29 de março de 2024

Stratim

 ۞ ADM Sleipnir

Stratim (russo: Стратим) é uma ave lendária referido no Golubinaya Kniga (russo: Голубиная книга,"O Versículo sobre o Livro da Pomba"; um versículo religioso russo medieval datado do século XV) como sendo a mãe de todos os pássaros. Ela possui a forma de um pássaro com a cabeça e o peito de uma mulher, e é tão grande que suas asas podem cobrir o mundo inteiro. Esta criatura majestosa é dita viver no oceano, onde ela costumar dar luz aos seus filhos. Ela era particularmente importante para os marinheiros, pois é capaz de influenciar o clima e criar tempestades (apenas gritando) que afundariam navios com tesouros. 

Stratim é frequentemente mencionada em conexão com Stribog, o deus eslavo governante dos ventos. Segundo alguns, é na verdade o próprio Stribog quem se transforma em pássaro ao descer ao mundo humano. Outros acreditam que Stratim é uma encarnação do deus Veles, divindade padroeira do gado e das artes. 

fontes:

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27 de março de 2024

Blodeuwedd

۞ ADM Sleipnir

Arte de ironycat

Blodeuwedd (ou Blodeuedd, "rosto de flor"), é na mitologia celta/galesa a esposa do herói Lleu Llaw Gyffes, protagonista no quarto ramo do Mabinogion. Ela foi especialmente criada pelos magos Math fab Mathonwy e Gwydion com o intuito de burlar a última das maldições lançadas sobre Lleu Llaw Gyffes por sua mãe Arianrhod. Essa maldição era a de que ele jamais poderia se casar com nenhuma mulher "nascida na terra dos homens". 

Gwydion, que era irmão de Arianrhod, já havia ajudado Lleu Llaw Gyffes a se livrar de duas maldições, mas esta última em especial seria difícil para ele sozinho conseguir reverter, então buscou a ajuda de seu amigo, o rei e também poderoso mago Math fab Mathonwy. Juntos, Gwydion e Math reuniram e misturaram flores de carvalho, de giesta e de rainha-dos-prados, e após proferirem poderosos encantamentos, deram origem à Blodeuwedd. Assim que a viu, Llew Llaw Gyffes se apaixonou, e a tomou como esposa.

A Traição de Blodeuwedd

Blodeuwedd era muito bela, porém não correspondia aos sentimentos de Lleu, tanto que, um dia enquanto Lleu havia partido para visitar seu pai de criação, Gwydion, ela acabou traindo-o com um guerreiro/caçador chamado Gronw Pebr.

Blodeuwedd havia resolvido alcançar Lleu alguns dias após ele ter partido. Gronw  era o Senhor de Penllyn, e proprietário de um castelo onde Blodeuwedd decidiu passar à noite, para na manhã seguinte seguir sua viagem. Na hora do jantar, os dois tiveram uma longa conversa, e Blodeuwedd sentiu uma forte atração por Gronw. Gronw também ficou enfeitiçado com sua beleza e, assim, os dois acabaram passando a noite juntos. 

"Blodeuwedd’s Invitation to Gronw Pebr",  pintura de E. Wallcousins.
 

Blodeuwedd deveria partir no outro dia atrás de Lleu, mas Gronw não permitiu. Ela ficou mais um dia, mais um dia, mais outro, até que finalmente os amantes começaram a buscar uma maneira de permanecerem juntos para sempre. Blodeuwedd, entretanto, avisa a Gronw que seu marido é muito forte e possui poderes sobrenaturais que impedem qualquer um de matá-lo da maneira convencional. Gronw então a envia de volta para casa, com o intuito de descobrir uma maneira de matar seu marido. 

Tão logo chegou, Blodeuwedd manifestou para Lleu um falso temor por sua segurança e Lleu tranquilizou-a, revelando-lhe a única forma pela qual ele poderia ser morto. Ele só poderia ser morto se estivesse na beira de um rio, com um dos pés sobre uma banheira e outro sobre uma cabra, e nesse momento fosse ferido por uma lança cuja ponta foi batida durante um ano inteiro e no horário em que todos estão na missa.

