31 de agosto de 2022

Quem-te-dera

۞ ADM Sleipnir

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

Quem-te-dera é um personagem pertencente ao folclore do município de Irituia, no Pará, e cuja lenda teve origem entre as décadas de 40 e 60. Conta-se que ela era uma mulher possuidora de poderes sobrenaturais e que os usava para fazer com que qualquer homem se dobrasse diante de seus pés e servisse como sua montaria, com direito a usar cabresto e sela. Casados, solteiros, fortes ou fracos, não importa que tipo de homem fosse, qualquer um que cruzasse seu caminho durante a noite corria sério risco de ser pego por ela e submetido aos seus caprichos.

Aqueles dominados pela Quem-te-dera eram obrigados por ela a percorrerem grandes distâncias, sempre carregando-a em suas costas, e durante todo o percurso, recebiam dela severas chicotadas. No dia seguinte, suas vítimas eram encontradas cheias de feridas devido aos açoites que recebiam e também por terem que caminhar de quatro a noite toda como um animal. Logo perguntavam ao pobre coitado: -Mas quem te dera? E por esse nome, a maligna figura ficou conhecida.

Segundo relatos de pessoas que viveram naquela época, a Quem-te-dera não era uma assombração, mas uma pessoa real (embora ninguém conheça sua identidade real) que tinha casa, emprego e familiares na cidade. Muitos diziam que ela tinha pacto com a Besta-Fera, outros que sua mãe a entregou ao diabo. O fato era que a Quem-te-dera tinha uma força sobrenatural, mesmo sendo baixa e franzina, e não abaixava a cabeça pra ninguém. Alguns dizem que ela viveu por muitas décadas, morrendo bem idosa mas sempre fazendo de cavalo quem quisesse ou lhe desafiasse. Outros chegam a dizer que mesmo depois de morta, o espírito da mulher não sossegou, pois relatos de homens feitos de cavalos ainda continuaram a surgir em Irituia mesmo após sua morte.

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)


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30 de agosto de 2022

Delfim

 ۞ ADM Sleipnir

Arte de Oleksii Gnievyshev

Delfim (do grego Δελφιν, "golfinho") era na mitologia grega um daimon do mar em forma de golfinho a serviço de Poseidon. Sua participação nos mitos gregos ocorre na história sobre como o deus dos mares se uniu à nereida Anfitrite.

Quando Poseidon procurou pela primeira vez a mão de Anfitrite em casamento, ela o rejeitou, e desejando proteger sua virgindade, ela fugiu de seus avanços escondendo-se perto de Atlas, no córrego do oceano, nos confins da terra. Delfim foi enviado para encontrá-la e convencê-la a voltar e se casar com o deus. Eventualmente, Delfim obteve sucesso em sua tarefa, e por gratidão ao seu serviço, Poseidon colocou-o entre as estrelas como a constelação de Delfim.


fonte:
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29 de agosto de 2022

Mut

۞ADM Sleipnir

Arte de Gavin Wynford

Mut (egípcio Mwt, também chamada de Maut) era na mitologia egípcia a deusa mãe protetora da cidade de Tebas (4º nomo do Alto Egito, conhecida pelos egípcios como Waset). Seu nome em egípcio, Mwt, significa tanto "mãe" como "abutre", e isso se deve ao fato de que os antigos egípcios consideravam o abutre uma mãe protetora e nutridora.

Mut era retratada como uma mulher, às vezes alada, ou como um abutre, geralmente usando coroas reais egípcias - ela costumava ser mostrada usando a coroa dupla do Egito ou o cocar de abutre das rainhas do Novo Reino. Ocasionalmente, ela era retratada como um homem, em parte porque um de seus títulos era "Mut, Aquela Que Dá A Luz, Mas Ela Mesma Não Nasceu de Ninguém", e em parte devido à crença supersticiosa de que na verdade não existiam urubus machos (o macho é quase idêntico em aparência à fêmea). Mais tarde, ao assumir os atributos de outras deusas egípcias, Mut acabou sendo retratada como uma mulher com cabeça de leoa, vaca ou cobra.

