31 de março de 2022

Valefor

۞ ADM Sleipnir

Arte de Anastasiya

Valefor (também chamado Valefar, Valafar, Malaphar, Malephar) é de acordo com a demonologia um poderoso duque do inferno e possui dez legiões de demônios sob o seu comando. De acordo com a Goetia, ele é o 6° dentre os 72 espíritos de Salomão. 

Quando invocado, Valefor pode aparecer diante de seu invocador como um leão com cabeça de burro e gritando ou como um homem com pele esverdeada e um par de asas brancas.Valefor é perito em medicina oculta, sendo capaz de curar todos e quaisquer males magicamente. Ele também é dito conceder bons espíritos familiares. 

Arte de Michael Sugianto

Grimorium Verum, supostamente escrito por "Alibeck, o Egípcio", em Mênfis em 1517, nomeia Valefor como o "Duque dos Ladrões". Dizem que ele concede ao seu invocador destreza com as mãos, tornando-o especialista na arte do roubo. Enquanto o mesmo não for pego em seus roubos, Valefor permanece leal e o ajuda, mas uma vez que isso aconteça, ele o abandonará imediatamente. 


Selo de Valefor

Cultura Popular

  • Assim como outros espíritos goetianos, Valefor aparece na franquia de jogos Shin Megami Tensei, além de aparecer em Final Fantasy XI online e como um boss na franquia Bloodstained;
  • Em Final Fantasy III DS, Valefor é o nome de um monstro comum reptiliano;
  • Em Final Fantasy X, Valefor é o nome de um dos Aeons invocados pela personagem Yuna;
  • Valefor também nomeia um boss no game Maplestory;
  • No RPG In Nomine, Valefor é o "Príncipe Demônio do Roubo";
  • Em Super Robot Wars Compact 3 e Super Robot Wars Original Generations, Valefor dá nome a um mecha inimigo; 
  • Koa'ki Meiru Valafar é o nome de um monstro de fogo/demônio (tipo demônio) no cardgame Yu-Gi-Oh!;
  • No card game Future Card Buddyfight, há um card de monstro chamado Demon Realm Death Metal, Valefar.
  • No mangá e anime Magi: The Labirynth of Magic, Valefor é um dos Djinns pertencentes ao personagem Sinbad;
Yuna e Valefor, arte de Felipe Castro



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30 de março de 2022

Queijo do Céu

 ۞ ADM Sleipnir

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

O Queijo do Céu é uma lenda famosa no estado de Pernambuco, e também conhecida nos estados da Bahia e Minas Gerais. Trata-se de um queijo grande e saboroso feito pelos anjos, e que existe apenas no paraíso. Sua principal característica, porém, é que ele só pode ser cortado e servido por homens que durante sua vida foram fiéis a suas esposas. 

O Queijo do Céu é um símbolo de fidelidade entre os casais, além de um símbolo religioso presente nos andores de São Lúcio e Santa Bona, casal de santos portugueses conhecidos como "Bem Casados".

Era um costume antigo dizer "Você pensa que vai partir o Queijo do Céu?" para pessoas muito certinhas ou para homens que evitavam acompanhar outros que tinham o costume de trair suas esposas.

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

fontes:

  • Dicionário do Folclore Brasileiro, de Câmara Cascudo;
  • Abecedário de Personagens do Folclore Brasileiro, de Januária Cristina Alves.

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29 de março de 2022

Kage-onna

۞ ADM Sleipnir

Arte de Matthew Meyer

Kage-onna (japonês 影女 ou かげおんな, "mulher sombra") é um yokai do folclore japonês, descrito como uma sombra na forma de uma mulher (geralmente jovem, ocasionalmente aparecendo como uma senhora) e projetada em paredes, janelas e portas, sem haver nenhuma pessoa a qual esta sombra possa pertencer. Geralmente, a sombra é projetada de fora da casa, por intermédio da luz da lua, sendo portanto mais comum de aparecer em casas tradicionais (com portas e janelas corrediças de papel (Shōji)).

