28 de fevereiro de 2014

Tau, Kerana e os Sete Monstros Lendários

۞ ADM Sleipnir


A história de Tau e Kerana faz parte da mitologia guarani, essencialmente entre as tribos habitantes do território paraguaio. Tau, o espírito do mal, se apaixonou por uma uma princesa da tribo guarani, a bela Kerana, filha de Mangaratu. Tau assumiu uma forma humana, e durante sete dias tentou conquistá-la, no entanto, Angatupyry, espírito do bem e contraparte de Tau, veio para salvar a menina. Angatupyry e Tau lutaram durante sete dias e e sete noites, até que Tau foi finalmente derrotado. Após sua derrota, Tau foi exilado da terra por Pytajovái, o deus da guerra e do valor. Apesar disso, ele conseguiu retornar e sequestrar a bela Kerana, levando-a embora consigo. 

O mito deixa de mencionar como Kerana se sentia sobre tudo isso, se ela amava Tau ou era apenas uma vítima indefesa do mesmo. De qualquer forma, o casal foi amaldiçoado pela deusa Araci. Possuída pelo espírito do mal, Kerana teve sete filhos, todos eles monstros, cada um com um domínio e atributos diferentes. Esses monstros são muitas vezes quimeras, uma mistura de duas ou mais criaturas. 

Abaixo, listamos os sete monstros:

Teju Jagua (O cão-lagarto)

Arte de Light-Schizophrenia

Teju Jagua é o senhor das cavernas e o protetor das frutas. É um lagarto gigante com a cabeça de um cão e os olhos que lançam chamas. Algumas versões descrevem-no com sete cabeças, outras com apenas uma. Apesar de sua aparência ameaçadora, ele é basicamente benigno. Ele não pode se movimentar muito bem, talvez por causa de seu grande tamanho. Ele  alimenta de frutas e seu alimento preferido é o mel. Dizem que sua pele ficou coberta de ouro e pedras preciosas após ele rolar sob o tesouro de Itaju. 

Mboi-Tu'I (Serpente-Papagaio)

Arte de Light-Schizophrenia

Mboi-Tu'i  é o protetor dos animais aquáticos e zonas húmidas. é uma enorme serpente com a cabeça de um papagaio e um bico grande. Ele tem uma aparência terrível e um poderoso chapéu grito pode ser ouvido a grandes distâncias. Ele gosta de umidade e de flores. 

Moñai (o "n" tem a pronuncia nasal como em espanhol, " Nya ")

Arte de Light-Schizophrenia

Moñai é o senhor da terra, do ar e dos pássaros. Ele é uma enorme serpente com dentes longos e afiados e com dois chifres grandes, semelhantes a antenas. Seu domínio é o campo aberto, mas também é dito viver em rios profundos e regiões inacessíveis. Ele pode escalar árvores com facilidade e caçar pássaros, hipnotizando-os com suas antenas. Ele é chamado de Señor de los campos. Conta-se que ele gostava de roubar objetos de uma aldeia e os escondia em uma caverna. Isso criava uma grande confusão e muitas discussões entre os aldeões. Eles finalmente decidiram punir Moñai e seus irmãos pelos seus malefícios. Uma bela menina chamada Porací se ofereceu para ir até Moñai, e ao encontrá-lo, lhe disse que tinha se apaixonado por ele e queria se casar, mas antes do casamento, ela queria conhecer todos os seus irmãos. Ela foi deixada por Mõnai aos cuidados de seu irmão, o lento Teju Jagua, enquanto partiu para reunir seus irmãos. Quando todos estavam reunidos, eles realizaram uma grande festa e todos os irmãos logo ficaram bêbados. Foi então que Porací tentou fugir da caverna, mas uma grande rocha bloqueou a saída. Mõnai descobriu sua traição e a puxou de volta para a caverna. Seus gritos foram ouvidos pelos moradores que esperavam do lado de fora. Ela então ordenou que queimassem a caverna, sacrificando-se. Por seu sacrifício, os deuses a transformaram em uma estrela e colocaram-na nos céus.

Jaci Jaterê (Jasy Jatere)
De todos os filhos de Kerana, Jaci Jaterê é o que possui a aparência mais agradável. Seu nome significa literalmente "um pedaço da lua". Sua aparência é de uma pequena criança com cabelo muito leve, mesmo loiro e olhos quase azuis. Ele carrega consigo um cajado ou bengala mágica dourada, por vezes representada com uma cabeça de cobra. Ele é o Senhor da sesta (sono durante o dia, a popular soneca) e também é protetor da planta Erva-mate, um chá popular no Paraguai, assim como pássaros, frutas silvestres e animais.