Mut substituiu a esposa anterior de Amon, Amanuet ("A Oculta") durante o Reino Intermediário. Acreditava-se que Mut existia desde os tempos primitivos, existindo ao lado de Nun, as águas primitivas (possivelmente porque ela substituiu Amaunet, que era um dos antigos deuses da ogdóade que viviam nas águas).

Arte de solar-sea

Ela foi inicialmente adorada como uma divindade local, mas ganhou destaque como a rainha dos deuses quando seu marido, Amon, se tornou o principal deus nacional durante o Novo Reino. Tebas se tornou a capital do Egito, e os deuses tebanos se tornaram os deuses nacionais. Como resultado, Mut também foi intimamente associada à rainha, a mãe da nação. Ela era particularmente popular entre as rainhas das dinastias XVIII e XIX, mais notavelmente a faraó Hatshepsut e Nefertari Merytnmut (“Nefertari, Amada de Mut”), a esposa principal de Ramessés II.

Quando Amon se fundiu com o deus do sol Ra tornando-se Amon-Ra, Mut herdou o título de “Olho de Ra” (título esse também associado à Sekhmet, Hathor, Tefnut, Bastet e Wadjet, entre outras deusas). O “Olho de Ra” era a filha de Ra na forma de um leão que personificava o forte calor do sol. No entanto, Mut também era “Mãe do Sol em Quem Ele Nasce” - tornando-a tanto mãe quanto filha do deus sol. Originalmente, Montu (o deus da guerra tebano) era considerado filho deles, mas foi substituído por Khonsu (o deus da lua). A tríade tebana formada por Amon, Mut e Khonsu foi adorada no templo de Amon em Luxor (Ipet-Resyt). Embora sua adoração se concentrasse em Tebas, ela também era adorada em Djannet (Tanis), Zau (Sais), no Oásis de Carga e em Dakhla.


Mut também estava intimamente associada a várias outras deusas, como Ísis e Nut, e era adorada como membro de várias divindades compostas. Ao lado de Ísis e Nekhbet, ela formava a divindade chamada Mut-Isis-Nekhbet, a Grande Mãe e Senhora. Ela era uma deusa alada com pés leoninos, um pênis ereto e três cabeças (a cabeça de uma leoa usando o cocar de plumas duplas de Min, a cabeça de uma mulher usando a coroa dupla do Egito e a cabeça de um abutre usando a coroa vermelha de Baixo Egito). Com Bastet e Sekhmet, ela formava Sekhmet-Bast-Ra, outra divindade de três cabeças (a cabeça de um leão com um cocar emplumado, uma mulher usando a coroa dupla e um abutre usando um cocar emplumado duplo). Nessa forma, ela é descrita no Livro dos Mortos, protegendo os mortos de serem perturbados. Ela também foi adorada como Mut-Wadjet-Bast, Mut-Temt e Mut-Sekhmet-Bast-Menhet.

Durante o Império Novo, um dos feriados mais populares era o Festival de Mut em Tebas. Uma estátua da deusa era colocada em uma barca e navegava ao redor do Isheru (um lago sagrado na forma de uma pequena lua crescente localizado em seu templo em Karnak). Também havia uma celebração durante o festival de Ano Novo, quando a estátua de Amon viajava de seu templo em Luxor até Karnak para visitá-la. Originalmente, ela era dedicada à deusa da fertilidade Opet (possivelmente um aspecto de Taweret), como uma forma de garantir a fertilidade para o ano seguinte. O templo de Mut, Hwt-Mwt (“a propriedade de Mut”) era situado ao sul do grande templo de Amon-Ra, com uma avenida de esfinges se aproximando dele. Lá ela era adorada como “Mut, a Grande Senhora de Isheru, a Senhora do Céu, a Rainha dos Deuses”. Estranhamente, há poucas representações dela em sua forma de abutre neste templo. No entanto, existem inúmeras representações dela como Sekhmet, o "Olho de Ra" - várias das quais parecem ter sido transportadas do templo funerário de Amenhotep III na margem oeste. Pensa-se que o templo foi inicialmente estabelecido pelos faraós Hatshepsut e Tutemósis III, e depois expandido por Seti IRamessés IIRamessés III e Taharqa. Ela foi adorada até o período romano, quando seu templo caiu em ruínas.