Arte de Nariyuki Shimamoto

Embora se deparar com sombras de pessoas que não deveriam existir seja assustador, Kage-onnas são yokais inofensivos. Não emitem nenhum tipo de som e nem mesmo interagem com a casa onde assombram ou com seus moradores. No entanto, a tradição popular diz que uma casa onde uma Kage-onna é vista provavelmente é ou será assombrada por outros yokais.

Cultura Popular

Kage-onna foi ilustrada por Toriyama Sekien em seu livro Konjaku Hyakki Shūi (今昔百鬼拾遺, "Apêndice aos Cem Demônios do Presente e do Passado"), o 3° de sua famosa série. Também é um dos muitos yokais presentes no clássico mangá/anime GeGeGe no Kitarō, criado por Shigeru Mizuki em 1960. 

fontes:


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28 de março de 2022

Eodugsini

۞ ADM Sleipnir

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

Eodugsini (coreano 어둑시니, "escuro"; também Eoduksini, Eotukshini) é uma criatura ou espírito presente em contos populares coreanos, e que parece se tratar da personificação do medo das pessoas em relação à escuridão. Conta-se que o Eodugsini fica à espreita em meio a escuridão, e caso uma pessoa olhe diretamente para ele, ele começa a aumentar de tamanho. Quando finalmente atingir um tamanho muito maior que a pessoa, o Eodugsini a esmaga. Por outro lado, caso a pessoa evite o contato visual com ele, aos poucos o Eodugsini diminui de tamanho até desaparecer por completo.

O folclore japonês possui um yokai com um comportamento semelhante, chamado Mikoshi nyūdō (japonês 見越入道 ou みこしにゅうどう). Este yokai possui a aparência de um monge, e aparece diante de viajantes solitários em ruas desertas, cruzamentos ou pontes. Assim que uma pessoa olha para ele, o Mikoshi nyūdō aumenta de tamanho, causando um susto que chega a fazer sua vítima cair no chão. No momento que sua vítima cai, ele a ataca e a mata mordendo sua garganta. Ao contrário do Eodugsini, o Mikoshi nyūdō não pode ser ignorado. Se a pessoa tentar fugir dele ou passar despercebida, ele a atacará com suas garras, lançando galhos de bambu ou mesmo esmagando-as. É necessário encará-lo de frente, olhando-o da cabeça até a ponta dos pés,  e não demonstrar nenhum medo enquanto o faz. Dessa forma, o Mikoshi nyūdō acaba desaparecendo e o viajante poderá seguir seu caminho em paz.

Mikoshi nyūdō 

fontes:
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25 de março de 2022

Atabey

۞ ADM Sleipnir


Atabey (também conhecida como Atabei, Atabeyra, Atabex) é a divindade (zemi) suprema dos Taínos, indígenas pré-colombianos que habitavam as Bahamas, as Grandes Antilhas e as Pequenas Antilhas do Norte, no Caribe. Ela era cultuada como a deusa das águas doces e horizontais (lagos, riachos, rios) e da fertilidade, sendo também considerada o espírito da Terra e relacionada à provisão da vida. As mulheres taino rezavam para ela afim de garantir um parto seguro. 

Atabey se manifesta em múltiplos aspectos principalmente como a mãe amorosa, mas também como Caguana, o espírito do amor e Guabancex (também conhecida como Gua Ban Ceh)a mãe selvagem das tempestades e dos desastres naturais. Ela era mais comumente representada na posição de parto, representando uma figura materna estimulante. As representações de Atabey em petróglifos lembram os sapos Coqui das Ilhas Virgens, também considerados sagrados pelos Taínos.


O Mito de criação Taíno

No início existia somente Atabey e nada mais, até que ela criou os céus. Depois, ela gerou sozinha seus dois filhos, Yúcahu e Guacar, e deixou a cargo deles a tarefar de completar a criação. Yúcahu então assumiu o protagonismo no processo de criação do mundo, criando o sol, a lua, as estrelas, a vegetação, os animais e ainda o primeiro homem, Locuo.