Jaci Jaterê deixa a floresta durante a hora da sesta, e percorre os vilarejos à procura de crianças desobedientes que não dormem durante a sesta. Ele, que geralmente é invisível, aparece para essas crianças e as hipnotiza com sua varinha, levando-as para dentro da floresta. Existem diferentes versões da história. Em algumas, ele só brinca com elas durante a hora da sesta, e no final as leva em segurança de volta para casa. Mas em outras histórias, ele as tortura e mata ou pior, leva-as para o seu irmão devorador de homens, Ao- Ao. Nessas versões, ele é uma espécie de bogeyman (bicho papão) usado pelos pais para fazer seus filhos obedecem. Ele também é considerado o protetor dos tesouros escondidos. Se alguém lhe tomar seu cajado mágico, ele vai espernear e chorar como uma criança. Depois, se você perguntar a ele sobre o seu tesouro, receberá uma recompensa, de modo semelhante a lenda do Leprechaun

O Kurupi é um anão feio e cabeludo. Ele é semelhante a uma outra figura mítica guarani chamada Pombero. A sua característica mais distintiva é o seu pênis incrivelmente longo e preênsil. Ele é o deus da fertilidade e da reprodução. O Kurupi é dito ser responsável por impregnar as jovens enquanto eles dormem, às vezes, sem entrar na casa! Ele é frequentemente acusado de gravidezes indesejadas ou inesperadas e às vezes e também sequestrar e estuprar meninas. Por outro lado, ele é dito ajudar as pessoas a ter filhos e também é protetor dos animais selvagens e das frutas.

Ao Ao
O Ao Ao é talvez o mais perigoso de todos os descendentes de Kerana. Ele é um monstro grande e feroz, de aparência similar a uma ovelha, e possuidor de presas e garras longas. Ele também pode ser inspirado pela queixada, uma espécie de porco selvagem. O Ao Ao é um predador voraz e dizem que ele só se alimenta de seres humanos. Ele é capaz de tudo para capturar sua vítima. Se perseguido por Ao Ao, a única saída é subir numa palmeira, que é considerada uma árvore sagrada. Se você subir em qualquer outra árvore, o Ao Ao circundará a árvore, uivando incessantemente e, eventualmente, irá derrubá-lo. Seu nome vem de seu uivo, "Ao-ao-ao". Ele também é um deus da reprodução e gerou muitos filhos. Ele e sua prole são os senhores das colinas e montanhas.

Luison (ou Luisõ)

Arte de Light-Schizophrenia

O Luison é uma criatura similar ao lobisomem das lendas européias. Ele é descrito como uma grande criatura meio-humana, meio-canina. Seu domínio são os cemitérios, nos quais ele anda à noite e se alimenta da carne dos mortos. No entanto, suas origens podem ser bastante diferentes. Originalmente, ele era mais humano, horripilante, com longos cabelos negros e pele pálida. Ele se dizia ser o prenúncio da morte e desta forma se assemelhava ao ceifeiro europeu. Sua aparência e comportamento eram mais similares a um vampiro. Só mais tarde, após a chegada de colonos europeus, que sua história, forma e até mesmo a sua mudança de nome para que mais parecido com um lobisomem. O nome Luison é derivado da palavra lobisomem. Seu nome original em Guarani foi perdido.

Luison é o sétimo e último dos filhos de Tau e Kerana. Os sete são considerados figuras primárias na mitologia Guarani, e enquanto muitos dos deuses guaranis foram esquecidos pela tradição verbal, estes sete são geralmente mantidos nas lendas. Alguns são considerados reais até mesmo em tempos modernos, em áreas rurais ou regiões indígenas.


Nota: Esta publicação permaneceu desde sua publicação até a publicação desta nota (31/03/21) na seção "Mitologia e Folclore Brasileiro". Foi classificada como tal por conta de um entendimento errôneo da minha parte e de outros autores à respeito da mitologia guarani, que no caso dessa lenda, está restrita ao território paraguaio. Essa publicação no site Colecionador de Sacis, de Andriolli Costa, ajuda a entender um pocuo essa confusão: https://colecionadordesacis.com.br/2018/01/29/fatos-desconhecidos-os-erros-na-abordagem-dos-deuses-brasileiros/

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27 de fevereiro de 2014

Bauk

۞ ADM Sleipnir

Arte de Danijel Matanic

O Bauk é uma criatura mítica presente na mitologia sérvia, descrito como um ser que se esconde em lugares escuros, em buracos ou em casas abandonadas, sempre na espreita de alguma vítima. Quando ele consegue agarrar sua vítima, ele a carrega pra longe e a devora. Ele tem medo de luzes e de barulho, então são excelentes meios de afugentá-lo. 

O Bauk possui um jeito de andar desajeitado, e quando anda, seus pés fazem um barulho similar a "bau". Interpretações das características do Bauk levam à conclusão de que ele pode ser na verdade um urso real, que já havia sido extinto regionalmente em algumas partes da Sérvia e que nessas áreas é conhecido apenas como uma lenda. 