Blodeuwedd leva esta informação para Gronw, que começou imediatamente a trabalhar na lança. Um ano depois, Blodeuwedd voltou a conversar com Lleu sobre a maneira como poderia ser morto, mas desta vez ela diz que não consegue imaginar nenhum homem ficar parado com um pé na borda de uma caldeirão e outro em uma cabra, sem perder o equilíbrio. Rindo da curiosidade de sua esposa, Lleu se dispôs a mostrá-la. Colocou o pé direito sobre o caldeirão e o outro sobre a cabra, e foi neste exato momento que ele acabou sendo golpeado pela lança preparada e atirada por Gronw. Ferido, Lleu transformou-se em uma águia que voou para longe, enquanto gritava de dor.

Arte de Alan Lee

Blodeuwedd e Gronw retornaram ao castelo, absolutamente certos que seriam felizes para sempre. Mas Gwydyon, muito triste e aborrecido com o que havia sucedido, partiu em busca de Lleu, encontrando-o empoleirado sobre uma árvore de carvalho. Após transformá-lo de volta em um humano, Gwydion levou Lleu até Math, e juntos trabalharam para recuperá-lo.

Após recobrar a saúde, Lleu exigiu ter sua vingança contra os dois traidores, e Gwydyon prontamente concordou em ajudá-lo. Reunindo um exército, Lleu foi até Gronw, que implorou por seu perdão, oferecendo-lhe qualquer coisa que ele quisesse em troca de poupar sua vida. Lleu recusa sua oferta, alegando que tudo que ele tinha agora já lhe pertencia, inclusive sua mulher. Para ficarem quites, Lleu exigiu que Gronw recebesse um golpe de sua lança, assim como o mesmo havia feito com ele. Gronw concorda em receber o golpe, com a condição de colocar uma grande pedra entre ele e Lleu. Lleu permite que Gronw faça isso e então atira a lança com tanta força que ela perfura a pedra, matando seu rival. Uma pedra furada localizada na região de Ardudwy, noroeste de Gales, é conhecida como Llech Ronw (Pedra de Gronw).

Blodeuwedd, que assistiu ao duelo,  tentou fugir mas foi alcançada por Gwydyon, seu criador. Usando sua magia, ele a transformou em uma coruja,  a criatura odiada por todos os outros pássaros, proclamando:

-Você não ousará mostrar seu rosto nunca mais à luz do dia, e isso será por causa da inimizade entre você e todos os outros pássaros. Será da natureza deles assediá-lo e desprezá-lo onde quer que o encontrem. 

fontes: 
  • SEGANFREDO, C. As Mais Originais Histórias da Mitologia Galesa. [s.l.] Artes e Ofícios, 2015.‌

  • Contos e Lendas da Mitologia Celta, de Christian Leourier;

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25 de março de 2024

Mawu-Lisa

 ۞ ADM Sleipnir

Arte de Joyce Maureira

Mawu-Lisa é uma divindade criadora pertencente à mitologia dos povos Fon, no Benin. A divindade é na verdade uma combinação de dois deuses, Mawu e Lisa, que eventualmente se fundiram formando um único ser com duas faces. Juntos, tiveram sete filhos, que se tornaram os vodun (deuses) mais importantes do panteão Fon.

A natureza dual do deus representa o equilíbrio entre os elementos opostos do universo. Mawu é o aspecto feminino da divindade, associado à maternidade, gentileza, perdão e fertilidade. Ela representa a terra, o oeste, a lua, a noite e o sol nascente. Já Lisa, o aspecto masculino, está associado à força, poder e virilidade. Ele representa o céu, o leste, o sol, o dia e o pôr do sol.

Arte de Raquel dos Reis


Mawu-Lisa é mais conhecida por assumir a criação do mundo, após sua mãe, a divindade suprema, Nanã-Buruku, se retirar. Mawu-Lisa criou os outros deuses, a terra e toda a vida. Ela também foi responsável por impor ordem ao universo e atribuir um reino diferente a cada vodun.

A Criação do Mundo

O mito da criação Fon afirma que uma grande serpente cósmica chamada Aido-Hwedo carregava Mawu-Lisa em sua boca enquanto ela moldava a terra. Os movimentos da serpente criaram as curvas da paisagem, como as colinas e vales. Onde quer que a serpente e a divindade descansassem, Aido-Hwedo deixava montes de excremento que foram usados por Mawu-Lisa para formar as montanhas.