Guacar, por outro lado, ficou com ciúmes da obra de seu irmão, e transformou-se no espírito maligno, Juracán (ou Furacão). Com a ajuda de sua esposa, Guabancex (deusa das tempestades e um aspecto de sua mãe Atabey) e seus dois filhos (representações dos trovões e relâmpagos) ele provocou ventos tempestuosos catastróficos para destruir a criação de seu irmão. Suas tempestades furiosas mataram animais e destruíram as colheitas de Locuo, mas ele não conseguiu destruir a Terra. Locuo orou aos deuses para poupá-lo para que sua família fosse salva, e o primeiro mito do furacão caribenho nasceu.
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24 de março de 2022

Bune

۞ ADM Sleipnir

Arte de cain-cross

Bune (também Bime, Bim) é de acordo com a demonologia um grande, forte e poderoso duque do inferno, e possui trinta legiões de demônios sob o seu comando. De acordo com a Goetia, ele é o 26º dentre os 72 espíritos de Salomão. Quando invocado, Bune aparece diante de seu invocador como um dragão de três cabeças: uma humana, uma de um grifo e a última de um  cachorro, e fala com uma voz alta e agradável. 

Selo nº1 de Bune

Selo nº2 de Bune

Bune responde corretamente a qualquer questão que lhe for feita ou requisitada. Ele também pode tornar homens ricos e torná-los sábios e eloquentes. Ainda, Bune possui o dom de mover os corpos dos mortos de lugar, e fazer com que seus espíritos ascendam acima de seus sepulcros.

Arte de xeirmerrick

Cultura Popular
  • Assim como outros espíritos goetianos, Bune aparece na franquia de jogos Shin Megami Tensei. Ele também aparece em Final Fantasy XI online;
  • No anime High School DxD, o clã Bune é um dos clãs demoníacos dos 72 Pilares que foram extintos. O poder característico do clã era a draconificação, ou seja, a capacidade de se transformar em dragões;
  • No anime/mangá Slayers, o personagem Garv foi baseado em Bune.
Arte de hiro morino



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23 de março de 2022

Pilão-de-fogo

 ۞ ADM Sleipnir

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

O Pilão-de-fogo é uma assombração do folclore paulista, oriunda do período do Ciclo do Café no Brasil. Trata-se de um grande pilão que aparece subitamente em meio as estradas durante a noite, atrapalhando viajantes e tropeiros e até mesmo perseguindo-os. Enquanto rola pela estrada, o pilão produz um som semelhante ao de algo sendo socado em seu interior, e por vezes, expele chamas de sua boca.

Na cidade de Alto do Cruzeiro, Paraitinga, dizem os mais antigos moradores que o Pilão-de-fogo costumava aparecer altas horas da madrugada, reproduzindo um forte som de socação que deixava todos apavorados. Os curiosos que resolviam checar a origem do som se deparavam com o Pilão rolando rua abaixo, cuspindo fogo e passando por cima de tudo que encontrava pela frente. Ao chegar ao final da rua, o Pilão desaparecia misteriosamente. Uma cruz foi instalada no local com o intuito de repelir as aparições do Pilão, e desde sua instalação, dizem que ele jamais tornou a aparecer.

Alguns atribuem a origem dessa assombração aos espíritos dos escravos que eram maltratados pelos seus senhores. Já outros, como por exemplo o folclorista Câmara Cascudo, a associam ao Boitatá (Batatá. Batatão), como sendo uma de suas variantes.

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

fontes:





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22 de março de 2022

Deildegast

۞ ADM Sleipnir

Arte de Ole Marius Joergensen

Deildegast (norueguês, algo como "fantasma da pedra da fronteira") é uma espécie de fantasma presente no folclore norueguês, dito assombrar regiões onde pedras marcadoras de fronteiras foram movidas de lugar por ele enquanto era vivo. Aqueles que movem tais pedras de lugar geralmente o fazem com o propósito de aumentar o tamanho de suas propriedades, agindo ilegalmente e desonestamente com seus vizinhos.

