31 de março de 2014

Varcolac

۞ ADM Sleipnir



Varcolac (também conhecido como Vircolac Varcolaci (plural)) é uma criatura presente no folclore romeno, principalmente na região da Transilvânia. É geralmente retratado como um híbrido vampiro-lobisomem, porém já foi retratado como demônio, fantasma e até mesmo como dragão.

Um Varcolac surge quando ocorre algum desvio da ordem estabelecida por uma comunidade. Alguns exemplos são: a morte de um bebê que não foi batizado previamente, uma pessoa que comete suicídio, a morte de filhos gerados por casamentos não oficializados, etc. Esta condição também pode ser hereditária (muito parecido com a licantropia), sendo transmitida de geração em geração. Para evitar que um cadáver se torne um Varcolac, em primeiro lugar eles devem ser imersos totalmente em água corrente o mais breve possível após a morte.

Hábitos

Durante o dia, o Varcolac se assemelha aos humanos e se comporta como qualquer outra pessoa normal. Na forma humana, a criatura tem a pele pálida, seca, cabelos escuros, e olhos ferozes e profundos (se esses olhos possuem alguma cor específica ou têm uma tendência a brilhar no escuro é desconhecido). Ele é um monstro extremamente poderoso que tem prazer em matar e beber sangue humano fresco. Como a maioria dos vampiros, o Varcolac é um caçador noturno e geralmente se alimenta à noite, no entanto ele prefere caçar em sua forma astral, que é invisível aos olhos humanos.

Nessa forma, o Varcolac prefere utilizar trapaças combinadas com sua incrível velocidade, do que atacar seu alvo de forma imprudente com sua força formidável. Viajando em seu corpo astral (que, quando visto, é descrito como semelhante à um dragão ou um monstro com muitas bocas), o Varcolac pode se mover tão rápido quanto o vento ao longo das linhas astrais invisíveis, e as lendas contam ainda que ele é tão poderoso que pode provocar um eclipse (seja de natureza lunar ou solar). 

Segundo a lenda, o Varcolac faz isso a fim de se alimentar do sangue da lua ou de devorar a própria lua. Segundo a tradição, durante um eclipse, a população bate panelas, dispara armas de fogo e toca os sinos das igrejas para espantar o Varcolac para longe. Normalmente, a lua derrota a criatura com sua força superior. Se a lua fosse realmente devorada, o mundo chegaria ao fim. Uma crença popular sustenta que Deus ordena ao Varcolac para que ele devore a lua, com o intuito de fazer o seu povo se arrepender de seus pecados.




Habilidades

O Varcolac é dito possuir um grau surpreendente de força (algumas fontes afirmam que a criatura é mais forte do que qualquer outra espécie de vampiro) e é declaradamente capaz de abrir caminho através de paredes de pedra com seus punhos. Ele é capaz de arremessar os corpos mutilados e quebrados de suas vítimas nos galhos mais altos das árvores (onde eles se tornam difíceis de serem encontrados). Além de ter uma força sobrenatural, o Varcolac é um metamorfo poderoso, que pode assumir qualquer forma que desejar. A criatura é dita ser capaz de mudar a sua massa, bem como a sua forma física. Pode assumir a forma de um pequeno e preto fantasma alado, um demônio com as pernas de um bode e cascos fendidos, um pequeno dragão, um cão ( ele sempre aparece como dois cães ), uma pulga, um gato, um sapo, ou uma aranha. O Varcolac não é , no entanto, limitado a estas formas . A criatura pode assumir qualquer forma que desejar, possivelmente incluindo a forma de outras pessoas. Usando a sua capacidade de mudar de forma, o Varcolac é capaz de atrair os seres humanos inocentes perto o suficiente para fazer o seu ataque selvagem . Uma vez que ele ataca, o vampiro drena completamente o sangue de sua presa infeliz.

Pontos fracos


Como todos os vampiros , o Varcolac tem uma fraqueza fatal: o alho. Enquanto uma coisa tão simples pode parecer risível, a presença tanto do bulbo quanto da flor enfraquece consideravelmente a criatura. Ele é supostamente capaz de forçar a criatura a se tornar de carne e sangue novamente, possibilitando que a criatura possa ser morta com estacas, ser decapitada ou incinerada, até que nada além de cinzas e ossos carbonizados permaneçam.