Uma vez que Mawu-Lisa terminou de criar o mundo, ela ordenou que Aido-Hwedo se enrolasse em um círculo sob a terra para sustentá-la. Sempre que a serpente se movia, a terra tremia; quando ela girava ao redor da terra, fazia os corpos celestes se moverem. Por isso, a serpente é considerada a fonte de terremotos e outros fenômenos naturais.

Gerando deuses e criando os humanos

No primeiro dia após criar o mundo, Mawu-Lisa deu à luz sete filhos, que se tornariam os principais deuses do panteão Fon. No mesmo dia, Mawu-Lisa também criou os seres humanos com argila. No segundo dia, a divindade tornou a terra habitável para a vida humana. No terceiro dia, ela deu aos humanos a capacidade de ver e falar, enquanto no último dia, os humanos receberam as habilidades e conhecimentos de que precisariam para sobreviver.

Dividindo os domínios entre seus filhos

Mawu-Lisa então começou a dividir os reinos do mundo entre seus filhos. O filho mais velho, Sakpata, recebeu o domínio sobre a terra. Sogbo, o segundo filho, tornou-se o deus do trovão e do relâmpago. Agbe recebeu o domínio sobre os mares e toda a vida marinha. Age tornou-se o deus da caça, enquanto Gu foi nomeado o deus do ferro. Djo tornou-se o deus do ar. Mas quando Mawu-Lisa chegou ao seu sétimo e último filho, Legba, não havia mais reinos para dar. Por causa disso, Legba tornou-se o mensageiro de Mawu-Lisa - o único deus que pode viajar livremente entre todos os reinos.

Arte de Harry M Willians

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22 de março de 2024

Orang Minyak

۞ ADM Sleipnir


Orang Minyak ("homem oleoso" em malaio) é uma criatura oriunda de lendas urbanas da Malásia, dita atacar e violar mulheres virgens e solteiras durante a noite. Mencionado pela primeira vez em uma reportagem do jornal cingapuriano Berita Harian, em 12 de outubro de 1957, o Orang Minyak é geralmente descrito como uma entidade humanóide, completamente nua ou usando uma sunga preta, e com o corpo coberto por uma espécie de óleo preto. Algumas histórias dizem que sua cobertura se trata de óleo de coco misturado com fuligem. Na cultura popular, ele é muitas vezes retratado coberto de petróleo bruto, refletindo os avanços industriais locais. Sua aparência o ajuda a permanecer invisível na escuridão, além de ajudá-lo a escapar caso seja pego em flagrante e tentem segurá-lo.

Arte de denfadly

Uma versão da lenda afirma que o Orang Minyak é um feiticeiro humano que se tornou uma criatura sobrenatural através da arte das trevas. Outra versão, popularizada graças ao filme "Sumpah Orang Minyak" (A Maldição do Homem Oleoso) de 1958, o Orang Minyak era um homem que foi amaldiçoado em uma tentativa de reconquistar sua amada com magia. O diabo ofereceu ajuda ao homem, concedendo-lhe poderes das artes negras, mas apenas se ele o adorasse e viola-se 21 virgens dentro de uma semana. Como o homem não foi capaz de cumprir o trato, acabou se transformando nessa medonha criatura.

Desde os primeiros relatos na década de 50, o Orang Minyak tem sido associado a casos de estupro, levando as mulheres a usarem táticas supersticiosas para evitar o encontro com ele, como por exemplo vestir roupas suadas para "dar a aparência de alguém que tinha acabado de estar com um homem". Jornais da Malásia ocasionalmente relatam avistamentos associados ao Orang Minyak. Em 2012, moradores da aldeia de Kampung Laksamana, em Gombak, Selangor, Malásia, afirmaram ter visto e ouvido a criatura nas proximidades. Vários anos antes, jornais locais veicularam relatos sensacionalistas de um estuprador armado com faca e coberto de óleo, supostamente imitando o Orang Minyak.

O escritor, investigador e cético americano Benjamin Radford descreveu as histórias envolvendo o Orang Minyak como sendo "enraizadas em mitos e folclore" e caracterizou as supostas habilidades do mesmo como "improváveis". De acordo com Radford, "se uma pessoa realmente se cobrisse dessa forma, as mãos e os pés gordurosos tornariam difícil girar maçanetas ou correr, sem mencionar subir pelas laterais de edifícios ou agarrar um cativo lutando".