Ruínas do templo de Mut em Karnak

fonte:
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26 de agosto de 2022

Zheztyrnak

۞ ADM Sleipnir

Zheztyrnak (russo: Жезтырнак, cazaque: Zheztyrnaқ, que literalmente significa "unha de cobre") é uma criatura vampírica feminina presente na mitologia cazaque e de alguns povos turcos vizinhos. Ela é geralmente descrita como uma bela e jovem mulher, ocasionalmente apresentando a aparência de uma mulher velha e horrenda. Ela costuma vestir tecidos de seda enfeitados por ouro e prata, porém o que se destaca em sua aparência são seu nariz e suas garras, que são revestidos de cobre. Ela nunca mostra suas mãos em público, mantendo-as geralmente escondidas sob mangas compridas.​‌‌​‌

Arte de Timur Shayahmetov

Uma Zheztyrnak possui grande força física, que a permite dominar seus alvos com extrema facilidade. Ela também possui uma voz estridente, sendo capaz de matar pássaros e pequenos animais com o seu grito. Apesar disso, é reservada para fazer suas abordagens e ataques. Passando-se por uma mulher normal, ela pede alimento para as pessoas enquanto esconde suas garras e seu rosto. Também costumar falar baixo e monossilabicamente, para não chamar a atenção com sua voz. Uma vez que seu alvo estiver longe dos olhares de outras pessoas e completamente indefeso, ela o hipnotiza com seu olhar, depois o agarra com suas garras de cobre e então o morde, sugando todo o seu sangue.

Zheztyrnak são criaturas incrivelmente vingativas. Dizem que se alguém for capaz de matar uma, seu marido (chamado Sorel) virá para vingá-la, e no caso deste também ser morto, seus filhos certamente virão para vingá-los.

Criaturas similares

Mitos de criaturas semelhantes à Zheztyrnak eram comuns entre os quirguizes, que a chamavam de Jez tyrmak ou Jez Tumshuk ("prego de cobre"). Imagens mitológicas similares são conhecidas em lendas dos povos tuvanos (um espírito chamado Chulbus ou Shulbus) e buriates (Mu-Shubun).

Arte de Danissa Sabdykbayeva

fontes:

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25 de agosto de 2022

Foras

۞ ADM Sleipnir


Foras (ou Forassisé de acordo com a demonologia um grande e poderoso presidente do inferno, possuindo vinte e nove legiões de demônios sob o seu comando. De acordo com a Goetia, ele é o 31º dentre os 72 espíritos de Salomão. Quando invocado, Foras aparece diante de seu invocador na forma de um homem forte. 

Selo de Foras

Foras pode dar aos homens conhecimento sobre as virtudes de todas as jóias e ervas do mundo. Ele também pode ensinar as artes da lógica e da ética. Se desejado, Foras  torna os homens invisíveis, além de concedê-los longevidade e eloquência. Foras pode ainda descobrir tesouros e recuperar coisas perdidas. 




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24 de agosto de 2022

Caamanha

۞ ADM Sleipnir

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

Caamanha (também conhecida como Mãe da Mata ou Mãe do Mato) é uma entidade de origem indígena pertencente ao folclore da região Norte do Brasil, tida como a protetora da fauna e flora, e como tal, comparada e até mesmo dita ser uma forma do Curupira. Ela é um ser que traz punição e loucura para aqueles que ousam invadir seu território para causar desmatamentos, queimadas, e outros tipos violências contra a natureza.

Dizem que a Caamanha coloca gravetos envenenados nas redes de caçadores para que estes fiquem entorpecidos e acabem sendo devorados pelos animais. Por isso, caçadores e também trabalhadores costumam desatar suas redes ou desarmar suas camas antes de se encaminharem para o serviço, com medo de que a Caamanha deixe seus gravetos em seus travesseiros.

Arte de Ikarow

fontes:
  • Abecedário de Personagens do Folclore Brasileiro, de Januária Cristina Alves;
  • Dicionário do Folclore Brasileiro, de Câmara Cascudo.

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23 de agosto de 2022

Calygreyhound

۞ ADM Sleipnir

Arte de ns-wen

O Calygreyhound (palavra que poderia ser traduzida como caligalgo) é um animal imaginário encontrado na heráldica britânica, representado com a cabeça de um gato selvagem, chifres de veado ou carneiro, torso de antílope, patas dianteiras de águia e patas traseiras de boi. Às vezes, era representado com um rabo de peixe ou um par de asas de águia, semelhante a um grifo.