A palavra "bauk" era inicialmente usada como um apelido. Ela é usada como uma tradução para Trasgo nas edições sérvias das obras de J. R. R. Tolkien, primeiramente traduzidos por Mary e Milan Milišić. Bauk é também usado como tradução para Imp na edição sérvia da série As Crônicas de Gelo e Fogo, traduzida por Nikola Pajvančić.

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26 de fevereiro de 2014

Skanda

۞ ADM Sleipnir


Skanda (em sânscrito: "jorrando"; também conhecido como Murugan, Kumara e Kartikeya) é o deus hindu da guerra, filho dos deuses Shiva e Parvati e irmão de Ganesha. Ele costuma ser representado sempre jovem, possuindo seis cabeças e doze braços e segurando uma lança ou um arco e flechas. Ele também aparece montado ou acompanhado de sua montaria, o pavão. Skanda possui uma enorme força e lidera o exército dos deuses, substituindo Indra. Conta-se que quando ele crava sua lança na terra, ninguém pode movê-la, com exceção de Vishnu, e quando o mesmo o faz, montanhas e rios tremem.

Existem muitas versões sobre o nascimento de Skanda. A maioria das versões em geral concorda que os deuses desejavam que Skanda nascesse, para ele destruir o asura Tarakasura, que possuía o privilégio de só poder ser morto por um filho de Shiva. A partir desse ponto as lendas divergem totalmente. 

Arte de venkatvasa

Em uma das versões, Shiva estava absorto em sua meditação e não sentia atração por Parvati, até que foi atingido por uma flecha vinda do arco de Kama, o deus do amor. Depois de muitos anos de abstinência, a semente de Shiva se tornou tão forte que os deuses temiam o resultado, e alguns relatos dizem que Shiva ejaculou no fogo, de onde Skanda acabou nascendo.  Em outra versão, Shiva lançou centelhas de seu terceiro olhos e com elas gerou seis crianças, que foram alimentadas pelas Krittikas, que mais tarde se tornaram as Plêiades. Parvati amou tanto essas crianças que as abraçava fortemente, e isso acabou unindo-as num só corpo, que passou a ter seis cabeças e doze braços.

Há ainda uma versão onde os deus Agni e Kama recolheram o sêmen de Shiva, devido a sua recusa em deixar seu celibato devido a morte de sua esposa Sati. A dupla não conseguiu carregar o sêmen e acabou derramando-o sobre as Plêiades e então Skanda nasceu, com seis faces, uma para cada estrela. No final de todos os contos, Skanda derrota Tarakasura e sua legião de demônios, e se torna o líder do exército de Shiva.

Skanda x Tarakasura, Arte de kiran babu

Skanda possui duas esposas, Devasena e Valli, mas apesar disso ele não tinha muito interesse por elas, pois gostava mais de se envolver em assuntos bélicos, motivo pelo qual ele é considerado um deus defensor da castidade.

No sul da Índia, onde o deus surgiu como Murugan, ele tem um grande número de seguidores sob o nome Subrahmanya ("queridos aos brâmanes"); seus templos ou santuários são encontrados em todas as aldeias, não importa quão pequenas sejam.


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25 de fevereiro de 2014

Kasha

۞ ADM Sleipnir


O Kasha (japonês 火車 ou かしゃ, "carreta em chamas" ou "carruagem de fogo") é um tipo de bakeneko que costuma aparecer durante tempos chuvosos ou tempestuosos, para roubar cadáveres de pecadores e conduzi-los ao inferno. Geralmente é representado por um enorme felino bípede, do tamanho de um ser humano ou até maior, frequentemente acompanhado por chamas infernais ou relâmpagos. 

No passado era retratado como um demônio puxando uma carruagem em chamas, mas com o tempo, mais precisamente após a publicação do Gazu Hyakki Yagyō (画 図 百 鬼 夜行, A Ilustrada Parada Noturna de Cem Demônios"), de Toriyama Sekien, passou a ser mais comumente representado como um gato de fogo.


O Kasha costuma viver entre os humanos, disfarçado como um gato doméstico comum. No entanto, ele revela sua verdadeira forma durante os funerais, quando ele salta dos telhados para roubar os cadáveres de seus caixões. Kashas são ocasionalmente relatados como mensageiros ou servos do inferno, possuindo a tarefa de recolher os cadáveres de seres humanos pecadores e levá-los para o inferno. Apesar disso, muitas vezes eles roubam os cadáveres para fins próprios - ou para manipulá-los como fantoches ou para se alimentar deles.