De acordo com o folclore, aquele que pratica esse ato em vida acaba sendo impedido de passar para o outro mundo após sua morte, ficando preso ao mundo dos vivos e ao local para onde moveu a pedra. A única forma de um Deildegast conseguir fazer sua passagem para o além é retornar a pedra de fronteira ao seu local original, porém isso é impossível para ele, pois ele é amaldiçoado para que a pedra sempre escorregue e caia de suas mãos enquanto tenta movê-la.

Em relação a sua aparência, um Deildegast se assemelha a um humano comum, porém suas roupas costumam ser de épocas antigas, indicando que esse espírito está preso à sua maldição há muito tempo. Dizem que ele pode assumir a forma de um pássaro, na maioria das vezes uma coruja, chamada de gasten pela população local. 

O folclore envolvendo o Deildegast parece cumprir uma função social, uma vez que a ameaça de se tornar um é (ou pelo menos era) capaz de dissuadir qualquer tentativa de mover pedras da fronteira, mantendo disputas de terra sob controle. Da mesma forma, saber que aqueles que movem pedras de fronteira serão punidos após a morte pode fazer com que aqueles que foram prejudicados pelo ato desistam de obter vingança físicas contra os mesmos em vida.

Paralelos em outros folclores

No folclore flamengo/holandês há os Vuurmannen, que por moverem pedras de fronteiras durante a vida, foram punidos após a morte tornando-se espíritos flamejantes (por vezes descritos como bolas de fogo ou como homens com olhos e gargantas flamejantes) que vagam sem rumo em meio a pântanos. Já no folclore croata há os Krivomjeripessoas desonestas que moviam marcos de fronteira ou falsificavam os limites legais de seu domínio, para reivindicar terras que pertenciam a outros. Após suas mortes, eles estão condenados a medir a terra que adulteraram, restituindo suas medidas ao tamanho original. Somente após cumprirem sua tarefa, eles podem passar para a vida após a morte. Krivomjeri são descritos como espíritos invisíveis, porém carregam consigo velas cuja a luz pode ser vista pelas pessoas. Além disso, reproduzem sons de correntes se batendo enquanto caminham.

Krivomjeri, arte de Alexandru Munteanu

fontes:

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21 de março de 2022

Joyboy

 ۞ ADM Sleipnir

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

Joyboy (literalmente "menino alegre") é o nome de um personagem oriundo do folclore caribenho, dito ser o espírito que personifica a necessidade humana de dançar, cantar e de se alegrar. Dizem que ele sorri perpetuamente para todas as fraquezas e problemas da humanidade, e cura os problemas humanos através de um ritmo irresistível reproduzido pelo seu tambor. Quem ouve a música tocada por Joyboy é automaticamente obrigado a dançar e cantar junto, até sacudir o "manto negro do desespero" dos seus ombros. Alguns músicos de jazz já alegaram terem capturado os ritmos do Joyboy, mas suas tentativas de reproduzir seus efeitos mágicos jamais chegaram perto de ocorrer.

Joyboy não é um personagem muito famoso, e o pouco que se sabe a seu respeito provém de tradição oral e de canções, em particular no Haiti. Os autores Michael Page e Robert Ingpen em seu livro The Encyclopedia of Things That Never Were dizem que é provável que Joyboy tenha migrado da Africa Ocidental para o Caribe através dos escravos.

Ilustração de Joyboy no livro The Encyclopedia of Things That Never Were

O nome Joyboy ganhou bastante notoriedade na cultura popular graças ao mangá e anime One Piece, onde foi citado várias vezes ao longo dos anos. No capítulo 1043 do mangá, foi revelado pelo elefante gigante Zunisha que Joyboy havia retornado, e ele referia-se ao protagonista Monkey D. Luffy que acabava de ser derrotado e dado como morto pelo vilão Kaido. Isso ocorre enquanto Luffy "retorna a vida", com as batidas de seu coração reproduzido o som dos chamados "Tambores da Libertação", e despertando sua Akuma no Mi, a Hito Hito no Mi, Modelo: Nika.