Na heráldica medieval, o Calygreyhound é encontrado apenas nos brasões da família De Vere durante os séculos XV e XVI. Ele costumava ser usado como um símbolo de agilidade e rapidez.



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22 de agosto de 2022

Owlman

۞ ADM Sleipnir

Arte de JoseRealArt

Owlman ("Homem Coruja"), por vezes referido como Cornish Owlman ("Homem Coruja da Cornuália") ou  Owlman of Mawan ("Homem Coruja de Mawan") é um criatura semelhante a uma coruja humanóide, com diversos relatos de avistamentos ocorridos na região da Cornualha, Reino Unido. Assemelha-se bastante semelhante ao Mothman ("Homem Mariposa"), com quem é muitas vezes comparado e considerado  a sua contraparte. 

Avistamentos

As histórias sobre o Owlman começaram a circular quando Tony "Doc" Shiels, um artista, mágico e escritor inglês, alegou ter investigado um relato de duas meninas, chamadas June e Vicky Melling. As duas passavam férias com a família na vila de Mawnan, quando em 17 de abril de 1976, teriam avistado uma grande criatura alada pairando sob a torre da Igreja de St.Stephen e St. Mawnan. As duas ficaram tão assustadas com o ocorrido que seu pai cancelou as férias da família e eles deixaram a vila. De acordo com Shiels, uma das meninas (June) lhe entregou um desenho da criatura antes de ir embora, o qual ele próprio apelidou de Owlman.

Desenho entregue a Shiels, feito por June Melling


A história foi posteriormente relatada em um panfleto intitulado Morgawr: The Monster of Falmouth Bay, de Anthony Mawnan-Peller, que circulou por toda a Cornualha em 1976. De acordo com Shiels, um relato de avistamento do Owlman foi reportado em 3 de julho daquele mesmo ano por duas meninas identificadas como Sally Chapman e Barbara Perry, ambas de 14 anos de idade, e que já tinham ouvido falar sobre a criatura. De acordo com o relato, as duas garotas estavam acampando quando foram abordadas por "uma grande coruja com orelhas pontudas, tão grande quanto um homem, com olhos brilhantes e garras pretas em forma de pinça". 


Além dos avistamentos iniciais das meninas em 1976, houveram alegações esporádicas de avistamentos do Owlman nas proximidades da igreja circulando nos anos de 1978, 1979, 1989 e 1995. Durante o ano de 2000, houveram relatos de um som alto semelhante ao de uma coruja que podia ser ouvido durante a noite no pátio da Igreja Mullion.

Possíveis explicações

De acordo com Joe Nickell, cético americano e investigador do paranormal, torres de igrejas são locais de nidificação comuns para as corujas-das-torres (Tyto furcatatambém conhecida pelos nomes de coruja-da-igreja, coruja-católica, rasga-mortalha e suindara) que provavelmente foram a fonte dos avistamentos. O autor e apresentador da série de documentários paranormais Fortean TV, reverendo Lionel Fanthorpe, também identificou o avistamento de uma águia-coruja como uma provável fonte da lenda. 

O historiador ocultista Gareth Medway sugeriu que tudo pode ter sido uma invenção de Tony "Doc" Shiels, que tinha a reputação de ser um farsante. Medway observou que testemunhas alegando encontros com um monstro lendário semelhante promovido por Shiels "eram Doc Shiels, ou amigos de Doc Shiels, ou parentes de Doc Shiels, ou relataram seus avistamentos a Doc Shiels (e a mais ninguém), ou então escreveram cartas descrevendo o que viram aos jornais e nunca foram entrevistadas por ninguém."

Arte de pyro-helfier
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19 de agosto de 2022

Mazu

۞ ADM Sleipnir


Mazu (chinês 媽祖, "Mãe Ancestral"; também conhecida como Ma-tsu) é uma popular deusa padroeira dos mares pertencente à mitologia chinesa e também presente nas crenças taoístas e budistas. Intimamente associada à deusa da misericórdia, Guanyin, Mazu é também a deusa padroeira dos marinheiros, pescadores e viajantes. Ela é especialmente popular nas comunidades costeiras do sul da China, em lugares como Fujian e Macau e em comunidades chinesas no exterior. Não é incomum ver templos ou santuários dedicados à Mazu a cada poucos quilômetros ao longo das estradas costeiras chinesas.