Além disso,  se o seu corpo for movido de lugar enquanto ele pratica a projeção astral, o corpo astral não será capaz de encontrar o seu caminho de volta ao mundo dos vivos. O corpo do Varcolac irá dormir para sempre ou morrer. 



PARTICIPE! Deixe seu comentário, elogio, crítica nas publicações. Sua interação é importante e ajuda a manter o blog ativo! Para mais conteúdo, inclusive postagens exclusivas, siga o Portal dos Mitos no seu novo Instagram: @portaldosmitosblog

29 de março de 2014

A Edda Poética: Parte IX - Þrymskviða

۞ ADM Sleipnir

Tradução e notas de Márcio Alessandro Moreira.


O Þrymskviða ("A Canção de Þrymr") é um dos poemas mais famosos da Edda Poética e nos informa como Þórr recuperou o seu martelo roubado por Þrymr. O mito nórdico teve popularidade duradoura pela Escandinávia e continuou sendo contado e cantado em diversas formas até o século 19 d.c. .

Þrymskviða

01-Dessa vez Vingþórr* ficou furioso
quando ele acordou
e seu martelo
tinha desaparecido,
sua barba tremia*,
seu cabelo sacudia,
o filho de Jörð*
resolveu procura-lo.

02-E essas foram às primeiras
palavras que ele disse:
"Ouça-me, Loki,
o que eu falo agora
quando ninguém sabe
em parte alguma na terra
nem acima no céu:
que o martelo do Áss* foi roubado!"

03-Eles foram para o belo
lar de Freyja,
e essas foram às primeiras
palavras que ele disse:
"Freyja, tu me emprestarás
o teu casaco de penas*,
para que o meu martelo
eu possa encontrar?"

Freyja disse:
04-"Eu ti darei mesmo
que fosse feito de ouro,
e ti darei mesmo
que fosse feito de prata."
05-Então Loki voou,
- o casaco de penas zumbiu, -
até que ele saiu
da corte dos Æsir
e chegou à
terra dos Jötnar.

06-Þrymr estava sentado sobre um monte,
o senhor dos Þursar*,
trançando coleiras douradas
para os seus cães cinzentos
e aparando as jubas
e dos seus cavalos.

Þrymr disse:
07-"O que há com os Æsir?
O que há com os Álfar*?
Por que tu vieste sozinho
em Jötunheimr?"
Loki disse:
"Os Æsir vão mal,
os Álfar vão mal;
Tu tem escondido
o martelo de Hlórriði*?"

Þrymr disse:
08-"Eu tenho escondido
o martelo de Hlórriði
oito milhas
abaixo da terra;
nenhum homem o conseguirá
de volta,
a menos que me tragam
Freyja como esposa."

09-Então Loki voou,
- o casaco de penas zumbiu, -
até que ele saiu
da terra dos Jötnar
e chegou à
corte dos Æsir.
Ele se encontrou com Þórr
no meio da terra,
e essas foram às primeiras
palavras que ele disse:

10-"Tu tens mensagens
tanto quanto dificuldades?
Diga-me, enquanto tu ainda estás no ar,
às prolongadas notícias,
muitas vezes sentado
às histórias podem falhar
e deitado
falar mentiras*."

Loki disse:
11-"Eu tenho dificuldades
e mensagens;
Þrymr tem o teu martelo,
o senhor dos Þursar;
nenhum homem o conseguirá
de volta,
a menos que lhe tragam
Freyja como esposa."

12-Eles foram para o belo
lar de Freyja para procura-la,
e essas foram as primeiras
palavras que ele disse:
"Se vista, Freyja,
com o véu nupcial;
nós dois viajaremos
para Jötunheimr."

13-Dessa vez Freyja ficou furiosa
e bufou de raiva,
todos os salões dos Æsir
debaixo dela tremeram,
caiu o grande
colar Brísingamen*:
"Eu serei conhecida
como uma prostituta,
se eu for contigo
para Jötunheimr."

