse conta de que ele estava mesmo morto. 

    Há quem acredite que a criatura supostamente morta por Baltazar Ferreira fosse um leão-marinho, animal pouco conhecido e assustador para os índios do litoral paulista, pois raramente aparece em tais latitudes.

    Outros relatos

    Jean de Léry, em sua obra Viagem À Terra do Brasil, conta uma história relacionada ao Ipupiara, a qual ouviu diretamente dos índios Tupinambás da Guanabara no século XVI:

    (...) Não quero omitir a narração que ouvi de um deles de um episódio de pesca. Disse-me ele que, estando certa vez com outros em uma de suas canoas de pau, por tempo calmo em alto mar, surgiu um grande peixe que segurou a embarcação com as garras procurando virá-la ou meter-se dentro dela. Vendo isso, continuou o selvagem, decepei-lhe a mão com uma foice e a mão caiu dentro do barco e vimos que tinha cinco dedos como a de um homem. E o monstro, excitado pela dor pôs a cabeça fora d'água e a cabeça que era de forma humana, soltou um pequeno gemido (...).

    Estátua do Ipupiara em São Vicente, foto de Willians de Oliveira Borges

    fontes:
    • https://fantasia.fandom.com/
    • Geografia dos Mitos Brasileiros, de Câmara Cascudo;
    • As 100 Melhores Lendas do Folclore Brasileiro, de A. S. Franchini.

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    19 de abril de 2022

    Mitologia Selk'nam

    ۞ ADM Sleipnir


    Os Selk'nam (também conhecidos como Onawo ou Ona) são um povo indígena da região patagônica do sul da Argentina e do Chile, incluindo as ilhas da Terra do Fogo. Foram um dos últimos grupos nativos na América do Sul a serem encontrados por europeus migrantes no final do século XIX. Em meados do século XIX, haviam cerca de 4.000 Selk'nam; em 1919, eram 297 e, em 1930, pouco mais de 100. Hoje, são considerados extintos como uma tribo. A exploração do ouro e a introdução da agricultura na região da Terra do Fogo levaram a uma redução drástica do número de sua população; um processo que é descrito como um genocídio. O que restou de sua cultura e principalmente de sua mitologia é conhecido hoje principalmente pelos trabalhos do etnólogo austríaco Martin Gusinde e da etnóloga franco-americana Anne Chapman.

    Cosmologia

    Para os Selk'nam, o cosmos era dividido em quatro sho'on ("céus infinitos"), que representam as quatro direções cardeais : 

    • Kamuk: Céu do norte;
    • Kéikruk: Céu do Sul;
    • Kenénik: Céu Ocidental;
    • Wintek: Céu Oriental. É considerado o mais importante dos quatro sho'on, sendo a residência de Temáukel (divindade suprema Selk'nam) e fonte de tudo o que existe.

    Cada shó'on é associado a uma das estações. Kamuk simboliza a primavera e o verão, Kéikruk simboliza o inverno, Kenénik simboliza o outono e, finalmente, Wintek simboliza todas as estações e, possivelmente, até mesmo o tempo.

    Cenuke

    Deuses e espíritos

    A religião do povo Selk'nam costuma ser descrita como sendo politeísta, principalmente por causa da existência de vários personagens que geralmente são considerados divindades. No entanto, de acordo com as crenças do povo Selk'nam, apenas Temáukel é reconhecido como um deus, enquanto os demais personagens são identificados mais como ancestrais mitológicos do que como deuses. 

    Por outro lado, as características atribuídas a esses ancestrais mitológicos são típicas de seres que poderíamos chamar de deuses. Por isso, é possível considerar que a religião do povo Selk'nam era, antes, henoteísta  (culto de um único deus sem se negar a existência de outras divindades). Dessa forma, temos um ser superior, semelhante ao Deus das religiões abraâmicas, que corresponde a Temáukel; deuses mitológicos ou ancestrais chamados howenh, dos quais o primeiro a habitar a Terra foi Kenos, um espírito criador e terraformador, enviado por Temáukel; e, finalmente, Xalpen e seus subordinados, sho'orts, que eram todos espíritos cridos serem habitantes do submundo.