Iconografia 

Nas artes, Mazu é frequentemente retratada usando vestes vermelhas brilhantes com joias brilhantes que a ajudam a ser mais facilmente vista pelos viajantes no mar. Mazu é frequentemente retratada segurando uma tábua cerimonial que simboliza seu conhecimento espiritual e usando um cocar imperial que representa sua natureza divina.  Às vezes é ilustrada ao lado ou entre dois demônios: Qianliyan (千里眼, "Olhos que podem ver mil milhas"), de coloração verde e com dois chifres, e Shunfeng'er (順風耳, "Ouvidos que podem ouvir o vento"), de coloração vermelha e somente um chifre.


Mitologia

Origem humana

Ao contrário de muitas figuras mitológicas chinesas, acredita-se que Mazu tenha sido uma mulher real chamada Lin Mo (林默, Lín Mò), nascida por volta de 960 d.C. em uma família pobre de pescadores que viveu na costa de Fujian, na ilha Meizhou. O sobrenome de sua mãe era Wáng (王), seu pai se chamava Lín Yuàn (林愿),  e ela era a filha mais nova da família, possuindo quatro irmãos mais velhos.

Diz a lenda que quando nasceu, Lin Mo não chorou nem derramou uma única lágrima. Ela nunca ganharia a habilidade de falar mesmo quando envelhecesse, por isso foi apelidada de “Mò Niáng (默娘)” ou “Garota Silenciosa”. Embora muda, Lin Mo foi abençoada com vários dons incríveis, sendo capaz de prever o tempo com precisão, e também o futuro. Ela também desenvolveu um fascínio pela medicina e se tornou uma curandeira em sua cidade natal. Em seu tempo livre, ela se dedicou completamente à deusa da compaixão, Guanyin, e jurou, como seu ídolo, nunca se casar.


Tornando-se uma deusa

Um dia, enquanto seu pai e quatro irmãos pescavam na costa da Ilha Meizhou, nuvens escuras e ameaçadoras de repente bloquearam o sol e ventos fortes começaram a soprar na costa, formando um furação. O barco de seu pai e irmãos acabou balançado pelas enormes ondas da tempestade e virou.

Ao mesmo tempo, enquanto ela estava tecendo em seu tear, Lin Mo caiu em um transe profundo. Em sua forma espiritual pura, ela se projetou no barco de seu pai e irmãos, e vendo o que havia acontecido, conseguiu fazer com que seus irmãos chegassem em segurança à terra firme. Sua mãe não percebeu o que a jovem estava tentando fazer e acordou Lin Mo antes que ela pudesse salvar seu pai (em algumas versões de seu mito, ela conseguiu salvar seu pai e três de seus irmãos, exceto o mais velho).

Sofrendo por não ter conseguido salvar o pai, Lin Mo subiu ao topo de um alto penhasco e se jogou no mar. Antes de atingir a água, seu corpo se transformou em um puro raio de luz celestial e ascendeu ao céu, onde se tornou a deusa Mazu. Quando o resto de sua luz desapareceu entre as nuvens, um arco-íris brilhante apareceu no céu, sinalizando o fim da tempestade.

Qianliyan e Shunfeng'er

Qianliyan e Shunfeng'er são dois demônios ditos serem os guardas de Mazu, estando constantemente ao seu lado. Antes de se tornarem seus protetores, tanto Qianliyan quanto Shunfenger pediram a mão de Mazu em casamento, e ela concordou, mas apenas sob a condição de que eles a derrotassem em combate. Durante a batalha que se seguiu, Mazu facilmente subjugou os dois demônios com suas habilidades superiores em artes marciais e com a ajuda de um lenço de seda mágico que soprou areia em seus olhos, cegando-os. Em vez de se casar com Mazu, Qianliyan e Shunfenger juraram servir como seus guardiões e nunca deixarem o seu lado.