14-Logo foram todos os Æsir
para a Þing*
e todas as Ásynjur*
para a discussão,
e sobre isso debateram
os Tívar regentes*
de como eles conseguiriam
o martelo de Hlórriði de volta.

15-Então Heimdallr disse isso,
o mais branco dos Æsir,
ele que vê adiante tão bem
como outro Vanir*:
"Então nós vestiremos Þórr
com o véu nupcial,
ele usará o grande
colar Brísingamen."

16-"Deixe sobre ele
as chaves* oscilarem
e deixe o vestido
cair em seus joelhos,
sobre o peito
pedras preciosas
e cubram
a sua cabeça."

17-Então Þórr disso isso,
o poderoso Áss:
"Os Æsir me
chamaram de ergi*
se eu me permitir ser vestido
em véu nupcial."

18-Então Loki disso isso,
o filho de Laufey:
"Silêncio, Þórr,
não diga mais nada.
Logo os Jötnar
habitaram em Ásgarðr,
a menos que tu consigas recuperar
o teu martelo."

19-Então eles vestiram Þórr
com véu nupcial
e com o grande
colar Brísingamen,
sobre ele deixaram
as chaves oscilarem
e deixaram o vestido
cair em seus joelhos,
sobre o peito
pedras preciosas
e cobriram
a sua cabeça.

20-Então Loki,
o filho de Laufey, disse:
"Eu irei contigo
e eu serei a criada,
nós dois nos dirigiremos
para Jötunheimr."

21-Logo os bodes*
foram dirigidos para a casa,
eles aceleraram os arreios,
e correram bem;
as montanhas se partiam,
as chamas chamuscavam a Terra
quando o filho de Óðinn* viajava
para Jötunheimr.

22-Então Þrymr disse isso,
o senhor dos Þursar:
"Levantem-se Jötnar,
e espalhem palha nos bancos,
agora eles estão me trazendo
Freyja, como esposa,
a filha de Njörðr
do Nóatún."
23-"Aqui na corte pastam
vacas de chifres dourados*,
bois totalmente negros
para a alegria dos Jötnar;
eu possuo muitos tesouros,
eu possuo muitas joias,
para mim parece que só
falta Freyja."

24-Eles foram para lá
antes da chegada do entardecer
e para os Jötnar
a cerveja foi trazida;
ele comeu um boi inteiro,
oito salmões,
todas as guloseimas,
que as mulheres devem ter*,
o marido de Sif* bebeu
três tonéis de hidromel.

25-Então Þrymr disse isso,
o senhor dos Þursar:
"Onde já se viu uma noiva
comer tão vorazmente?
Eu nunca vi uma noiva
comer tão amplamente,
nem uma donzela
beber muito hidromel."

26-Perto dele se sentou
a instruída criada*,
que encontrou palavras
para falar para o Jötunn:
"Freyja não comeu nada
por oito noites,
de tanto que ela estava ansiosa
por Jötunheimr."

27-Ele dobrou o véu,
desejando beijá-la,
mas pulou para atrás da outra
extremidade do salão.
"Por que são terríveis
os olhos de Freyja?
Parece para mim que dos olhos
dela o fogo arde*."

28-Perto dele se sentou
a instruída criada,
que encontrou palavras
para falar para o Jötunn:
"Freyja não tem dormido
por oito noites,
de tanto que ela estava ansiosa
por Jötunheimr."

29-Veio à miserável
irmã do Jötunn,
por presentes nupcial*
ousando pedir:
"Me de da tua mão
esses anéis vermelhos,
se tu queres ter
o meu amor,
meu amor
e toda a minha amizade."

30-Então Þrymr disse isso,
o senhor dos Þursar:
"Traga o martelo
para santificar a noiva,
coloque o Mjöllnir
sobre o joelho da donzela*,
consagre nós dois juntos
pela mão de Vár*!"

31-O coração de Hlórriði
riu em seu peito,
quando o de mente forte*
viu o seu martelo;
primeiro ele matou Þrymr,
o senhor dos Þursar,
e a família do Jötunn
ele esmagou todos.

