30 de novembro de 2022

Onça da Mão Torta

 ۞ ADM Sleipnir

Arte de Marcos Muller (para o Estadão)

A Onça da Mão Torta (ou Onça da Pata Torta) é uma criatura pertencente ao folclore goiano, descrita como uma enorme onça encantada, com manchas escuras pelo corpo e com uma das suas patas dianteiras tortas. Dizem que ela não pode ser ferida por balas, as quais alguns dizem que atravessam seu corpo sem lhe causar nenhum dano, enquanto outros afirmam que elas não conseguem sequer penetrar sua pele, sendo ricocheteadas ao atingí-la.

Segundo o folclore, essa criatura é na verdade a alma penada de um perverso vaqueiro que viveu há muito tempo na região e que cometeu diversos crimes durante sua vida, como roubos, assassinatos e abusos contra mulheres. Dizem que logo após sua morte, a Onça da Mão Torta começou a aparecer nas matas próximas, e por isso, acredita-se que ela é a encarnação da alma do vaqueiro. Castigado pelos seus crimes durante sua vida, ele teria sido condenado a vagar errante pelas matas da região.

Arte de Tiago Jacon

fontes:

  • Dicionário do Folclore Brasileiro, de Câmara Cascudo;
  • Abecedário de Personagens do Folclore Brasileiro, de Januária Cristina Alves;



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29 de novembro de 2022

Tarantasio

۞ ADM Sleipnir

Arte de Roman Kuteynikov

Tarantasio é um dragão lendário dito ter aterrorizado os habitantes do antigo lago Gerundo (hoje seco), na Lombardia, Itália, entre os séculos XII e XIII. O lago abrangia os leitos dos rios Adda e Serio, e localizava-se em uma área que hoje pode ser definida como situada entre as províncias de Bergamo, Lodi, Cremona e Milão. Segundo a lenda, o Tarantasio emergia frequentemente das águas, e nessas ocasiões ele destruía embarcações, devorava crianças e exalava um miasma pestilento que provocava febre amarela naqueles que o inalassem. 

Por muito tempo, o Tarantasio dominou a região e espalhou o terror pelos campos, até que encontrou seu fim pelas mãos de Frederico Barbarossa, São Cristóvão ou um membro da nobre família Visconti (as fontes variam). No caso deste último, conta-se que este gesto heróico deu origem ao brasão da família, representando a famosa criatura heráldica Biscione (uma serpente ou dragão azul) devorando uma criança.

Arte de Andrea Cislagh

A lenda do Tarantasio foi amplamente difundida por todo o território milanês, e serviu de inspiração para o escultor Luigi Broggini, que tomou o Tarantasio como modelo para desenhar a imagem do cão de seis patas, primeiramente símbolo da empresa de combustíveis italiana Agip e posteriormente da Eni.

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28 de novembro de 2022

Duphon

۞ ADM Sleipnir

Arte de itsbloogr-art

Duphon é uma criatura pertencente ao folclore francês, descrita como uma grande coruja com chifres, e geralmente retratada portando uma espada ou punhal em suas garras. Dita viver na cidade de Serres, no departamento de Hautes-Alpes, ela guarda uma ruína conhecida como “Trou du Duphon” ou “Buraco do Duphon”. Dizem que o Duphon é uma criatura maliciosa e dada a praticar travessuras, como trançar crinas de cavalos, beliscar jovens mulheres e provocar o caos na comunidade.

Acredita-se que a figura do Duphon foi inspirada no Bufo-real, uma das maiores espécies de coruja existentes na região, sendo provável que seu grande tamanho tenha levado os moradores franceses a criarem um mito sobrenatural em torno de sua presença. 

Bufo-real

fontes:
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25 de novembro de 2022

Chelamma

۞ ADM Sleipnir

Arte de Loreto Diaz, para o cardgame Mitos y Leyendas

Chelamma é uma deusa escorpião hindu adorada na cidade de Kolar, no estado de Karnataka, na Índia. Seus devotos creem que ao rezar em seu santuário, eles são protegidos pela divindade contra picadas de escorpião.