Outros nomes

No taoísmo, Mazu é conhecida como Tian Shang Sheng Mu (天上聖母, “deusa celestial”). Nas regiões do sul da China, Mazu é coloquialmente chamada de Ā-mā (阿媽), que pode significar “avó” ou “mãe”. Ela tem possui ainda outros títulos formais, como Línghuì Fūrén (靈惠夫人, "Senhora da Luz e Bondade") ou Tiānhòu (天后, "Imperatriz do Céu").

Dizem que ao chamar Mazu em momentos de necessidade urgente, é melhor tratá-la por um de seus nomes mais casuais. Se ela for chamada por um de seus títulos formais, ela perderá um tempo precioso se preparando e se vestindo com seus trajes imperiais antes de ajudar a pessoa que lhe pediu ajuda.

Cultura Popular

Mazu tem sido uma figura religiosa muito popular nas comunidades costeiras chinesas desde a dinastia Song. Antes de tufões, marinheiros alegavam ter visto as vestes vermelhas brilhantes de Mazu na água, sinalizando a chegada da tempestade iminente. Diz-se que Mazu aparece como puro raio de luz para os marinheiros em necessidade, embora alguns afirmem ter visto a própria deusa andando em uma carruagem de nuvens para salvá-los. Em 2009, a UNESCO adicionou a crença e costumes de Mazu à sua Lista do Património Cultural Imaterial da Humanidade.

Embora seu mito tenha se originado na província de Fujian, a história de Mazu se espalhou rapidamente por todos os territórios falantes da língua chinesa e até mesmo para países estrangeiros, como Vietnã e Japão. Durante os séculos XIX e XX, a história de Mazu se espalhou para o Ocidente quando os imigrantes chineses deixaram seus lares ancestrais e foram transferidos para solo estrangeiro. Uma vez que eles se estabeleciam em suas novas casas, eles frequentemente erigiam templos dedicados a Mazu para agradecê-la por sua viagem segura – um sentimento que levaria à construção de templos como o Templo Thien Hau, localizado na Chinatown em Los Angeles. Seu feriado é comemorado no dia 23 do terceiro mês lunar.
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18 de agosto de 2022

Gusion

۞ ADM Sleipnir


Gusion (também Gusayn, Guseyn, Gusoin, Gusoyné de acordo com a demonologia um grande duque do inferno, possuindo quarenta legiões de demônios sob o seu comando. De acordo com a Goetia, ele é o 11º dentre os 72 espíritos de Salomão. 

De acordo com as principais obras sobre demônios (Pseudomonarchia daemonum, Goetia, entre outras), quando invocado, Gusion aparece sob a forma de um Xenophilus. Não é claro o que esse termo significa, mas o mesmo tem sido relacionado ao termo cinocéfalo (homem com a cabeça de cachorro ou de um chacal) bastante comum em inscrições do Antigo Egito. A palavra Cynocephalus é uma palavra grega para o babuíno sagrado do Egito, e por isso, Gusion costuma ser representado como um babuíno.

Selo de Gusion

Gusion discerne o passado, presente e futuro, e responde a qualquer pergunta feita a ele. Ele também concede honrarias e títulos aos homens, além de reconciliar inimigos.

Cultura Popular
  • Um herói do mobile game Mobile Legends: Bang Bang é chamado de Gusion;
  • No mangá e anime Yondemasuyo Azazel-san, Gusion é um demônio macaco que tem um contrato com Koutarou Douchin;
  • No mangá e anime Mairimashita! Iruma-kunGusion Sunny Grave é um estudante do segundo ano da Escola de Demônios Babyls. Ele é um membro do Conselho Estudantil, sendo um dos subordinados de Azazel Ameri.
  • Gusion é um personagem menor no anime Beelzebub-jou no Okinimesu mama;
  • Gusion faz uma aparição em A Escola Negra, one-shot de Hellboy publicado em 2016.


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17 de agosto de 2022

O Vulcão Extinto de Tepequém-RR

۞ ADM Sleipnir

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

A Serra do Tepequém é um acidente geográfico localizado no município brasileiro de Amajari, no estado de Roraima, situado a 210 km da capital, Boa Vista. Acredita-se que o termo Tepequém provenha das palavras indígenas tupã e quem, que significam "deus do fogo" ou "fogo de deus".