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20 de março de 2024

Thakáne, a Matadora de Dragões

 ۞ ADM Sleipnir

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

Thakáne é uma princesa e heroína de uma lenda do povo africano Basotho (também conhecido como Sotho), conhecida pela alcunha de matadora de dragões. Ela e seus irmãos mais novos eram filhos de um chefe Basotho, o qual juntamente com a sua mãe, acabaram morrendo enquanto ela e seus irmão ainda eram pequenos. Essa fatalidade fez com que Thakáne ficasse responsável por criar seus irmãos, cuidando de todas as suas necessidades até que se tornassem grandes guerreiros. 

Quando seus irmãos atingiram a maioridade, Thakáne os levou para o mophato (uma espécie de escola de treinamento de guerreiros nas montanhas). Após meses de treinamento, eles estavam prontos para se formarem, porém surgiu um problema. Era um costume do seu povo dar a um guerreiro graduado uma vestimenta e um escudo feito de peles de animais mortos por seus pais. Thakáne havia preparado peles de grandes bestas (como leões e outros predadores) para esse propósito, mas seus orgulhosos irmãos não achavam que essas peles eram boas o suficiente. Em vez disso, eles queriam a pele de um Nanaboleleuma espécie de dragão aquático, comumente representado como uma espécie de crocodilo, que emitiam uma luz fluorescente no escuro e sempre estavam cercados por uma nuvem de fumaça vermelha quando se aproximavam. Eles eram temíveis e extremamente difíceis de matar - ir atrás de um nanabolele era frequentemente considerado uma missão suicida. No entanto, Thakáne sabia que se o pai deles estivesse vivo, ele o faria. Coube a ela cumprir a tarefa em seu lugar. 


Após reunir alguns guerreiros da tribo para acompanhá-la, Thakáne partiu em sua missão. Durante sua jornada, ela cantou a seguinte canção:

“Nanabolele, nanabolele!

Meus irmãos não vão deixar o mophato, nanabolele!

Eles querem escudos de nanabolele, nanabolele!

E os sapatos que eles querem de nanabolele, nanabolele!

E as roupas que eles querem de nanabolele, nanabolele!

E chapéus que eles querem de nanabolele, nanabolele!

E lanças eles querem de nanabolele, nanabolele! ”

Tão logo Thakáne terminou de cantar, as águas de um riacho próximo se abriram e um sapo saltou para fora dele.

-Kuruu, Siga em frente! - disse o sapo para ela. Thakáne continuou indo de rio em rio, seguindo as instruções dadas por sapo após sapo, até que finalmente encontrou o rio mais largo e profundo até então. Ela cantou sua música, mas ninguém respondeu. Então ela jogou um pouco de carne, seguida por um boi inteiro, mas nada aconteceu.

Finalmente, as águas se agitaram e uma anciã surgiu, cumprimentando Thakáne e convidando-a a seguí-la. Thakáne acompanhou a anciã para dentro do rio, seguida por sua comitiva. Para sua surpresa, havia sob o rio uma aldeia, seca e respirável. Mas não havia ninguém lá. O local era vazio e silencioso como um túmulo.

- Onde estão todos, Vovó? - disse Thakáne à sua guia. 

- Ai de mim - disse a velha senhora. - Os nanaboleles devoraram todos! Adultos, crianças, gado, ovelhas, cachorros, galinhas, todos! Somente eu fui poupada, por ser velha e dura demais para comer, então eles me obrigam a fazer o trabalho deles.

- Então estamos realmente em perigo - disse Thakáne.

A anciã os instruiu a se esconderem, levando-os até um buraco profundo que ela cobriu com juncos. Pouco tempo depois de Thakáne e seus amigos terem se escondido, os Nanaboleles voltaram para a aldeia, parecendo um enorme rebanho de bois. As criaturas brilhavam, como a lua e as estrelas, mas não dormiam, farejando intensamente. "Sentimos cheiro de pessoas!" eles rosnavam. Mas não encontraram nada e, eventualmente, cansaram e foram dormir.