    Temáukel

    Temáukel, arte de Marcos Villarroel (highdarktemplar)

    Temáukel é o deus supremo do panteão Selk'nam e Haush e, em teoria, de todas as divindades Selk'nam, é o único que é considerado um deus, uma vez que as outras divindades são identificadas como ancestrais mitológicos. Ele é um deus primordial, portanto, sempre existiu. Ele mora na cúpula celestial, no céu oriental ou Wintek e é o criador dela e da Terra primitiva.

    Os Howenh 

    Shenrr, howenh do vento

    Os Howenh são na prática deuses, mas não eram reconhecidos como tais pelo povo Selk'nam, mas sim como ancestrais mitológicos, já que a única divindade era Temáukel. Os Howenh constituem as grandes forças da natureza e dos elementos terraformadores, mas antes de se tornarem tais elementos, eles existiam como humanos. 

    Entre os mais importantes estão Kenos, o primeiro howenh; Kwányip e Čénuke, howenhs do norte e sul respectivamente; Kojh, howenh do mar; Kren, howenh do sol; Kre, howenh da lua; Josh, howenh da neve; e Shenrr, howenh do vento.

    Kenos, o primeiro howenh

    Kenos foi o primeiro howenh a habitar a Terra. Ele é o criador, organizador e o civilizador na mitologia Selk'nam, e a divindade mais importante depois de Temáukel. Ele foi enviado por Temáukel da cúpula celestial para a Terra primitiva, com a missão de organizá-la e criar os ancestrais mitológicos que moldariam a Terra. 

    Kenos, arte de Gato Kumn

    Xalpen 

    Xalpen (também Jalpen ou Alpen) é um espírito feminino, equivalente ao que poderia ser considerado uma deusa do submundo, e de grande importância na cerimônia conhecida como Hain. Essa era uma cerimônia de iniciação dos jovens selknam, chamados klóketen, na qual a participação de mulheres era vedada, e portanto, a crença na existência de Xalpen só subsistia na mente delas.

    Xalpen é descrita como uma “fêmea canibal faminta e raivosa”. Ela exigia que os klóketen lhe trouxessem carne de guanaco. No entanto, em um certo ponto do Hain, ele desencadeava sua fúria e se jogava sobre os klóketen para depois comer sua carne. Usando suas unhas longas e afiadas, ela rasgava os jovens em pedaços. Além de se alimentar de carne humana, Xalpen levava os homens dos Hain , especialmente os klóketen, para o subsolo para saciar momentaneamente seus apetites sexuais, às vezes abandonando esses jovens no submundo. Enquanto tudo isso supostamente ocorria, os homens dentro do Hain se ocupavam de fazer efeitos sonoros para fazer com que as mulheres acreditassem que seus filhos estavam sendo atacados por Xalpen.   

    A cena mais importante da cerimônia Hain era quando Xalpen matava simbolicamente os klóketen, que mais tarde eram "revividos".

    Xalpen, arte de KryzzX3

    Os Sho'orts

    Os chamados Sho'orts são espíritos ditos serem companheiros de Xalpen e também integram a cerimônia Hain. Existem sete sho'orts principais: Sate, Yoisik, Wakus, Keyaisl, Talen, Pawus e Sanu. Estes representavam os pontos cardeais

    Além deles, existem muitos outros sho'orts, alguns nomeados e outros não. Os mais famosos são:

    • Kulan e Koshménk: a "esposa infiel" e o "marido corno", respectivamente; 
    • Halahache/Kotaix espírito provido de grandes chifres que simulavam torturar e matar homens;
    • Hayílan: servos dos Sho'orts que se comportavam como palhaços;
    • Tanu: irmã de Xalpen, representava sua autoridade, agindo como mensageira e testemunha do que estava acontecendo no Hain;
    • Ulen: cuja única função era entreter as mulheres com travessuras;
    Halahache, arte de Gato Kumn


    fontes:
    • https://pueblosoriginarios.com/
    • wikipedia.org
    • https://tierraorigen.cl/espiritus-selknam/
    • http://www.memoriachilena.gob.cl/602/w3-article-97552.html

