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9 de julho de 2013

Namazu

۞ ADM Sleipnir


De acordo com o folclore japonês, Namazu ou Namazu-e (o segundo termo refere-se aos ukyo-e, xilogravuras*** de Namazu) é um yokai causador de terremotos. Ele é um bagre gigante que  gosta de causar problemas e estragos. Ao mover a sua cauda, Namazu é capaz de abalar a terra inteira .

Namazu pode ser detido apenas pelo deus Kashima, que com a ajuda de uma enorme pedra gravada com o ideograma “kaname ishi” (pedra fundamental), empurra o peixe contra o subsolo, imobilizando-o. No entanto, quando Kashima abaixa a sua guarda, por cansaço ou distração, acaba permitindo que Namazu possa se mover um pouco e causar novos terremotos.



No período Tokugawa (1603-1868) o bagre gigante era tido como uma divindade dos rios, associado aos desastres naturais causados ​​pela água, como inundações ou chuvas fortes. Nestas primeiras tradições no entanto, Namazu muitas vezes agia como uma premonição de perigo, advertindo as pessoas sobre uma catástrofe iminente.Terremotos, assim como aparentemente tremores de terra, eram explicados como sendo resultado do movimento das divindades ou criaturas que suportam as principais ilhas japonesas, dentre essas criaturas estão deuses, dragões, gigantes e outros. O dragão em particular era um símbolo muito antigo e poderoso, importado da China, e em tempos antigos era tido como o principal responsável pelos terremotos, no entanto, durante o século 18, o Namazu gradualmente substituiu o dragão gigante na imaginação popular. Esta mudança do dragão para o Namazu foi pequena, porque os dragões também eram associados à água e rios e por isso eram intimamente relacionados com o bagre no imaginário popular.


Durante o século 19 e depois do terremoto de Edo (atual Tóquio), em Outubro de 1855, os atos de Namazu foram vistos como um castigo da ganância humana, e acreditava-se que  ao causar esses estragos, Namazu forçava as pessoas a redistribuirem igualmente a suas riquezas. Neste papel, Namazu tornou-se yonaoshi daimyojin (o deus da correção do mundo). Nos dias de hoje é possível ver o Namazu sendo representado de uma forma mais atrativa , como por exemplo em placas de sinalização referente a prevenção de catástrofes e também em amuletos.

As imagens clássicas de Namazu (sendo hoje conhecidas mais de 300 delas) foram, principalmente, uma reação ao terremoto Edo, que tentavam retratar também os "aspectos positivos" (a redistribuição da riqueza) do terremoto. Com essas pinturas os artistas da época esperavam elevar a moral dos sobreviventes. Namazu foi usado também em sátiras, onde ele foi representado como um bom-em-nada, um covarde agindo apenas quando os deuses não estão por perto, uma referência para a aristocracia e os funcionários públicos incompetentes.

Existem várias versões do mito, com ligeiras modificações, em algumas narrativas Kashima não usa uma pedra, mas uma espada para pregar o Namazu no chão. De acordo com outra versão, é o deus Kadori quem controla o bagre, com a ajuda de uma abóbora mágica gigante. Além disso, o principal vilão pode ser representado por uma enguia gigante - Jinshin-Uwo - ou um besouro terremoto gigante - Jinshin-Mushi.

Kadori imobilizando Namazu


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2 comentários:

  1. O interessante é que esses peixes , uns bagres gigantes que originaram a lenda, realmente ficam mais agitados antes de terremotos, isso foi comprovado ciêntificamente , segundo o "monstros do rio" do discovery

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    1. É, eu também vi esse programa!Bagres são impressionantes...

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