32-Ele matou a velha
irmã dos Jötnar,
que por presente nupcial
havia pedido;
ela recebeu um golpe de morte
em vez de moedas*,
um golpe do martelo
em vez de um montão de anéis.
E assim o filho de Óðinn
conseguiu seu martelo de volta.


Notas do Þrymskviða:
  • 01/1* Vingþórr é outro nome de Þórr.
  • 01/5* Uma saga conta que quando a barba de Þórr sacudia produzia tempestades.
  • 01/7* Þórr é o filho de Jörð.
  • 02/8* Áss significa "Deus" e se refere ao próprio Þórr.
  • 03/6* Casaco de penas é a forma de falcão de Freyja.
  • 06/2* Þursar são os Gigantes.
  • 07/2* Álfar são os Elfos.
  • 07/8* Hlórriði é outro nome de Þórr.
  • 10/8* Isso parece indicar que Loki poderia inventar algo para Þórr, por isso o Deus pede a Loki para ser rápido ao contar as novidades.
  • 13/6* O colar caiu ao chão.
  • 14/2* Þing é a assembleia dos povos nórdicos.
  • 14/3* Ásynjur são as Deusas.
  • 14/6* Tívar regentes são os Deuses.
  • 15/4* Heimdallr aqui é referido como outro Vanir.
  • 16/2* As chaves são o símbolo das mulheres casadas e noivas.
  • 17/4* Ergi é uma forma de chamar um homem com modos femininos.
  • 21/1* Os bodes de Þórr que puxam seu carro foi trazido até os Deuses para eles seguirem viagem para o mundo dos Gigantes.
  • 21/7* Þórr.
  • 23/2* Na Gautreks Saga é dito que o fazendeiro Rennir tinha os chifres de seus bois favoritos enfeitados com ouro e prata.
  • 24/8* Possivelmente se trata de algum alimento dedicado à noiva ou as mulheres do noivado.
  • 24/9* Þórr.
  • 26/2* Loki disfarçado de criada.
  • 27/8* Aqui indica o olhar fulminante de Þórr, que também aparece nas miniaturas dos martelos encontrados pela Escandinávia e usado pelos Vikings. Esses pequenos martelos tinham o olhar fulminante, o bico de águia, e a barba que são os símbolos de Þórr.
  • 29/3* O dote.
  • 30/6* Þórr e seu martelo são agentes da fertilidade. É notavelmente semelhante aos poemas rúnicos referentes à runa Þurisaz.
  • 30/8* Vár é a nona das Deusas, segundo Snorri. Ela protege os juramentos e os votos feitos entre homens e mulheres. Ela se vinga de todos os que quebram esses juramentos.
  • 31/3* Þórr.
  • 32/6* Aqui indica que a irmã de Þrymr além dos anéis da mão de Þórr ainda queria moedas como dote.
CLIQUE AQUI PARA LER A PARTE X
OU
CLIQUE AQUI PARA LER A PARTE VIII

CLIQUE NO BANNER ABAIXO PARA MAIS POSTS SOBRE
PARTICIPE! Deixe seu comentário, elogio, crítica nas publicações. Sua interação é importante e ajuda a manter o blog ativo! Para mais conteúdo, inclusive postagens exclusivas, siga o Portal dos Mitos no seu novo Instagram: @portaldosmitosblog

28 de março de 2014

Apsaras

۞ ADM Sleipnir


As Apsaras (também conhecidas como Vidhyadaris) são um grupo de belos e etéreos espíritos femininos presentes na mitologia hindu e budista. Elas são deusas menores da água e das nuvens, e que habitam o céu. Na clássica literatura indiana, as apsaras são retratadas frequentemente dançando sedutoramente nos tribunais dos deuses ou casadas com gandharvas - espíritos da natureza que tocam músicas celestiais para os deuses. Ambos os grupos de entidades estão particularmente relacionados com a corte de Indra, o deus dos céus e tempestade, e também o rei dos deuses (embora esse título seja menos absoluto no hinduísmo do que em outras cosmologias).