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    18 de abril de 2022

    Raposa de Fogo (Tulikettu)

    ۞ ADM Sleipnir

    A Raposa de Fogo (Tulikettu, também conhecida como Tulirepo ou Tulikko) é uma criatura mítica pertencente ao folclore do norte e do leste da Finlândia. Dita habitar em esconderijos nas florestas ou nas colinas nevadas do extremo norte, ela é descrita como sendo uma raposa mágica, cuja cauda brilha como se estivesse em chamas. 

    Na Lapônia, é dito que essa criatura é a responsável por provocar o fenômeno conhecido como aurora boreal (revontulet, "fogos de raposa" na língua filnandesa) por meio de sua cauda, a qual lança faíscas quando toca galhos ou arbustos baixos enquanto ela está correndo.

    Semelhante a Fênix, só pode existir uma Tulikettu por vez. Dizem que sua pele é extremamente valiosa, e quem captura-la se tornará rico para o resto da vida. Porém ela é tão rápida quanto o vento, tornando-o praticamente impossível de ser alcançada.

    fontes:

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    15 de abril de 2022

    Agrios e Oreios

    ۞ ADM Sleipnir

    Arte de Ryan Barger

    Agrios (ou Agrius, grego: Αγριος, "selvagem") e Oreios (ou Oreus, grego: Ορειος, "da montanha") são um par de gigantes trácios presentes na mitologia grega. Eles são irmãos gêmeos, filhos de uma jovem trácia chamada Polifonte com um urso. Esse relacionamento bestial ocorreu graças a Afrodite, que amaldiçoou Polifonte por esta ter desejado se manter virgem e fugido para as montanhas para se tornar uma devota da deusa Ártemis

    Certo dia, Afrodite fez com que ela enlouquecesse e desejasse um urso, com que copulou e engravidou.  Ártemis, por sua vez, ficou enojada com o comportamento de Polifonte, e fez com que os animais selvagens se voltassem contra ela, obrigando-a a voltar para a casa de seu pai, Hipônoo. Lá,  Polifonte deu luz à Agrios e Oreios, duas crianças humanóides semelhantes a ursos. Agrios e Oreios cresceram e se tornaram grandes e dotados de imensa força. Eles não honravam nem aos deuses e nem aos homens, desprezando-os igualmente. Sempre que encontravam um estranho, eles o capturavam e o levavam para sua casa para devorá-lo. 

    Seu comportamento canibal causava a repulsa de Zeus, que acabou enviando Hermes para ir até eles e puni-los da forma que bem entendesse. Hermes decidiu que iria privar suas vidas, mas em troca cortaria suas mãos e pés. Antes que pudesse aplicar a punição, Hermes foi interrompido por Ares, de quem Polifonte era descendente por parte dos avós maternos.

    Ares convenceu Hermes a mudar de idéia, e com sua ajuda, transformou não só Polifonte, mas também Agrios, Oreios e a serva da família em pássaros. Polifonte tornou-se uma pequena coruja cuja voz é ouvida durante a noite. Ela não come nem bebe e mantém a cabeça baixa e as pontas dos pés viradas para cima. Ela é um presságio de guerra e desordem para a humanidade. Oreios tornou-se um bufo-real, um pássaro que era um sinal de mau presságio para aqueles que o vissem. Agrios foi transformado em um abutre, a ave mais detestada pelos deuses e homens. Os deuses lhe deram um desejo absoluto por carne e sangue humanos. Por último, a serva da família foi transformada em um pica-pau. Conforme ela estava mudando de forma, ela clamou aos deuses para não se tornar um pássaro mal para a humanidade. Hermes e Ares ouviram seu clamor e o atenderam, pois no fundo ela apenas fazia aquilo que seus mestres ordenavam.