É praticamente impossível recuperar os cadáveres das pessoas após eles serem levados por um Kasha. A melhor defesa contra um Kasha é  preparar artifícios para enganar e repelir o mesmo. Templos em áreas onde um Kasha possa estar à espreita desenvolveram formas únicas de se defender contra eles:
  • Em Yamagata, os sacerdotes adotaram o hábito de realizarem duas cerimônias fúnebres para o falecido. A primeira cerimônia é falsa - o caixão é preenchido apenas com pedras. Com isso, se um Kasha tentar atacar o corpo, acabará encontrando nada além das pedras. A cerimônia verdadeira só acontece depois, quando o risco de um encontro com um Kasha for menor;
  • Em Ehime, uma lâmina de barbear é colocada em cima do caixão, para repelir o Kasha;
  • Em Miyazaki, os cantos sacerdotes"baku ni wa kuwasen" e "ni wa Kasha kuwasen" (não ser comido por um baku, não ser comido por um Kasha) são recitados duas vezes na frente do cortejo fúnebre, a fim de afastar os maus espíritos;
  • Em Okayama, os sacerdotes tocam o myōhachi, um tipo de címbalo usado em cerimônias religiosas, a fim de manter o Kasha longe do local.
O medo de tais gatos demoníacos existe há muito tempo no Japão, e desde os tempos antigos, a sabedoria popular diz: "Não deixe gatos perto de cadáveres", e  ainda: "Se um gato pula sobre o caixão, o corpo dentro do caixão irá levantar". Temores como esses deram origem a tradições supersticiosas, como o hábito de cortar o rabo de um gato  bem curto, a fim de impedir sua possível transformação.



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24 de fevereiro de 2014

Dagda

۞ ADM Sleipnir


Dagda ("O Deus Bom", também chamado de Eochaid Ollathair, "O Pai de Todos") é um dos deuses mais poderosos da mitologia celta, e reverenciado por muitos sacerdotes druidas. Ele é um deus da fertilidade, do conhecimento e um guerreiro formidável. Dagda também é um dos líderes dos Tuatha Dé Dannan. 

Características


Dagda é geralmente representado como um homem gigantesco, maior do que a mais alta das montanhas, com braços fortes, e possuidor de uma força sobre-humana. Outras representações o caracterizam como um homem muito gordo e com um enorme falo, evidenciando o seu papel de deus da fertilidade. Dagda possui também um insaciável desejo por mulheres e comida.


Genealogia

Existem controvérsias em relação a quem foram os pais de Dagda: às vezes ele é considerado filho de Danu e Bile, às vezes é citado como um dos sete filhos de Ethliu. Nesse caso, ele seria irmão de Nuada, Dian Cécht, Goibhniu, Credne, Luchta e Lug Mac Cein. Há uma versão em que Dagda e Ogmios são irmãos, filhos de Elatha e Eithne. Sua esposa é a deusa Morrigan.


Ele era considerado o pai de algumas deidades: Angus Mac Og (com a deusa-rio Boann), de Ogma (com Danu), Bodb Derg, Aed Minbhrec (ou Aed Cáem), Cermait Milbél ("lábios de mel") e Midir. Ele também teve duas filhas: Brigit e Ainge.

Dagda e seus Objetos Mágicos


Dagda era detentor de vários objetos mágicos, os quais sempre carregava consigo. O primeiro deles é uma clava chamada Lorg Anfaidh, que não era apenas poderosa o suficiente para matar nove homens em um único movimento, mas também poderia ser usada para devolver a vida aos mortos, usando a outra extremidade. O segundo é um caldeirão fervente chamado Coire Ansic, capaz de produzir uma quantidade aparentemente infinita de qualquer alimento que ele desejasse. No entanto, o caldeirão não poderia produzir alimentos para covardes ou para aqueles que tinham quebrado um juramento. 

Dagda também levava consigo uma harpa feita de carvalho, chamada Daurdabla, também conhecida como Coir Cethair Chuir (“música de quatro ângulos”) e Úaithne (nome por vezes dado ao seu harpista). Com ela, o deus comandava as estações através da música, classificando-as em sua ordem correta. Alguns relatos dizem que ele tocava a harpa durante as batalhas, conduzindo os exércitos com sua música.


Além desses objetos, Dagda possuía um casal de porcos mágicos que podiam ser comidos várias vezes e sempre reviviam, e também um pomar que, independente da estação, dava frutos o ano todo.

Mitos

Um mito bem conhecido sobre Dagda conta sobre seus encontros amorosos com a deusa Boann, esposa de Elcmar. Para poder se encontrar com ela, Dagda parava o tempo, mas um dia Boann engravidou. Com medo de ser descoberto, ele ordenou que o sol ficasse parado durante nove meses, para que seu filho, Angus Mac Og, pudesse nascer em apenas um dia.

Dagda desempenhou um papel importante durante a Segunda Guerra de Maigh Tuired. Lugh enviou Dagda para espionar os Fomorianos, e depois distraí-los enquanto os Tuatha Dé Dannan se preparavam para a guerra. Ao chegar ao acampamento Formoriano, os mesmos se assustaram com sua presença, temendo um ataque surpresa, mas logo foram até ele checar suas intenções. Dagda os provoca, dizendo que a fama dos fomorianos de não serem hospitaleiros era verdade, e ameaçou compor uma música com sua harpa, anunciando ao mundo o fato. 