Apsaras pode ser reconhecidas por suas cinturas minúsculas e seus atributos femininos evidentes. Normalmente, elas são retratadas dançando graciosamente, vestidas (ou parcialmente vestidas) com saias de seda linda e enfeitadas com jóias de ouro e pedras preciosas. Muitas vezes, elas dão cambalhotas nos céus ou brincam na água . Além disso apsaras tendem a ser coroadas com lindos cocares ornamentados.


Em muitos mitos, as apsaras aparecem como personagens coadjuvantes. Dentre elas, Urvasi Menaka Rambha Tilottama são os mais famosas.   Elas são mais ou menos análogas às ninfas e náiades da mitologia grega, as valquírias da mitologia nórdica e aos anjos dos mitos abraâmicos.

Indra se sentia constantemente ameaçado por sábios e heróis que acumulavam grandes poderes espirituais e mágicos através da austeridade física. Uma de suas maneiras favoritas de lidar com eles era enviar apsaras para seduzi-los e fazer com que caíssem de sua posição, e é por isso que muitos heróis dos mitos indianos tem uma apsara sexy como uma mãe e um eremita louco como um pai. Além de serem dançarinas magistrais, apsaras podem alterar sua forma à vontade. Elas também governam sobre as vicissitudes dos jogos de azar.

Esculturas de apsaras são um componente principal nos templos indianos clássicos e as suas formas belíssimas e ondulantes continuam a ser um dos pilares da arte indiana. Essas dançarinas celestiais também são particularmente apreciadas no Sudeste Asiático. A arte clássica e arquitetura da Indonésia, Camboja, e Laos freqüentemente apresentam esses adoráveis ​​espíritos. 




CLIQUE NO BANNER ABAIXO PARA MAIS POSTS SOBRE


PARTICIPE! Deixe seu comentário, elogio, crítica nas publicações. Sua interação é importante e ajuda a manter o blog ativo! Para mais conteúdo, inclusive postagens exclusivas, siga o Portal dos Mitos no seu novo Instagram: @portaldosmitosblog

27 de março de 2014

Osschaart

۞ ADM Sleipnir

Arte de Matias Machuca para o cardgame Mitos y Leyendas

Osschaart (também conhecido como OssaartOsschaard, Oeschaart, Ossaert, Oessaart, Osschaert, Osgaard) é um espírito/demônio metamorfo do folclore belga/holandês, conhecido por sua habilidade de assumir diferentes formas de animais e por carregar sempre consigo pesadas correntes. Ele costumava assombrar a região de Hamme, próxima a Dendermonde, na Bélgica, e se tornou um dos espíritos mais temidos e enigmáticos da cultura local.

O Osschaart não era um espírito necessariamente maligno, mas gostava de punir aqueles que se desviavam do caminho da virtude, especialmente pecadores e pessoas maldosas. Sua área de atuação incluía a capela de Twee Bruggen, onde ele costumava aparecer de maneira especialmente intensa. Sua travessura mais comum era pular nas costas de quem passava por seu território, obrigando a pessoa a carregá-lo até ficar totalmente exausta. As vítimas só se livravam dele ao alcançar uma encruzilhada ou uma imagem da Virgem Maria, pois Osschaart não conseguia passar por esses locais.

A aparência do Osschaart variava conforme suas intenções. Em alguns relatos, ele era descrito como um touro com cabeça humana, com correntes pesadas arrastando pelos pés. Outras vezes, ele aparecia como um cavalo gigantesco, um coelho, um cachorro ou até mesmo um anão ou gigante. No vilarejo de Knoche-sur-mer, o Osschaart também assumia a forma de um fantasma com cabeça de touro.

Osschaart não se limitava a assustar transeuntes; também era comum que ele subisse em barcos de pescadores que se esqueciam de devolver o primeiro peixe capturado à água, uma tradição local para apaziguar o espírito. Em uma história, um pescador que negligenciou essa prática foi punido pelo Osschaart, que se materializou, imobilizando-o e fazendo com que sua pesca desaparecesse.

Em outra história, um pescador de Kieldrecht chamado Blommaert tentou enganar o Osschaart. Depois de perceber que o espírito estava roubando seus peixes, Blommaert cobriu a lareira com esterco de cavalo para impedir que o Osschaart os cozinhasse. O truque funcionou inicialmente, mas, como resultado, no dia seguinte, Blommaert encontrou sua rede de pesca completamente cheia de esterco. O espírito riu alto, deixando claro que não era fácil enganá-lo.