Essa era a oportunidade que Thakáne esperava. Ela e seus companheiros emergiram do esconderijo e, escolhendo o maior nanabolele, o massacraram rapidamente antes que ele pudesse acordar os outros. Em seguida, eles o esfolaram em silêncio e se prepararam para partir.

Arte de Jason Porath (rejectedprincesses.com)

Antes de partirem, a senhora entregou uma pequena pedra a Thakáne, dizendo-lhe: -“Os nanaboleles iram segui-los. Quando você ver uma nuvem de poeira vermelha contra o céu, eles estarão no seu encalço. Esta pedra irá te salvar deles ... ”

O amanhecer mal havia começado quando Thakáne avistou a nuvem de poeira vermelha, indicando que os Nanaboleles estavam perseguindo-os. Então, ela rapidamente deixou cair a pequena pedra no chão e ela cresceu, tornando-se uma enorme montanha. Thakáne e seus companheiros a escalaram e se refugiaram em seu topo, enquanto os Nanaboleles se esgotavam tentando escalá-la. Então, enquanto os répteis descansavam para recuperar o fôlego, a montanha encolheu e se transformou novamente em uma pequena pedra, a qual Thakáne recolheu e continuou a fugir, com os Nanaboleles perseguindo-a. 

O processo de derrubar a pedra que se transforma em montanha, escalá-la e fazer os Nanaboleles se cansarem tentando escalá-la se repetiu durante dias, até Thakáne finalmente retornar a sua tribo. Lá, ela reuniu todos os cães da aldeia e partiu para cima dos Nanaboleles, que aterrorizados, deram meia volta e correram de volta para a aldeia abandonada sob o rio. Só restava uma coisa a fazer. A pele de Nanabolele que Thakáne havia obtido foi cortada e transformada em itens de vestuário, armadura e armas, e a própria Thakáne os levou para seus irmãos no mophato. Ninguém jamais tinha visto itens tão maravilhosos, e os irmãos de Thakáne a recompensaram generosamente pelo seu esforço, dando-lhe cem cabeças de gado.

Arte de ignesfatuis

fontes:

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18 de março de 2024

Fengxi

 ۞ ADM Sleipnir

Fengxi (chinês 封豨) é um grande e monstruoso javali presente na mitologia chinesa, atestado em obras como o Huainanzi  (chinês: 淮南子,"Os Mestre de Huainan") e o Chu Ci (chinês tradicional: 楚辭; chinês simplificado: 楚辞, "Canções de Chu").

De acordo com o Huainanzi, Fengxi foi um dos seis monstros a causarem problemas a humanidade durante o reinado do Imperador Yao (um dos lendários Cinco Imperadores)Fengxi em particular causou grande devastação na região sul de Sang lin (chinês 桑林, "Floresta das Amoreiras). Ele destruiu muitas aldeias e suas terras agrícolas enquanto matava todos que encontrava pelo caminho. 

Para lidar com esses monstros, Yao enviou o valente herói Hou Yi, que havia eliminado nove dos rebeldes dez sóis, os quais quase incendiaram o mundo. Após uma batalha na Floresta das Amoreiras, Hou Yi conseguiu ferir as pernas do Fengxi com suas flechas e capturá-lo vivo. Segundo registros do Chu Ci, depois de capturar Fengxi, Hou Yi cortou sua carne, cozinhou-a e ofereceu-a ao Imperador Yao.

Cultura Popular

Fengxi aparece como um chefe no game Wo Long: Fallen Dynasty (para PlayStation 4 e 5, Xbox Series X, Series S, One, Cloud Gaming e Microsoft Windows).


Fengxi no game Wo Long: Fallen Dynasty

No capítulo 1110 do mangá One Piece, a Akuma no Mi do personagem Saint Topman Warcury foi revelada como sendo uma Zoan do modelo Houki. Embora tenha pesquisado muito, não encontrei nenhum yokai com esse nome, mas os kanjis usados para nomeá-lo são os mesmos do nome Fengxi, e a sua forma não deixa dúvidas que se trata dele.