Os Fomorianos, com medo da desonra, cavaram um profundo buraco no chão, e o encheram de leite, farinha, cereais, carne de vaca e de ovelhas e três ou quatro porcos inteiros. Dagda foi obrigado a comer tudo, caso contrário seria morto por eles. Utilizando uma colher de pau tão grande que um homem e uma mulher poderiam dormir juntos nela, Dagda comeu o mingau até o fim, inclusive raspando o chão com a colher. Dagda obteve as informações que queria, mas foi impedido de deixar o acampamento pelos Fomorianos, que pretendiam lhe servir um banquete ainda maior do que o que provara, certos de que ele não daria conta e com isso poderiam matá-lo. 

Cheio como estava, Dagda não conseguiria abrir caminho à força e ir embora, então caminhou até a praia e caiu num sono profundo. Ao acordar, foi ajudado por uma maga chamada Elen, que utilizou sua magia para ajudar Dagda a fugir e retornar a Tara com as informações que havia colhido. Durante esta guerra, Dagda sofreu um ferimento causado por Cethlenn, rainha dos Fomorianos, porém ele sobreviveu ainda por setenta ou oitenta anos, como rei dos Tuatha Dé Dannan, substituindo o rei Nuada.

Quando os Tuatha Dé Danaan foram obrigados a viver na clandestinidade, Dagda dividiu a terra entre os deuses. Seu filho Angus, o deus do amor, estava ausente durante a divisão, e Dagda não deu ao filho uma parte porque ele queria manter o palácio de Angus para si mesmo. Quando Angus voltou, ele enganou seu pai para obter o seu palácio de volta, deixando Dagda sem terra ou poder.

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22 de fevereiro de 2014

A Edda Poética: Parte IV - Grímnismál

۞ ADM Sleipnir

Tradução e Notas de Márcio Alessandro Moreira.




O Grímnismál ("Os Dizeres de Grímnir") é um dos poemas mitológicos da Edda Poética, que foi preservada no Codex Regius e no fragmento AM 748 I 4to. Esse poema mostra a sabedoria de Frigg em enganar Óðinn. O poema é rico em descrever a morada dos Deuses.

Grímnismál

O rei Hrauðungr tinha dois filhos. Um era chamado Agnarr e o outro Geirröðr. Agnarr estava com dez anos de idade e Geirröðr oito. Os dois foram pra fora e remaram em um barco com equipamento para pegar peixes pequenos. O vento soprou os para o oceano. Na escuridão da noite eles encontraram a terra, andaram, e encontraram uma fazenda. Ali eles passaram o inverno. A mulher criou Agnarr e o homem criou Geirröðr e lhe deu conselho*. Na primavera o homem conseguiu um navio para eles. Quando os fazendeiros os levaram até a costa, o homem falou sozinho com Geirröðr. Eles pegaram um vento favorável e chegaram ao porto de seu pai. Geirröðr foi até proa do navio. Ele saltou à praia e empurrou o navio de volta dizendo: "Vá agora, onde um espírito maligno possa te ter." O barco foi levado embora pela correnteza, mas Geirröðr foi até cidade. Ele foi bem recebido, mas seu pai tinha morrido. Então Geirröðr se tornou rei e virou um homem bastante famoso.

Óðinn e Frigg se sentaram no Hliðskjálf para olharem em todos os mundos. Óðinn falou: "Tu vê Agnarr, teu filho adotivo, como ele gera crianças com uma Gýgr** em uma caverna, enquanto Geirröðr, meu filho adotivo, se senta como rei da terra?" Frigg disse: "Ele parece ser tão miserável com a comida, que ele atormentava os seus convidados se ele achar que muitos virão." Óðinn disse que isso era uma grande mentira. Eles fizeram uma aposta sobre esta questão. Frigg enviou sua atendente, Fulla, até Geirröðr. Ela ordenou ao rei se prevenir, para que nenhum feiticeiro não o encante, quando ali estivesse chegado em sua terra, e disse que seria reconhecido porque nenhum cão seria suficientemente selvagem para ataca-lo. Era uma grande falsidade que Geirröðr não era generoso com sua comida, e não obstante, ele tinha amarrado o homem quem os cachorros não atacaram. Ele usava um manto azul e se chamava Grímnir e não disse nada mais sobre si mesmo, embora ele fosse questionado. O rei o torturou para fazê-lo falar e o colocou entre duas fogueiras, e ele ficou ali por oito noites.