Apesar de ser um espírito travesso, Osschaart foi eventualmente banido. Um padre em Hamme, cansado das punições que ele infligia aos moradores, realizou um exorcismo e o condenou a vagar pelas margens do mar por 99 anos. Ainda hoje, alguns acreditam que o espírito está à espreita, e em Spije, Malines, há um pequeno riacho com uma ponte em forma de caixão que dizem ser o seu túmulo.

Osschaert na capa do disco "Osschaert"(2017) da banda de death, mteal holandesa  Bullcreek


Postagem revisada e atualizada em 18/09/2024

fontes:
PARTICIPE! Deixe seu comentário, elogio, crítica nas publicações. Sua interação é importante e ajuda a manter o blog ativo! Para mais conteúdo, inclusive postagens exclusivas, siga o Portal dos Mitos no seu novo Instagram: @portaldosmitosblog

26 de março de 2014

Arianrhod

۞ ADM Sleipnir


Arianrhod (Aranrhod, Aryanrot, Aranrot e Aranro) é uma deusa lunar da mitologia celta/galesa, e adorada como uma deusa da fertilidade, do nascimento, da iniciação e da reencarnação. Seu nome significa "roda de prata" (arian - prata e rhod - roda). O castelo de Arianrhod representa toda a Via Láctea e é conhecido como Caer Arianrhod, o disco de estrelas em torno da estrela polar, que não conhece destruição, pois este nunca se dissipa abaixo do horizonte, mesmo em pleno verão. A deusa Arianrhod costuma ser reverenciada na lua cheia.  

Relações

Arianrhod é filha de Don (equivalente galesa da deusa celta Danu, a mãe de todos os deuses celtas), que era a irmã de Math o mágico. Os irmãos de Arianrhod são Gwydion, um mágico - poeta e herdeiro de Math fab Mathonwy, e Gofannon, o deus da forja. O consorte original de Arianrhod era Nwyvre ("céu","espaço","firmamento"), porém os mitos relacionados a ele se perderam no tempo. O único conto existente de Arianrhod é encontrado no Mabinogion, uma coleção de histórias galesas gravadas no período medieval, embora eles sejam, obviamente, os mitos pagãos do panteão galês.


Arianrhod e o nascimento virginal

O Rei Math governava Gwynedd, mas sofria de uma maldição que só lhe permitia viver se seus pés repousassem no ventre de uma virgem em tempos de paz. Infelizmente, o seu sobrinho Gilvaethwy tinha caído no amor com a sua virgem suporte, Goewin. Ele confidenciou seu segredo a seu irmão Gwydion, e como ele sabia que Math estava livre da maldição em tempos de guerra, maquinou uma guerra entre Math e seu vizinho, o Rei Pryderi. Math foi forçado a ir para a batalha, deixando sua virgem suporte para trás. Gilvaethwy aproveitou a oportunidade, violentou Goewin, e fez dela sua esposa relutante. Naturalmente, Math ficou furioso quando ele voltou.

Em uma tentativa de recuperar o favor de Math, Gwydion sugeriu sua irmã Arianrhod para o cargo de virgem suporte de Math. No entanto, era necessário um procedimento mágico para provar a sua pureza. Arianrhod tinha que passar por cima do bastão de Math (um objeto fálico), mas assim que ela o fez, ela deu à luz um menino de cabelos dourados chamado Dylan eil Tôn ("Dylan das Ondas"), que imediatamente pulou no mar e nadou para longe. Arianrhod vai embora do palácio indignada, e ao passar pela porta deu à luz a outra criança ainda não completamente formada. Ninguém além de Gwydion viu a criança nascer, e então ele resolveu  pegar a criança criá-la em segredo. O menino cresceu muito rápido, tanto que ao completar quatro anos de idade, ele já era tão alto quanto um menino de oito anos.