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18 de março de 2022

Vampiros Estelares

۞ ADM Sleipnir

Arte de Cynthia Grillo

Os Vampiros Estelares (também conhecidos como "Cambaleantes das estrelas") são uma raça de criaturas extraterrestres presente nos Mitos de Cthulhu, aparecendo pela primeira vez em 1935 na revista pulp Weird Tales no conto de Robert Bloch, "The Shambler from the Stars".

Normalmente invisíveis, os Vampiros Estelares são sugadores de sangue vorazes, tornando-se visíveis e com uma coloração vermelha viva quando seus corpos estão cheios do sangue de suas vítimas. Sua forma é como a de uma água-viva sem cabeça ou quaisquer características faciais visíveis além de sua enorme boca. Eles possuem múltiplos tentáculos musculares, cada um forte o suficiente para esmagar um homem até a morte e terminam em ventosas com as quais eles drenam o sangue de suas vítimas. 

Arte de Neothera

Os vampiros estelares habitam o espaço sideral e geralmente só passam pela Terra caso sejam convocados por um feiticeiro, por intermédio de um feitiço descrito pelo alquimista e necromante Ludwig Prinn em seu grimório, De Vermis Mysteriis. Se aquele que lançou o feitiço para invocar uma dessas criaturas for poderoso o suficiente, obterá do vampiro estelar sua lealdade eterna, passando a contar com sua proteção invisível (semelhante a um espírito ou demônio familiar). Porém, se um feiticeiro inexperiente tentar convocar um vampiro estelar, a criatura iria aparecer diante dele e matá-lo drenando todo o seu sangue, retornando em seguida para o espaço. Os vampiros estelares parecem sempre anunciar sua presença com uma risada monstruosa.


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17 de março de 2022

Samigina

۞ ADM Sleipnir

Arte de Loreto Diaz

Samigina (também Gamigin, Gamign ou Gamygyn) é de acordo com a demonologia um grande marquês do inferno e possui trinta legiões de demônios sob o seu comando. De acordo com a Goetia, ele é o 4° dentre os 72 espíritos de Salomão. 

Quando invocado, Samigina aparece diante de seu invocador na forma de um pequeno cavalo ou burro, assumindo posteriormente uma forma humana caso seja comandado a fazê-lo. Ele fala com uma voz rouca.

Selo de Samigina

Samigina ensina todas as ciências liberais e dá notícias sobre pessoas que morreram em pecado. Ele pode também convocar as almas daqueles que estão no purgatório e também de pessoas que morreram afogadas no mar. Essas almas aparecem diante de seu invocador como corpos aéreos e podem responder à perguntas feitas pelo mesmo. Samigina permanece ao lado de seu invocador até que todas as suas necessidades tenham sido atendidas.

Cultura popular
  • Assim como outros espíritos goetianos, Samigina, geralmente chamado de Gamigin, aparece na franquia de jogos Shin Megami Tensei. Ele aparece ainda na franquia Dragon Quest e nos jogos Final Fantasy XI online e Bloodstained: Ritual of the Night;
  • No anime High School DxD, o clã Gamigin é um dos 32 clãs demoníacos remanescentes dos 72 Pilares. Seu membro mais proeminente é Naud Gamigin;
  • Um ransonware criptografador de dados recebeu o nome de Gamigin.
Arte de Michael Sugianto



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16 de março de 2022

Mulher de Sete Metros

۞ ADM Sleipnir

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

A Mulher de Sete Metros é uma famosa assombração pertencente ao folclore mineiro, em particular da cidade de Montes Claros. Surgida em meados dos anos 70, dizem que ela costuma aparecer durante a noite (principalmente durante o período da Quaresma) vestida de preto, sendo tão alta que não é possível enxergar seu rosto, e um ônibus poderia passar entre suas pernas sem nenhuma dificuldade.