O rei Geirröðr tinha um filho que estava com dez anos de idade, e que se chamava Agnarr depois de seu irmão. Agnarr foi até Grímnir e lhe deu um chifre cheio de bebida e disse que se pai fazia mal a ele, que ele era torturado inocentemente. Grímnir bebeu. Então o fogo estava chegando, e queimou o manto de Grímnir. Ele disse:

01-"Está quente, Fogo,
e bastante alto;
eu ti conduzo para longe, Fogo!
O manto queimou,
embora eu tivesse levantado isso para o alto;
o manto queimou antes."

02-"Oito noites eu sentei
aqui entre as fogueiras,
nenhum homem
me deu comida,
exceto apenas Agnarr,
o filho de Geirröðr,
que sozinho governará
a terra dos Godos."

03-"Salve, Agnarr,
enquanto Veratýr* o chama
para te saudar;
por essa única bebida
tu nunca conseguirá
melhor pagamento."

04-"Sagrada é a terra
que eu vejo estendida
perto dos Æsir e dos Álfar*;
em Þrúðheimr
Þórr habitará até
a ruína dos Regin*."

05-"Ýdalir se chama
onde Ullr tem
um salão construído;
os Tívar*, no início dos tempos, deram
Álfheimr para Freyr,
como dádiva do dente*."

06-"A habitação que se encontra em terceiro,
pelos alegres Regin,
com salão de tetos de prata;
é chamado Valaskjálf,
e foi fundado
pelo Áss* no inicio dos tempos."

07-"Sökkvabekkr é chamado o quarto,
onde passam frescas
ondas rugindo;
ali Óðinn e Sága*
bebem todos os dias,
alegremente, em recipientes dourados."

08-"Glaðsheimr é chamado o quinto,
onde o brilho do ouro
do vasto Valhöll se encontra;
e lá Hroptr* escolhe
todos os dias
os homens que morrem pelas armas."

09-"Muito é reconhecido
por aqueles que chegam a Óðinn,
ao ver o salão:
com lanças o teto é sustentado,
com escudos o salão é coberto,
cotas de malhas estão espalhadas pelos bancos."

10-"Muito é reconhecido
por aqueles que chegam a Óðinn,
ao ver o salão:
um lobo fica atento
perante a porta oeste
e uma águia paira acima."

11-"Þrymheimr* é chamado o sexto,
onde habitava
o terrível Jötunn Þjazi;
agora Skaði,
a brilhante noiva dos Deuses,
vive no antigo lar de seu pai."

12-"Breiðablik é o sétimo,
onde Baldr tinha
edificado um salão para ele,
e nessa terra,
que eu sei, poucos
males existem."

13-"Himinbjörg é o oitavo,
onde Heimdallr,
dizem, governa o templo;
ali o guardião dos Deuses
bebe no tranquilo salão,
feliz, o bom hidromel."

14-"Fólkvangr é o nono,
onde Freyja nomeia
assentos em seu salão;
metade dos mortos
ela escolhe todos os dias
e Óðinn tem a outra metade."

15-"Glitnir é o décimo,
ele tem pilares de ouro
e o telhado é coberto com prata;
onde Forseti
habita a maior parte do dia
e aquieta todas as brigas."

16-"Nóatún é o décimo primeiro,
onde Njörðr tinha
edificado um salão para ele;
o governante dos homens,
sem crime
preside o edificado altar."

17-"A mata e
a grama cresce em
Víði, a terra de Víðarr;
onde o filho deixará
as costas de seu cavalo
valentemente para vingar o pai."

18-"Andhrímnir
faz no Eldhrímnir*
Sæhrímnir cozido,
a melhor carne;
e isso poucos sabem,
do que os Einherjar se alimentam."

19-"Geri e Freki*
alimenta, o acostumado à batalha,
o famoso Herjaföðr*;
mas apenas com vinho
o glorioso em armas,
Óðinn vive eternamente."

20-"Huginn e Muninn
voam todo dia
acima de Jörmungrundr*;
eu temo por Huginn
que ele possa não voltar,
embora eu tema mais por Muninn."

21-"Þund ruge,
nas ondas de Þjóðvitnir
o peixe nada;
a corrente
parece excessiva
para a multidão de mortos* atravessarem."

22-"Valgrindr* se chama,
onde fica o campo
sagrado na frente da porta sagrada;
antigo é esse portão,
nisso poucos sabem
como isso está fechado com fechadura."

23-"Quinhentas portas
e mais quarenta,
assim eu creio que existe no Valhöll;
oitocentos Einherjar
saem de uma vez por cada porta,
quando eles forem combater o lobo*."

24-"Quinhentos quartos
e mais quarenta,
assim eu creio que tem as curvas de Bilskírnir;
destas casas
que eu sei que possuem tetos,
eu sei que a do meu filho é a maior*."

25-"Heiðrún se chama a cabra,
que fica no salão
e morde os ramos de Læraðr*;
encher um caldeirão
ela deve com brilhante hidromel,
a bebida que não pode diminuir."