As maldições sobre Llew

Quando Gwydion levou o garoto ao castelo de Arianrhod para conhecê-la, ela recusou-se a reconhecê-lo como seu filho, e ainda o amaldiçoa dizendo-lhe que ele nunca teria um nome até que ela lhe desse um. Tendo ouvido isso, Gwydion cria um plano para enganar Arianrhod. Disfarçados como sapateiros, Gwydion e Llew navegaram até o castelo de Arianrhod. Arianrhod pensou em adquirir alguns sapatos novos, e então desceu para consultá-los. Enquanto Gwydion ajustava os sapatos, uma carriça veio e pousou no barco. O garoto pegou seu arco e atirou -o na perna . Arianrhod ficou impressionada e disse que "'ele possui uma mão firme !" ( Llew Llaw Gyffes) , nomeando, assim, seu filho. Irritada por ter sido enganada, ela declarou que o menino nunca portaria armas nem armaduras que não lhe fossem conferidas por ela. 

Llew cresceu triste por saber que nunca poderia se tornar um guerreiro. Compadecido, Gwydion disfarçou a si próprio e a Llew como bardos, e foram até a fortaleza de Arianrhod novamente. Chegando lá, encantaram a todos com suas narrativas e conforme o costume, ofereceram-lhes hospedagem para passarem a noite. Ao amanhecer, Gwydion procurou uma muralha bem alta e de lá lançou um feitiço poderoso que aprendeu com Math, fazendo parecer como se um grande exército estivesse invadindo a fortaleza de Arianrhod. O ar ressoava com gritos e trombetas e a baía parecia estar cheia de embarcações inimigas. Arianrhod avisa aos dois sobre o que ocorria e os aconselha a irem embora, porém Gwydion diz que eles são capazes de ajudá-la a defender a fortaleza, só precisavam que ela desse uma arma e armadura ao seu discípulo. Arianrhod prontamente deu a Llew um capacete, uma armadura e uma lança. Instantaneamente os sons de batalha cessaram, e Arianrhod, enganada novamente, colocou uma terceira e última maldição sob Llew - ele nunca se casaria com uma mulher que nascesse da Terra dos homens. Após essa terrível maldição, Gwydion pede a ajuda de Math, e os dois então resolvem criar uma mulher para Llew. Eles colheram flores do carvalho, botões de giesta e da rainha-dos-prados, e depois misturaram esses ingredientes proferindo poderosos encantamentos, formando assim a noiva de Llew, Blodeuwedd ("rosto de flor").


CLIQUE NO BANNER ABAIXO PARA MAIS POSTS SOBRE


PARTICIPE! Deixe seu comentário, elogio, crítica nas publicações. Sua interação é importante e ajuda a manter o blog ativo! Para mais conteúdo, inclusive postagens exclusivas, siga o Portal dos Mitos no seu novo Instagram: @portaldosmitosblog

25 de março de 2014

Bakunawa

۞ ADM Sleipnir

Arte de Allen Michael Geneta

Bakunawa (Bakonaw, Baconaua ou Bakonaua) é uma divindade da mitologia filipina, muitas vezes representada como uma serpente marinha gigante. Acredita-se que ela era a deusa do submundo e ela muitas vezes foi considerada a responsável pelos eclipses. 

Ela aparece como um dragão ou serpente gigante do mar, com uma boca tão grande quanto um lago, uma língua vermelha como sangue, os bigodes e as guelras de um peixe-gato, e dois pares de asas: um par maior e um par menor encontrado mais para baixo de seu corpo. 

Mitologia

No início do mundo, haviam sete luas no céus. Bathala - o criador da terra, mar e céu - as tinha criado para iluminarem o céu à noite. Estas luas eram um espetáculo para ser visto: brilhando como prata recém -polido em meio a um céu de veludo. Bakunawa ficou tão encantado com a beleza das luas que uma noite, ele se levantou do mar e engoliu uma das luas. Excessivamente orgulhoso de seu feito, ele se esgueirou de volta para o seu domínio marinho. Infelizmente, ele logo percebeu que a lua dentro dele estava derretendo como cera de vela.

