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1 de junho de 2022

Tarobá e Naipi - A Origem das Cataratas do Iguaçu

 ۞ ADM Sleipnir

As Cataratas do Iguaçu é o maior conjunto de quedas de água, em extensão, do mundo. Localizadas na cidade de Foz do Iguaçu, no estado brasileiro do Paraná, ela é visitada por milhões de turistas todos os anos, sendo uma das Novas Sete Maravilhas da Natureza. Uma lenda oriunda do povo indígena caingangue narra uma história de amor que culmina na criação dessas cataratas.

Os caingangues, que habitavam as margens do rio Iguaçu, acreditavam que o mundo era governado por Mboi (ou M’Boy) — um deus com forma de serpente e filho do deus Tupã. Igobi, o cacique da tribo, tinha uma filha chamada Naipi, e ela era tão bonita que as águas dos rios paravam quando a jovem índia parava para se olhar nelas. Devido à sua beleza, Naipi foi consagrada ao deus Mboi, passando a viver somente para seu culto.

Havia, porém, entre os caingangues, um jovem guerreiro chamado Tarobá, que acabou se apaixonando por Naipi desde o momento em que a viu pela primeira vez. No dia da festa de consagração da jovem índia, Tarobá aproveitou um momento em que o pajé e os caciques estavam distraídos bebendo caium e os guerreiros da tribo dançavam para ir até Naipi e depois fugir com ela.

O casal fugiu através do rio Iguaçu, por meio de uma piroga (uma embarcação indígena a remo) que seguiu rio abaixo sendo arrastada pela correnteza. Ao tomar conhecimento da fuga de Naipi e Tarobá, Mboi ficou furioso. O deus serpente penetrou as entranhas da terra, retorcendo o seu corpo e produzindo uma enorme fenda que formou as cataratas. Envolvidos pelas águas dessa imensa cachoeira, Tarobá e Naipi caíram de uma grande altura, desaparecendo para sempre. 

Naipi foi transformada por Mboi em uma das rochas centrais das cataratas, sendo perpetuamente açoitada pelas águas revoltas. Já Tarobá foi convertido em uma palmeira situada à beira de um abismo, inclinada sobre a garganta do rio. Debaixo dessa palmeira acha-se a entrada de uma gruta onde Mboi reside e vigia eternamente o casal.

Outra Versão 

Outra versão da lenda conta que o rio Iguaçu pertencia a Mboi, e por isso suas águas serpenteavam imitando o seu movimento. Ele era um rio que nascia perto do oceano atlântico, no planalto de Curitiba, mas que não desaguava no mar, Mboi traçou o rio para que ele corresse para o interior. Na verdade, o deus serpente queria chegar no mar de Xaraés (como os indígenas chamavam o Pantanal) e por isso foi abrindo caminho rasgando o chão, arrancando as matas e alagando as baixadas.

Os índios da tribo caingangue tinham fome e queriam os peixes do rio Iguaçu, porém todas vezes que iam pescar, a canoa virava, matando-os. A tribo então fez um trato com Mboi. O deus os deixaria pescar e a tribo daria uma cunhã (moça bonita) por ano para Mboi. 

Naipi era a moça mais linda da tribo e todos queriam se casar com ela. Por isso os caingangues prepararam uma enorme festa onde os guerreiros disputaram o amor de Naipi. Tarobá, um jovem forte e belo, foi o vencedor. Porém, Mboi ouviu o barulho de festa e foi ver o que estava acontecendo. Ao ver Naipi, pediu a moça para ele. Porém Tarobá não quis cedê-la, já que ele havia vencido as lutas e ganhado seu coração.


Mboi então desfez o trato com a tribo e voltou a espantar os peixes, virar as canoas e matar os pescadores. Os índios voltaram a sentir fome. Os caingangues se reuniram e tentaram oferecer outras moças aos Mboi, mas ele não aceitou. Tentaram então oferecer outras moças a Tarobá, mas ele também não aceitou. Com a fome aumentando, os índios resolveram roubar Naipi e entregá-la para Mboi.

Assim, a moça foi levada a beira do Iguaçu, onde os índios gritaram chamando o deus. Tarobá ouviu a algazarra e veio correndo,chegando primeiro que Mboi. Ele então pegou Naipi e fugiu mata adentro. Mboi correu atrás, rasgando o chão, derrubando a mata e alagando as baixadas. Tarobá era um guerreiro forte, hábil e esperto, mas o deus fechava todos os caminhos com as águas do rio Iguaçu, serpenteando para lá e para cá. Eles então, sem saída, encontraram uma canoa e Tarobá remou rapidamente. Mboi foi atrás, tentando virar a canoa, mas Tarobá era muito bom no remo, nem o deus serpente podia vencê-lo.

Mas o rio Iguaçu era de Mboi e fazia o que ele queria. O deus viu um grande abismo e mandou o Iguaçu se jogar de lá. Se Naipi não era dele, de Tarobá não seria. O Iguaçu, obediente, lançou-se imensidão abaixo, levando consigo a canoa com Tarobá e Naipi. O deus Tupã viu tudo, mas nada pode fazer, pois dois deuses não lutam entre si. Tupã então fez do corpo de Tarobá uma grande pedra e o deixou lá embaixo, no abismo onde caiu. Tupã então transformou Naipi na espuma das águas, assim, ela poderia todos os dias acariciar o corpo de seu amado. Todas as vezes que eles se encontram nas águas das Cataratas do Iguaçu, aparece um belo arco íris. 


O castigo do rio Iguaçu foi acabar ali, juntando-se ao rio Paraná, tendo que correr de volta um enorme caminho e desaguar no Oceano Atlântico. Mboi, o deus serpente foi-se embora para o Mar de Xaraés (Pantanal), e povoou a região com serpentes gigantes, as famosas sucuris.

fontes:


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4 comentários:

  1. Só uma correçãozinha... as Cataratas do Iguaçu ficam no Estado do Paraná e não no Estado do Pará como diz no início do texto.

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    Respostas
    1. Muito obrigado! Essa acabou passando despercebida pela minha revisão.

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