26-"Eikþyrnir se chama o veado,
que fica no salão
e morde os ramos de Læraðr;
de seus chifres
caem gotas no Hvergelmir,
de lá surge todos os rios."

27-"Síð e Víð,
Sækin e Eikin,
Svöl e Gunnþró,
Fjörm e Fimbulþul,
Rín e Rennandi,
Gipul e Göpul,
Gömul e Geirvimul,
os que correm para o lar dos Deuses,
Þyn e Vín,
Þöll e Höll,
Gráð e Gunnþorin."

28-"Vína é chamado o primeiro,
o segundo Vegsvinn,
o terceiro Þjóðnuma,
Nyt e Nöt,
Nönn e Hrönn,
Slíð e Hríð,
Sylgr e Ylgr,
Víð e Ván,
Vönd e Strönd,
Gjöll e Leiptr
esses correm próximo aos homens,
e correm dali para Hel."

29-"Körmt e Örmt,
e os dois Kerlaugar,
esses Þórr deve atravessar
todos os dias,
quando ele viaja para julgar
no freixo Yggdrasill,
para que Ásbrú*
queime toda em fogo,
as sagradas águas fervem."

30-"Glaðr e Gyllir,
Glær e Skeiðbrimir,
Silfrintoppr e Sinir,
Gísl e Falhófnir,
Gulltoppr e Léttfeti,
esses cavalos os Æsir cavalgam
todos os dias,
quando viajam para julgar
no freixo Yggdrasill."

31-"Três raízes
se expandem em três caminhos
abaixo do freixo Yggdrasill;
Hel habita abaixo de uma,
outra abaixo dos Hrímþursar,
a terceira nos seres humanos."

32-"Ratatoskr se chama o esquilo,
que correrá
no freixo Yggdrasill;
as palavras da águia
ele deverá carregar de cima
e relatar para Niðhöggr abaixo."

33-"Os veados são quatro,
eles que mordem os ramos
com os pescoços dobrados para trás:
Dáinn e Dvalinn,
Duneyrr e Duraþrór."

34-"Mais cobras se deitam
abaixo do freixo Yggdrasill,
que todos os tolos podem imaginar;
Góinn e Móinn,
eles são filhos de Grafvitnir,
Grábakr e Grafvölluðr,
Ófnir e Sváfnir,
eu creio, que sempre deverão
rasgar os ramos da árvore."

35-"O freixo Yggdrasill
suporta o sofrimento
maior que um homem pode saber:
o veado morde de cima,
seu tronco está apodrecendo,
Niðhöggr rói suas raízes de baixo."

36-"Hrist e Mist
eu desejo, que me tragam o chifre,
Skeggjöld e Skögul,
Hildr e Þrúðr,
Hlökk e Herfjötur,
Göll e Geirahöð,
Randgríðr e Ráðgríðr
e Reginleif;
elas trazem cerveja para os Einherjar."

37-"Árvakr e Alsviðr,
eles devem dali subir para cima
arduamente para puxar a Sol;
abaixo de seus ombros
ocultaram, os alegres Regin,
os Æsir, o Ísarnkol*."

38-"Ele se chama Svalinn,
que fica na frente da Sól,
o escudo, da Deusa brilhante;
as montanhas e mar
eu creio, que queimariam,
se ele cair de lá."

39-"Sköll se chama o lobo,
quem segue o brilhante Deus
até o abrigo no bosque;
mas o segundo, Hati,
ele é filho de Hróðvitnir,
ele seguirá a brilhante noiva do céu."

40-"Da carne de Ymir,
a Jörð* foi criada,
do sangue o mar,
as colinas dos ossos,
as árvores dos cabelos,
e do crânio o céu."

41-"Da sua sobrancelha
os alegres Regin fizeram
Miðgarðr para os filhos dos homens;
de seu cérebro
eles fizeram todas
as furiosas nuvens."

42-"Terá o favor de Ullr
e de todos os Deuses
quem primeiro tocar o fogo;
para os mundos serem abertos
para os filhos dos Æsir,
quando tirarem os caldeirões*."

43-"Os filhos de Ívaldi,
no início dos tempos,
fabricaram o Skíðblaðnir,
o melhor de todos os navios,
para o brilhante Freyr,
o bondoso filho de Njörðr."

44-"O freixo Yggdrasill
é a principal de todas as árvores,
mas Skíðblaðnir dos navios,
Óðinn dos Æsir,
mas Sleipnir dos cavalos,
Bilröst* das pontes,
mas Bragi dos escaldos,
Hábrók dos falcões,
e Garmr dos cães."

45-"Agora eu olho para acima
para os filhos dos Sigtívar,
e com isso despertar-lhes a ajuda necessária;
de todos os Æsir
que chegam
para o banco de Ægir
para o banquete de Ægir."

