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30 de maio de 2022

Ninshubur

۞ ADM Sleipnir

Arte de BasilBlake

Ninshubur (Ninshubar, Nincubura, Nincubur ou Ninšuburé uma deusa menor suméria, sukkal (vizir) da deusa Inanna e também servia como vizir do deus do céu An (e, por extensão, como mensageira da assembléia dos deuses, semelhante aos gregos Hermes ou Iris) . Seu nome significa "Rainha dos servos" ou "Rainha de Subartu " em sumério.

Enquanto ela é frequentemente descrita como sendo uma divindade virgem, Ninshubur também é mencionada como sendo uma das amantes de Inanna. Ela foi sincretizada com outras divindades mensageiras, mais notavelmente Ilabrat e Papsukkal. Na segunda metade do primeiro milênio a.C., este último a substituiu no papel de servo principal de An. Provavelmente devido ao sincretismo com esses outros servos de An, Ninshubur passou a ser vista como uma divindade masculina em mitos acadianos posteriores. Em um texto sumério datado do período babilônico antigo, Ninshubur aparece como sukkal de Nergal em vez de Ugur ou Ishum (ambos do sexo masculino) 

Participação nos mitos

Inanna e Enki

Ninshubur é mais conhecida por acompanhar Inanna em muitas de suas façanhas e aventuras. Juntas, elas lutaram contra os demônios enviados por Enki, logo após Inanna roubar os seus me, decretos universais de autoridade divina sabedoria, essenciais para estabelecer a sociedade e as civilizações. Após receber Inanna em seu templo e comerem e beberem juntos, Enki acaba exagerando na bebida e oferece à Inanna quase cem de seus me, os quais ela aceita sem exitar.  Entre esses me estavam o alto-sacerdócio, o trono, a arte do amor, o domínio do poder e da verdade, a cessão dos julgamentos e a capacidade de descer ao Mundo Subterrâneo e ressurgir na Terra.

Inanna engana Enki, arte de Alex Herrerías

Acabando o banquete, Inanna e Ninshubur entram na Barca do Céu e partem rumo a Uruk levando os me de Enki consigo. Ao recobrar o juízo, Enki pediu ao seu servo Isimud que lhe trouxesse os me, mas e foi então alertado que havia entregado ele próprio os me à Inanna. Enki enviou Isimud atrás de Inanna para trazê-los de volta, e quando Inanna se recusou a devolvê-los, Enki enviou seis demônios terríveis para persegui-la. Ninshubur consegue deter os demônios e proteger a Barca do Céu, permitindo que Inanna conduzisse a Barca do Céu em segurança até Uruk, onde houveram festejos nas ruas após a deusa colocar os me em seu templo sagrado. No fim Enki acaba cedendo e aceitando um tratado de paz com Inanna e sua cidade.

A descida de Inanna ao submundo

Ninshubur (esquerda) e Inanna (de pé)

Posteriormente, Inanna parte em uma viagem ao submundo para consolar sua irmã Ereshkigal, que estava de luto pela morte de seu marido Gugalannae deixa para Ninshubur instruções sobre o que fazer caso ela não retornasse em três dias. Passados os três dias, Inanna realmente não voltou, e Ninshubur passa a por em prática as ordens de sua mestra.

Primeiro, Ninshubur se veste como um mendigo, rasgando suas roupas, bagunçando seus cabelos e chorando bem alto, fazendo como que todos saibam que Inanna desapareceu. Depois, Ninshubur vai até a presença de outros deuses em busca de ajuda para resgatá-la. Primeiro, ela foi para a antiga cidade de Nippur, onde Enlil, o deus do ar e pai de todos, morava. Ao ouvir o clamor de Ninshubur, Enlil não se comoveu e recusou-se a ajudar dizendo: “Por que ela desejou ir para a terra do submundo, quando seu lugar é aqui em cima? Aqueles que vão para o reino das Trevas devem permanecer lá!” 

Em seguida, Ninshubur se aproximou do deus da lua, Nanna, que também se recusou a ajudar. “Inanna queria ir para o submundo. Há regras que devem ser seguidas lá. Ninguém que vai lá pode esperar voltar. Ela terá que ficar lá de agora em diante,” disse ele.  

Ninshubur não desistiu, e partiu em busca da ajuda de outro dos grandes deuses, Enki. Embora tenha sido enganado por Inanna anteriormente, ele foi o único que demonstrou preocupação com a situação da deusa e decidiu ajudá-la.

Enki puxou um pouco de terra debaixo de suas unhas, e com ela criou criaturas sem gênero conhecidas como Kurgarra e Galaturra. Ao Kurgarra, Enki deu o alimento da vida e ao Galaturra, a água da vida. Em seguida, instruiu-os a entrarem no submundo como moscas. Uma vez lá, eles encontrariam Ereshkigal, a rainha do submundo, gemendo como uma mulher em trabalho de parto. Ele os instruiu que, quando ela gritasse, eles deveriam ecoar seus gritos de solidariedade. Enki tinha certeza de que Ereshkigal ficaria satisfeita com os gritos de solidariedade e recompensaria o Kurgarra e o Galaturra. Quando ela oferecesse uma recompensa; eles deveriam pedir o cadáver de Inanna, e uma vez que o tivessem, deveriam borrifá-lo com o alimento e a água da vida para trazê-la de volta.

O plano de Enki funciona perfeitamente, e Inanna é trazida de volta a vida. Porém, uma vez no submundo, nem os deuses tinham permissão para sair. Para que Inanna pudesse deixar o submundo, alguém deveria ficar em seu lugar. Ereshkigal enviou seus servos demônios chamados Galla para acompanharem Inanna até a saída, e trazerem alguém para ficar em seu lugar. Ao encontrarem Ninshubur, os Galla estavam dispostos a levá-la no lugar de Inanna, mas a deusa não permitiria que eles levassem aquela que a ajudou a ser salva. Os Galla então acompanharam Inanna até a cidade de Uruk, onde Inanna encontrou seu marido Dumuzi sentado em seu trono. Dumuzi não havia lamentado por Inanna, nem pretendia devolver o trono para ela. Assim, Inanna permitiu que os Galla o levassem para o submundo.

Poema de Agushaya 

Em um mito acadiano conhecido como Poema de Agushaya ou Hino de Agushaya, Ninshubur é encarregada de fornecer a Ishtar (a contraparte acadiana de Inanna) informações sobre Ṣāltum ("discordância"), um oponente criado por Ea (contraparte acadiana de Enki) para puní-la. Uma peculiaridade deste texto são erros ortográficos recorrentes de palavras específicas na fala de Ninshubur. Embora tenha sido proposto que tais erros são simplesmente erros de escribas, o tradutor Benjamin R. Foster (1945-) assume que isso é implausível, pois todos eles ocorrem em duas linhas sucessivas, e propõe que eles foram empregados propositalmente para representar a gagueira de Ninshubur, em choque devido à natureza temível de Saltu e sua semelhança com Ishtar.

fontes:


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