Saint Topman Warcury em sua forma Zoan completa


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15 de março de 2024

Bakotsu

۞ ADM Sleipnir

Bakotsu (japonês 馬骨 "osso de cavalo", também Umakotsu) é um yokai do folclore japonês, retratado no Tosa Obake Zōshi (japonês 土佐お化け草紙, "Pergaminhos de Histórias de Fantasmas de Tosa") um pergaminho ilustrado datado do período Edo, cuja autoria é desconhecida, e que contém 16 histórias envolvendo yokais. Trata-se de um cavalo que se transformou em um yokai após morrer em um incêndio. 

Bakotsu é um yokai bastante obscuro, e nas poucas representações encontradas sobre ele, está caracterizado como um cavalo envolto em chamas, com sua pele queimada e ossos expostos. Em sua aparição no Tosa Obake Zōshi, o Bakotsu aparece enfrentando um yokai sapo chamado Yadomori,  e conversando sobre algo.

Cultura Popular

No capítulo 1110 do mangá One Piece, a Akuma no Mi do personagem Saint Ethanbaron V. Nusjuro foi revelada como sendo uma Zoan do modelo Bakotsu.

Colorido por Legendfr

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13 de março de 2024

Bahloo

۞ ADM Sleipnir

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

Bahloo (também conhecido como "Homem da Lua") é um espírito masculino que personifica a lua, oriundo da mitologia dos Gamilaraay (ou Kamilaroi)povo aborígene australiano cujas terras se estendem de Nova Gales do Sul ao sul de Queensland. Como a personificação da lua, Bahloo habita o céu, por onde viaja todos os dias. Durante as suas viagens, Bahloo é perseguido e cortejado por Yhi, o espírito feminino que personifica o Sol, mas ele sempre recusa suas investidas. Dizem que os eclipses ocorrem quando ela consegue alcançá-lo. Um mito conta que Yhi ordenou aos espíritos que sustentam o céu para que nunca deixassem Bahloo escapar até a Terra; caso contrário, o mundo seria mergulhado na escuridão. Apesar disso, nos mitos gamilaraay, Bahloo é dito às vezes andar na Terra. Dizem que ele faz isso ao se disfarçar como um emu.

Criando os bebês do mundo

Um mito atribui a Bahloo a função de criar os bebês humanos. Esse mito ocorre em um tempo onde Bahloo vivia na Terra juntamente com Wahn, o corvo, e Buumayamayal, o lagarto. Um dia, Wahn pediu a Bahloo para que, além de fazer novos bebês, ressuscitasse os mortos. Bahloo recusou o pedido de Wahn, deixando-o mundo chateado. Ao ver uma grande árvore de goma, Wahn pediu a Bahloo que subisse na árvore para pegar algumas larvas. Bahloo concordou e prontamente subiu na árvore. Quando viu que Bahloo já estava no topo da árvore, Wahn soprou na árvore de goma, fazendo-a crescer até o céu. Assim, Bahloo passou a viver no céu.

A origem da morte e do ódio entre homens e cobras

Outro mito envolvendo Bahloo busca explicar tanto a mortalidade do homem quanto o ódio entre homens e cobras. Neste mito, Bahloo passeava pela noite trazendo consigo três cobras de estimação (as quais ele chamava de seus "cachorros"). Ele encontra um grupo de homens e então pede a eles para levarem as cobras através de um rio para ele. Com medo das cobras, os homens recusaram o pedido, então Bahloo fez isso sozinho, com duas cobras enroladas em cada braço e uma em volta do pescoço. Ao chegar do outro lado do rio, ele jogou um pedaço de casca na água, que flutuou, e uma pedra, que afundou. Bahloo então declarou que ele próprio era como a casca, sempre ressurgindo, mas que os homens seriam como a pedra, afundando no fundo quando estivessem mortos. 

Os homens, que sempre temeram as cobras, passaram a odiá-las, e as matavam sempre que viam uma. Porém, Bahloo sempre envia mais cobras ao mundo, para lembrar as pessoas de que elas não haviam feito o que ele pediu.


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11 de março de 2024

O Menino do Boné Vermelho

۞ ADM Sleipnir

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

A lenda do Menino do Boné Vermelho é originária do município de Cristino Castro, no estado do Piauí. Trata-se de uma aparição composta por uma mulher carregando em um de seus braços uma criança vestida com um boné vermelho, enquanto uma cobra preta mama em um de seus seios. A criança chora sem parar, por estar com fome, enquanto a mulher amamenta a cobra sem se importar com ela.