Uma lenda pertencente à tribo indígena Macuxi conta que o local abrigou a milhares de anos atrás um vulcão, que vivia sempre "zangado" e que destruía tudo a sua volta enquanto despejava sua lava. Plantações eram completamente devastadas pelo fogo, e animais de caça e pesca tornavam-se cada vez mais escassos. Pássaros também já não sobrevoavam mais a região. 

O desespero tomava conta dos índios da região, que temiam não ter mais como se sustentar. Um dia, o pajé convocou todos da tribo para se reunirem e, em volta de uma fogueira, anunciou: "Três virgens devem ser sacrificadas, só assim acabará a fúria do vulcão".

Arte de Jader de Melo

Voluntariamente, três jovens virgens se ofereceram para se sacrificarem em prol da tribo. Após um sublime ritual, elas se atiraram dentro do vulcão, que logo parou de expelir lava, passando a expelir diamantes em seu lugar.  A vida na região voltou ao normal, com novas vegetações surgindo, animais regressando e muita riqueza surgindo no local. Hoje, o vulcão é a grande Serra do Tepequém, que tem a sua frente três lindas serras que representam as virgens sacrificadas.

fontes:


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16 de agosto de 2022

Ushirogami

۞ ADM Sleipnir

Arte de KW

Ushirogami (japonês 後神 ou うしろがみ; literalmente "espírito oculto") é um yokai do folclore japonês, conhecido por se esconder atrás das pessoas e então lhe provocar medo. Ele se assemelha a um fantasma com longos cabelos negros e um grande globo ocular localizado no topo de sua cabeça. Ele não possui pés, porém possui um corpo longo e torcido que o permite saltar e se projetar no ar.

A tática favorita de um Ushirogami é assustar as pessoas saltando e aparecendo logo atrás delas. Eles gostam de puxar os cabelos na parte de trás do pescoço de uma pessoa, desaparecendo assim que elas se viram para ver quem os puxou. Outras peças que ushirogamis gostam de pregar incluem colocar suas mãos geladas ou expirar sua respiração quente no pescoço de suas vítimas. Ushirogamis gostam particularmente de perseguir mulheres jovens andando pelas ruas sozinhas durante à noite. Eles se esgueiram por trás delas e soltam seus cabelos ou passam as mãos neles e os bagunçam, fazendo com que fiquem emaranhados. Às vezes, eles invocam fortes rajadas de vento para fazer guarda-chuvas voarem para longe.

Origens

Acredita-se que o Ushirogami seja uma espécie de okubyо̄gami - um espírito que causa covardia, ou que visa especificamente pessoas covardes. Seu nome vem das palavras ushiro (atrás) e kami (espírito). No entanto, há um trocadilho oculto em seu nome: ushirogami também significa "o cabelo na parte de trás do pescoço", e a frase ushirogami wo hikikaeru (ter os cabelos na parte de trás do pescoço puxados) significa "fazer algo com dolorosa relutância", descrevendo assim pessoas que tem que fazer algo que realmente não quer fazer.  Enquanto procuram um meio de escapar, elas se viram e olham para trás como se os cabelos de sua nuca estivessem sendo metaforicamente puxados. O trocadilho é que o ushirogami (espírito) está puxando seu ushirogami (cabelo), fazendo com que você se torne covarde e não queira fazer nada. Você se vira para ver quem puxou seu cabelo, mas não há ninguém atrás de você. Assim, o ushirogami pode ser explicado tanto como uma entidade externa que provoca medo, quanto a personificação interna de sua própria covardia ou relutância.


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15 de agosto de 2022

Adikia

 ۞ ADM Sleipnir

Arte de Camilo Palma

Adikia (do grego Ἀδικία, "injustiça", também chamada Adiciaera uma deusa grega ou espírito personificado (daimona) da injustiça e do mal. Ela era geralmente acompanhada por outras daimonas que atormentam a humanidade, como Disnomia (ilegalidade), Ate (ruína) e Hibris (violência). Sua contraparte era Diceuma das Horas, filhas de Zeus e Têmis, e a deusa que personificava a justiça.

Seus pais não foram atestados em nenhuma obra conhecida, mas presume-se que ela seja um dos filhos auto-gerados de Nix, ou de Éris. Também não existem participações suas registradas nos mitos.