Arte de giong2296

Querendo devorar uma lua que durasse mais tempo, o Bakunawa subiu para o céu na noite seguinte e engoliu outra lua. Mas esta também se dissipou. Noite após noite, Bakunawa devorava outra lua do céu, e todas elas derretiam dentro dele. No fim, apenas uma lua restou no céu, e Bathala ficou furioso. Ao invés de matar Bakunawa, puniu a besta e ordenou -lhe para não devorar a última lua.

Dizem que Bakunawa obedece a ordem de Bathala, mas não a maior parte do tempo. De vez em quando ele tenta devorar a última lua, e é por isso que ele fica vermelha e provoca um eclipse. Mas as pessoas na terra levantam um clamor alto,  batendo panelas, gritando e gemendo, tudo para assustá-lo e fazê-lo cuspir a lua de volta para o céu. Outros tomam uma abordagem mais suave, tocando música doce para fazê-lo cair em um sono profundo, de modo que a lua irá rolar para fora de sua boca e flutuar de volta para o céu, onde ela pertence. No entanto, todos se perguntam se chegará um dia onde Bakunawa terá sucesso em seu desejo de engolir a última lua.

Arte de ladysantos30


Outra Versão 

Outros contos dizem que o Bakunawa tem uma irmã, que possui a forma de uma tartaruga marinha. Ela sempre visitava uma ilha nas Filipinas, a fim de colocar seus ovos. No entanto, os moradores logo descobriram que cada vez que a tartaruga marinha visitava a ilha, a água parecia segui-la, fazendo com que a ilha tivesse seu tamanho reduzido. Com medo que sua ilha  desaparecesse por completo, os moradores mataram a tartaruga. 

Quando Bakunawa descobriu isso, emergiu do mar e devorou a lua. As pessoas ficaram com medo e oraram a Bathala, pedindo para ele punir a criatura. Bathala se recusou, porém disse a eles para baterem algumas panelas e frigideiras, a fim de perturbar a serpente. A lua foi então regurgitada e Bakunawa desapareceu, para nunca mais ser visto novamente. 


fonte: 

CLIQUE NO BANNER ABAIXO PARA MAIS POSTS SOBRE


CLIQUE NO BANNER ABAIXO PARA MAIS POSTAGENS DA SÉRIE

PARTICIPE! Deixe seu comentário, elogio, crítica nas publicações. Sua interação é importante e ajuda a manter o blog ativo! Para mais conteúdo, inclusive postagens exclusivas, siga o Portal dos Mitos no seu novo Instagram: @portaldosmitosblog

24 de março de 2014

Pontos

۞ ADM Sleipnir


Na mitologia grega, Pontos (ou Ponto, grego: Πόντος "Mar") era uma antiga divindade pré-olímpica dos mares, e um dos protogenoi (deuses primordiais). Geralmente confundido com o titã Oceano, Pontos foi gerado por Gaia através de partenogênese (porém o poeta Higino afirma que Pontos é filho de Gaia com Éter, o ar). Pontos é a primeira divindade a surgir como força primal das águas, sendo  personificado como o mar primitivo.

Com Gaia, a deusa Terra, Pontos foi pai de muitas divindades marinhas: Nereu (o "velho mar"), Taumante ( personificação dos perigos do mar), Fórcis e sua irmã/consorte Ceto, e também Euríbia, consorte do titã Crio. Com Talassa, sua contraparte feminina, Pontos gerou praticamente toda a vida marinha, e também os Telquines (demônios marinhos que segundo algumas versões do mito de Poseidon, seriam os responsáveis pela confecção de seu tridente).

Em mosaicos romanos, Pontos é representado como uma cabeça gigante saindo do mar, adornado com uma barba cinza molhada e chifres de garras de caranguejo. Pontos e Talassa foram completamente substituídos por Poseidon e Anfitrite na arte clássica e nos mitos. .



CLIQUE NO BANNER ABAIXO PARA MAIS POSTS SOBRE

PARTICIPE! Deixe seu comentário, elogio, crítica nas publicações. Sua interação é importante e ajuda a manter o blog ativo! Para mais conteúdo, inclusive postagens exclusivas, siga o Portal dos Mitos no seu novo Instagram: @portaldosmitosblog
Ruby