Dizem que o trio costuma aparecer no município durante a última sexta-feira do ano, e que eles são na verdade os guardiões de um grande tesouro, presos a essas formas graças a uma maldição. Dizem também que se uma pessoa for corajosa o suficiente para se aproximar deles e retirar o boné da cabeça do menino, quebrará a maldição lançada sobre eles, e em gratidão, revelarão a esta pessoa a localização do tal tesouro.

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8 de março de 2024

Nerthus

۞ ADM Sleipnir


Nerthus (proto-germânico Nerþus) é uma obscura deusa pré-cristã, associada a paz e prosperidade. Ela foi venerada por algumas das tribos germânicas continentais descritas pelo historiador romano Tácito em sua obra Germânia (escrita por volta de 100 E.C.). Tácito nos fornece a seguinte descrição acerca de sua veneração:

[Os Reudigni, Aviones, Anglii, Varini, Eudoses, Saurines e Nuitones] compartilham um culto comum a Nerthus, ou Mãe Terra. Acreditam que ela participa nos assuntos humanos, cavalgando em uma carruagem entre seu povo. Em uma ilha do mar ergue-se um bosque inviolável, no qual, velada por um pano, está uma carruagem que apenas o sacerdote pode tocar. O sacerdote sente a presença da deusa neste lugar sagrado e a venera com a mais profunda reverência enquanto sua carruagem é puxada por vacas. Seguem-se dias de alegria e festividades em cada lugar que ela se digna a visitar e permanecer. Ninguém vai para a guerra, ninguém empunha armas; todos os objetos de ferro são guardados. Somente então, a paz e a tranquilidade são conhecidas e bem-vindas, até que a deusa, quando já satisfeita da convivência com os homens, seja devolvida ao seu recinto sagrado pelo sacerdote. Depois disso, a carruagem, as vestimentas e (acredite se quiser) a própria deusa, são purificadas em um lago isolado. Este serviço é realizado por escravos que são imediatamente afogados no lago. Assim, o mistério gera terror e uma piedosa relutância em perguntar o que pode ser aquela visão que só é vista por homens condenados a morrer.

O relato de Tácito foi corroborado pela arqueologia, pois uma série de descobertas demonstraram que práticas como as que ele descreveu realmente ocorreram durante o período em questão e, de fato, ainda mais longe na história dos povos germânicos. Como resumiu o filólogo Rudolf Simek, "restos de carruagens de culto e modelos dos mesmos são conhecidos a partir de achados da Idade do Ferro e gravuras em pedra confirmam a tradição de procissões de culto já na Idade do Bronze no sul da Escandinávia." 

Arte de Pollyana Jones

Essas características - a carruagem que percorre ritualmente de vila em vila e o abandono de armas durante esse tempo - são características fortemente associadas aos Vanir, divindades que presidiam "paz e abundância", durante a Era Viking. Nerthus pode ser confortavelmente agrupada com os Vanir, ou pelo menos considerada algo como uma deusa "proto-vanir".

O nome de Nerthus também sugere uma conexão com os Vanir. O nome nórdico antigo do deus Njord é exatamente como o nome proto-germânico Nerthus seria se fosse traduzido em nórdico antigo. Duas teorias principais foram propostas para explicar isso. Na primeira, Nerthus e Njord formam um par divino, muito parecido com as outras duas divindades Vanir cujos nomes são quase idênticos um ao outro, Freyr e FreyaOs proponentes desta teoria também apontam evidências da gramática e do uso plural frequente do nome "Njord" (efetivamente "os Njords") na poesia nórdica antiga. A segunda teoria argumenta que Nerthus/Njord era uma divindade hermafrodita. 

Dada a identificação feita por Tácito de Nerthus com a Mãe Terra, também é comum identificar Nerthus com Jord ("Terra" em nórdico antigo), a obscura mãe de Thor.

Arte de Milbeth Morillo

fonte:

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6 de março de 2024

Cactus Cat

۞ ADM Sleipnir

Arte de Silver Hammock

Cactus Cat ("gato cacto") é uma espécie de criatura noturna pertencente ao folclore lenhador norte americano, dita ocupar as planícies e cerrados dos estados americanos de Nevada e Arizona até o norte do México. Ela é descrita como tendo uma pelagem espessa e espinhosa, lâminas ósseas afiadas nos antebraços acima das patas dianteiras e uma cauda ramificada. Ela deve seu nome não só à sua aparência, mas também à sua dieta, a seiva do cacto cholla.