Dizem que ela é a alma penada de uma rica e finada fazendeira (algumas fontes lhe atribuem o nome de Lavi Lopes), dona de muitos escravos, e que em vida era bastante perversa. Tinha por costume jogar óleo fervente nos seus escravos quando estes não faziam seus trabalhos de acordo com o seu altíssimo padrão de exigência. Também gostava de pisar com seu salto no braço dos filhos das suas escravas enquanto esses engatinhavam, quebrando-lhes os braços e não permitindo que estes fossem tratados.

Algumas histórias dizem que a Mulher de Sete Metros não faz nada além de caminhar pela cidade, e caso alguém tente persegui-la, mais distante ela fica da pessoa, tornando impossível a aproximação. Outras histórias afirmam que ela ataca as pessoas jogando água fervente nelas e pisoteando-as com o seus enormes saltos, da mesma forma que costumava fazer com seus escravos em vida.

Uma completa invenção?

O jornalista João Carlos de Queiroz afirma que, na realidade, a Mulher de Sete Metros é uma invenção inteiramente sua, numa estratégia que visava fazer com que a empresa de transportes local estendesse a linha dos ônibus até o bairro, que na época era muito afastado e obrigava os moradores a subirem um perigoso barranco para conseguirem pegar os ônibus. Confira o relato completo do jornalista no link abaixo: 


Invenção ou não, a Mulher de Sete Metros já faz parte do folclore local à décadas. Inclusive, réplicas suas costumam ser confeccionadas e utilizadas como bonecos para ser espancadas na malhação de Judas. Ela também não ficou restrita à Minas Gerais, com histórias de supostas aparições relatadas por exemplo em Juazeiro, na Bahia.

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)


fontes:
  • https://contosassombrosos.blogspot.com/2012/11/a-mulher-de-sete-metros.html
  • https://www.facebook.com/HETthePumpking/photos/a.2077965938969534/2109869715779156/

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15 de março de 2022

Os Yokais das Cinzas de Tohoku

۞ ADM Sleipnir

Akubōzu, arte de な ん ば き び 

A região de Tohoku (東北地方), localizada ao nordeste do Japão, por algum motivo peculiar possui várias histórias sobre yokais que surgem quando alguém resolve brincar com as cinzas de uma lareira.

Na prefeitura de Akita (em particular nos distritos de  Senboku-gun e Ogatsu-gun)  e também na província de Iwate, um yokai chamado Akubōzu (japonês 灰坊主 ou あくぼうず, literalmente "monge das cinzas") é dito viver nas lareiras e aparece quando alguém se aproxima delas para brincar com suas cinzas. Além disso, no distrito de Kunohe-gun em Iwate, é dito que Akubōzu também aparece se você tomar banho duas vezes, comer arroz oferecido em um altar budista ou, para deixar tudo mais esquisito, se você entrar no banheiro completamente nu.

No distrito de Ninohe-gun, também na prefeitura de Iwate, aqueles que brincam com as cinzas de uma lareira são arrastados para dentro dela e devorados por um yokai chamado Amanesaku (アマネサク). Este yokai em particular é as vezes referido como sendo uma espécie de Amanojaku (yokais perversos, considerados deuses malignos ou demônios (onis)). Em Tono, ainda em Iwate, um yokai chamado Boko (ボコ) ataca as pessoas quando estas cavam as cinzas das lareiras. Este yokai é citado pelo folclorista Kunio Yanagita (1875-1962), em seu livro "Tono Monogatari Hosho".

Na prefeitura de Aomori, localizada no extremo norte da ilha de Honshu, há o  Agubanba (あぐばんば), um yokai descrito como um homem idoso com uma boca localizada acima de sua cabeça, e que também devora aqueles que mexem nas cinzas

Não encontrei nenhuma explicação plausível para a existência de tantas histórias sobre yokais ligados as cinzas em uma só região. Presumo que a intenção era manter as crianças longe de fornalhas e lareiras, mas o porquê de tantos diferentes e concentrados em Tohoku é um mistério.

Arte de Rariatoo

fontes:



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Ruby