46-"Eu sou Grímnir,
eu sou Gangleri,
Herjann e Hjálmberi,
Þekkr e Þriði,
Þundr e Uðr,
Helblindi e Hár;"

47-"Saðr e Svipall
e Sanngetall,
Herteitr e Hnikarr,
Bileygr, Báleygr,
Bölverkr, Fjölnir,
Grímr e Grímnir,
Glapsviðr e Fjölsviðr;"

48-"Síðhöttr, Síðskeggr,
Sigföðr, Hnikuðr,
Alföðr, Valföðr,
Atríðr e Farmatýr;
apenas um nome
nunca fui chamado,
desde que eu viajei entre o povo*."

49-"Grímni me chamava
na casa de Geirröðr,
e Jálk em Ásmundr,
e então Kjalar,
quando eu puxei o trenó;
Þrór na Þing*,
Viðurr nas batalhas,
Óski e Ómi,
Jafnhár e Biflindi,
Göndlir e Hárbarðr entre os Deuses;"

50-"Sviðurr e Sviðrir
eu fui chamado por Sökkmímir,
e eu enganei esse velho Jötunn,
quando eu me tornei,
do famoso filho de Miðvitnir,
o único matador."

51-"Tu está bêbado, Geirröðr,
tu bebeu demais;
muito lhe será privado,
quando tu perder a minha ajuda,
de todos os Einherjar
e o favor de Óðinn."

52-"Eu te disse muito,
e tu pouco se lembrou;
teus amigos te enganaram;
a espada estendida
do meu amigo eu vejo,
toda borrifada com sangue."

53-"O morto ceifado pela espada
logo Yggr terá;
eu creio que sua vida está acabada;
as Dísir estão furiosas,
agora tu serás capaz de ver Óðinn,
venha até mim se tu puderes."

54-"Óðinn eu sou chamado agora,
Yggr eu fui chamado antes,
eu fui chamado Þundr antes disso,
Vakr e Skilfingr,
Váfuðr e Hroptatýr,
Gautr e Jálkr entre os Deuses,
Ófnir e Sváfnir,
quais eu creio, originaram
todos de mim apenas".


O rei Geirröðr estava sentado e tinha a espada sobre os joelhos, e estava desembainhada até a metade. Quando ele ouviu que Óðinn tinha chegado ali, ele se levantou e desejou tirar Óðinn do fogo. A espada caiu de sua mão, com o cabo para baixo. O rei bateu os pés e cambaleio para frente, a espada que estava ali passou através dele e foi sua morte. Óðinn então desapareceu. Mas Agnarr foi rei dali por muito tempo.


Notas do Grímnismál:
  • * A mulher e homem (com certeza) são Frigg e Óðinn disfarçados.
  • ** Gýgr é uma Giganta.
  • 03/2* Veratýr é outro nome de Óðinn.
  • 04/3* Álfar são os Elfos.
  • 04/6* Regin são os Deuses.
  • 05/4* Tívar são os Deuses.
  • 05/6* Quando cai o primeiro dente, geralmente se ganha um presente.
  • 06/6* Esse Áss, Snorri diz que é Óðinn.
  • 07/4* Sága é uma Deusa, a segunda na lista de Snorri.
  • 08/4* Hroptr é outro nome de Óðinn.
  • 11/1* Þrymheimr está localizado em Jötunheimr.
  • 18/2* Andhrímnir é o cozinheiro, Sæhrímnir o javali que é cozinhado todo dia, e
  • Eldhrímnir é o caldeirão onde se cozinha o javali.
  • 19/1* Geri e Freki são os lobos de Óðinn.
  • 19/3* Herjaföðr é outro nome de Óðinn.
  • 20/3* A Terra.
  • 21/2* Essas estrofes são de difícil interpretação, pensa-se que o "Peixe" é um kenningr
  • para espada, que está na boca de Þjóðvitnir que é Fenrir.
  • 21/6* Do Valhöll.
  • 22/1* Valgrindr é o portão do Valhöll.
  • 23/6* 800 guerreiros passam por cada uma dessas portas, ou seja, dessas 540 portas 800 guerreiros passam por cada uma das portas para combater o lobo.
  • 24/6* Esse salão pertence à Þórr.
  • 25/3* Læraðr parece ser outro nome de Yggdrasill.
  • 29/7* Ponte dos Deuses. É outro nome de Bifröst.
  • 37/6* Significa "Ferro Gelado".
  • 40/2* Jörð é a Terra.
  • 42/6* Essa passagem parece indicar (embora muito confusa) que os Deuses não estavam vendo o sofrimento de Óðinn até que Agnarr (ou seus homens?) retirou os caldeirões que estavam na frente do fogo abrindo a vista para os Deuses.
  • 44/6* É outro nome de Bifröst.
  • 4 /7* Essa passagem também pode ser traduzida assim"apenas um nome nunca fui chamado, desde que eu apostei a guerra."

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Ruby