Arte de Julian Plum

Os Cactus Cats usam as lâminas dos antebraços para cortar o topo de grandes cactos em diagonal. Um desses percorre um amplo caminho circular, de 1600 metros de comprimento, cortando todos os cactos que encontra. Quando retorna ao primeiro cacto, a seiva que escorre dos cortes já fermentou em mescal (licor). O Cactus Cat lambe avidamente este mescal, e ao final do segundo circuito, ele já está completamente bêbado e cambaleia em um torpor embriagado. Ele mia e raspa suas lâminas ósseas umas contra as outras, emitindo um som que ecoa pela noite do deserto.

A espécie hoje está praticamente extinta, e uma das principais causas é a predileção dos Cactus Cats pelo mescal. Ao seguir um Cactus Cat, era possível coletar o mescal e privar a criatura de seu sustento. No entanto, esta não era uma atividade sem riscos. Ladrões flagrados no ato eram açoitados até a morte com a cauda espinhosa do Cactus Cat, deixando vergões vermelhos que se assemelhavam enganosamente aos efeitos da insolação.

Arte de silverdragon78
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4 de março de 2024

Ryūtō

۞ ADM Sleipnir

Arte de Yamer

Ryūtō (japonês 龍燈 ou りゅうとう, "lanterna de dragão") são kaika (chamas de origem misteriosa ou suspeita) que aparecem logo acima da superfície da água em noites calmas e pacíficas. Elas não criam calor, nem queimam nada. Elas são encontradas apenas em corpos d'água que abrigam dragões.

Ryūtō surgem como orbes de fogo solitárias que pairam alguns metros acima da superfície da água. Elas logo começam a se multiplicar, até que hajam incontáveis ​​bolas de fogo. Essas bolas de fogo então flutuam sem rumo ao longo da superfície d'água, esticando, encolhendo e transformando suas formas. Algumas delas afundam de volta na água. Outras flutuam no céu ou se aninham nas copas das árvores. Ao amanhecer, elas se fundem novamente em um único orbe antes de desaparecer de volta no mar.

Arte de Oliver Renomeron

Os japoneses acreditam que as Ryūtō são manifestações de luzes provocadas por dragões que residem em tais corpos d'agua. As áreas onde as Ryūtō aparecem rotineiramente geralmente possuem santuários perto deles, e as próprias luzes são consideradas sagradas. Nas noites em que as Ryūtō aparecem, as pessoas se reúnem ao longo da costa para assistir a essas chamas sagradas dançantes e mutáveis.

O santuário de Itsukushima, localizado na província de Hiroshima (antigas províncias de Bingo e Aki) não é apenas um dos santuários mais famosos do Japão, mas também um local turístico popular para ver a aparição das Ryūtō. As luzes aparecem na superfície tranquila da baía de Hiroshima por cerca de uma semana, a partir do dia de Ano Novo. Acredita-se que elas apareçam porque o santuário é dedicado aos deuses do mar e, portanto, está conectado ao deus dragão Ryujin.

Arte de Ken Ha

fonte:

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1 de março de 2024

Il-Bonn Tal-Ghar Tal-Qawra

۞ ADM Sleipnir

Arte de Joshep Bugeja

Il-Bonn Tal-Ghar Tal-Qawra ("a criatura da caverna de Qawra" em maltês, também chamada de Il-Bonn tad-Djwera, "a criatura de Dwejra") é uma criatura semelhante a uma raia dita viver em uma caverna subaquática localizada na baía de Dwejra, na Ilha de Gozo, em Malta. Dizem que muitos pescadores e mergulhadores já tentaram capturá-la ou até mesmo vê-la de perto, mas até hoje ninguém foi capaz de fazê-lo. Muitos dizem que as cavernas subaquáticas nesta região são portais para outros mundos e é por isso que talvez o Il-Bonn Tal-Ghar Tal-Qawra nunca tenha sido capturado.

Baía de Dwejra

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Ruby