Nas artes, Adikia foi retratada como uma mulher feia e bárbara, com cabelos negros e longos e com a pele tatuada. Às vezes, a deusa Dice era retratada ao seu lado, sufocando-a com uma das mãos enquanto batia nela com um porrete.


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12 de agosto de 2022

Strzyga

۞ ADM Sleipnir

Arte de Giovanni Fim

Strzyga (polonês, feminino; plural: Strzygi, masculino: Strzygoń) é uma criatura vampírica e demoníaca presente na mitologia e folclore eslavo e predominante no folclore polonês. Ela é descrita como um ser originalmente humano e normalmente feminino, nascido com dois corações, dois conjuntos de dentes e duas almas (alguns relatos falam sobre não possuírem pelos nas axilas, somente uma sobrancelha ou alguma marca de nascença nas costas). 

Uma vez detectado algum desses sinais, essa pessoa era tratada como um espírito maligno, e expulsa de sua aldeia. Abandonada à própria sorte (geralmente com pouca idade), ela acaba morrendo, com um de seus corações parando de bater e uma de suas almas deixando o corpo e passando para o além-vida. O outro coração continuará batendo, mas o corpo e a alma desse ser não poderia mais ser considerado humano. No início,a pessoa pode até parecer normal, com a pele talvez um pouco azulada. Logo, porém, ela começa a desenvolver características semelhantes a corujas, como asas emplumadas, orelhas longas e pontudas e garras ferozes. Combinadas aos seus dois conjuntos de dentes irregulares, essas características a torna uma predadora cruel, passando a se alimentar da força vital dos outros para sobreviver.

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Hábitos

Strzygi dormem em sepulturas durante o dia e emergem à noite e, embora possam sobreviver inicialmente com sangue animal por algum tempo, logo desenvolverão a necessidade de se alimentar de seres humanos. Eles visam especialmente aqueles que as prejudicaram em sua “primeira” vida, sugando seu sangue antes de também devorar suas entranhas. Entre as táticas de uma Strzyga, está a de se disfarçar de coruja, empoleirando-se em celeiros ou árvores antes de retomar sua verdadeira forma e atacar suas vítimas durante a noite.

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Prevenindo o retorno de uma Strzyga

Acredita-se que haja uma variedade de maneiras de impedir que uma Strzyga volte depois de morrer pela primeira vez. Queimar o corpo e decapitar o cadáver geralmente eram as opções mais populares, mas haviam outras como: 

  • espalhar pequenos objetos como grãos, por exemplo, no túmulo para que a Strzyga se distraia contando ao renascer; 
  • dar um tapa no cadáver com a mão esquerda;
  • enterrar a cabeça do cadáver para baixo e cortar os tendões de suas pernas;
  • Martelar pregos, estacas etc. em várias partes do corpo do cadáver;
  • Colocar uma pederneira em sua boca após a exumação;
  • Tocar os sinos da igreja (dizem que faz a strzyga se transformar em alcatrão);
  • Enterrar o cadáver novamente, fora da aldeia, e prendê-lo com uma grande pedra;
  • Exumar o cadáver na presença de um padre e enterrá-lo novamente, após rituais adicionais (como colocar um pedaço de papel com a palavra "Jesus" escrito nele debaixo da língua do mesmo).
Uma vez que tenha renascido e se tornando um monstro por completo, as recomendações para evitar ser atacado por uma Strzyga incluem caminhar no meio das estradas, evitando árvores e arbustos pesados ​​e não se aproximar de cemitérios.

Origens

O termo Strzyga deriva de Strix, que na mitologia grego-romana, era uma ave de mau agouro, produto da metamorfose, que se alimentava de carne e sangue humanos. Também se referia a bruxas e outros seres folclóricos malévolos relacionados, como o romeno Strigoi. Não é claro como a palavra strzyga foi adaptada pelos povos eslavos, embora possa ter sido através dos povos balcânicos.

Curiosidade

Um fato interessante envolvendo a lenda sobre a Strzyga é que no passado, durante epidemias, muitas pessoas eram enterradas vivas, e aquelas que conseguiram sair de seus túmulos, muitas vezes fracos, doentes e com as mãos mutiladas, eram considerados strzygi por outros.


fontes:

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Ruby