    Polifonte, arte de Lunar Potion


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    14 de abril de 2022

    Crocell

     ۞ ADM Sleipnir

    Arte de Jose Munõz

    Crocell (também Procel, Procell, Pucel, Crocelli, Crokell) é de acordo com a demonologia um anjo caído, anteriormente pertencente à ordem das Potestades e agora ranqueado como grande duque do inferno, possuindo quarenta e oito legiões de demônios sob o seu comando. De acordo com a Goetia, ele é o 49º dentre os 72 espíritos de Salomão. Quando invocado, Crocell aparece diante de seu invocador sob a forma de um anjo. 

    Selo de Crocell

    Ele fala misticamente sobre coisas ocultas e secretas, e pode ensinar geometria e qualquer uma das ciências liberais. Crocell também possui a capacidade de controlar a temperatura das águas, podendo congelar instantaneamente a água fervente ou aquecer as águas tornando-as próprias para banhos termais. Ainda, a pedido do seu invocador, Crocell pode provocar sons semelhantes aos de águas violentas, geralmente com o intuito de causar agitação entre as pessoas.


    Cultura Popular
    • Assim como outros espíritos goetianos, Crocell aparece na franquia de jogos Shin Megami Tensei. Em Shin Megami Tensei: Devil Children, Crocell aparece como um demônio em uma forma semi-humana. Ele fala em um tom muito confiante e ameaçador e empunha duas lâminas de gelo que nunca derretem. A maioria de seus ataques são baseados em gelo e água;
    • Em Castlevania: Dawn of Sorrow, Procel é um demônio feminino que aparece em superfícies de água no Inferno Subterrâneo do jogo. Sua alma dá a capacidade de liberar movimento enquanto o herói está debaixo d'água;
    • No jogo Aquanox, um ser gigante parecido com um peixe chamado Crocell faz parte de uma facção de monstros marinhos sugadores de energia chamados Shaks;
    • No jogo Star Ocean: Till the End of Time, Crosell é o mais poderoso dos dragões do planeta Elicoor II. Ao contrário de outros de sua espécie, ele é totalmente senciente e despreza os humanos;
    • No jogo  Magna Carta 2, Crocell é um personagem jogável, portando o elemento fogo;
    • Em Muita Queda de Sangue, quarto livro da série Herdeiros de Alexandria de Eric Flint e Mercedes Lackey, Crocell aparece como um servo da Condessa Elizabeth Bathory no início do livro e a recebe em seu inferno pessoal no final;
    • No mangá e anime Magi: The Labirynth of Magic, Crocell é um dos Djinns pertencentes ao personagem Sinbad;.
    • No mangá e anime Mairimashita! Iruma-kun, Crocell Kerori é uma dentre os estudantes de Babyls, e um demônio que controla o elemento gelo;
    • Crocell figura ainda na trilogia literária Forsaken Comedy, de Kevin Kauffmann.
    Arte de Kevin Sidharta



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    13 de abril de 2022

    Tibungue

    ۞ ADM Sleipnir

    Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

    O Tibungue (também conhecido como Tibungue Zererê ou "Saci-Pererê de Minas Gerais") é uma criatura oriunda do folclore de Minas Gerais. Geralmente descrito como um ser de pequena estatura e com uma perna só, o Tibungue se assemelha a outra criatura bem mais famosa do nosso folclore, o Saci. Porém, o Tibungue pode ser diferenciado do mesmo pelo fato de possuir uma flecha flamejante cravada no meio de sua testa e também por não fumar um cachimbo.

    Morador das matas, o Tibungue, assim como o Saci, tem por hábito provocar travessuras em sítios e roças. Espanta animais, apaga o fogo de velas e lampiões e faz objetos sumirem. Além disso, dizem que ele tem o hábito de sequestrar e devorar crianças, o que permite classificá-lo como uma espécie de bicho-papão.

    Arte de Marcos Morce

    fontes:

    • Abecedário de Personagens do Folclore Brasileiro, de Januária Cristina Alves;
    • Dicionário do Folclore Brasileiro, de Câmara Cascudo.

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    Ruby