Chelamma é adorada em Kolar juntamente com Kolaramma (uma versão local da deusa Parvati), em um santuário construído há mais de 1000 anos. Nesse santuário, há um antigo hundi (uma espécie de cofre) esculpido no chão, no qual os devotos dessas divindades têm depositado ofertas desde sua fundação, e o mesmo nunca foi aberto. Acredita-se que dentre essas ofertas hajam pedras preciosas e moedas de ouro acumulados há centenas de anos.

Entrada do templo Kolaramma, em Karnataka



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24 de novembro de 2022

Paimon

۞ ADM Sleipnir


Paimon ("sino", também Paymon ou Paimoniaé de acordo com a demonologia um anjo caído, anteriormente pertencente à ordem das dominações e agora ranqueado como um grande rei do inferno, possuindo duzentas legiões de demônios sob o seu comando, sendo metades deles oriundos da ordem dos anjos, e a outra da ordem das Potestades . De acordo com a Goetia, ele é o 9º dentre os 72 espíritos de Salomão. Dentre os reis infernais, ele é descrito como sendo o mais obediente e fiel à Lúcifer.

Quando invocado, Paimon aparece diante de seu invocador sob a forma de um homem com um rosto feminino, sentado sobre um dromedário e usando uma gloriosa coroa. Ele é acompanhado por um séquito de espíritos semelhantes à homens, tocando trombetas, címbalos e outros instrumentos musicais. Ele possui uma voz estridente e poderosa, e fala com tamanha profusão de palavras que seu invocador não consegue compreende-lo a menos que possa compeli-lo a obedecê-lo. Ao chamá-lo, o invocador deve olhar para o noroeste. 

Se Paimon for invocado por meio de sacrifícios ou libações, ele pode aparecer acompanhado por dois reis infernais chamados Labal (ou Beball) e Abalim (ou Abalame também por outros espíritos da ordem de Potestades, juntamente com 25 legiões. E os espíritos que lhe são sujeitos não estão sempre com ele a menos que o seu invocador os obrigue a isto.

Paimon pode ensinar ao seu invocador todas as artes e ciências. Ele também pode responder à qualquer pergunta que lhe seja feita, assim como revelar segredos. À comando do seu invocador, Paimon pode subjugar pessoas e submetê-las ao mesmo. Ainda, ele dá dignidades as pessoas e as confirma, assim como bons espíritos familiares.

Selo nº1 de Paimon

Selo nº2 de Paimon

Cultura Popular
    • Assim como outros espíritos goetianos, Paimon aparece na franquia de jogos Shin Megami Tensei. Ele também aparece nos jogos Final Fantasy XI online e Puzzle & Dragons;
    • Em Tome of Magic: Pact, Shadow and True Name Magic, suplemento de Dungeons & Dragons lançado em 2006, Paimon aparece como um "vestígio" com o qual os personagens podem fazer um pacto em troca de poder;
    • Paimon aparece como uma criatura invocada em Rising Force Online;
    • Paimon é o antagonista da web-série Helluva Boss, um spin-off ambientado no mesmo universo de Hazbin Hotel;
    • Em Genshin Impact, Paimon é um NPC que acompanha o Viajante durante sua aventura em Teyvat como seu guia;
    • No mangá e anime Magi: The Labirynth of Magic, Paimon é um dos Djinns pertencentes ao personagem Hakuei Ren;
    • No mangá e anime Mairimashita! Iruma-kun, Paimon é uma heroína demoníaca integrante do grupo 13 Coroas. Ela é conhecida como a Senhora das Fadas;
    • No card game Future Card Buddyfight, há um card de monstro chamado Fallen Angel, Paimon;
    • Paimon também  figura na trilogia literária Forsaken Comedy, de Kevin Kauffmann.
    • No filme Hereditário (2018), Paimon é adorado em um culto secreto liderado por Ellen Leigh, que busca obter um corpo dentro de sua linhagem familiar para hospedá-lo. Um spin-off deste filme, chamado Paimon (2019) mergulha mais a fundo na história de Paimon;
    • Paimon é o nome usado por Paulo Rocha, vocalista da banda A Última Theoria, em seu trabalho solo como rapper;



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    23 de novembro de 2022

    Curinqueãs

     ۞ ADM Sleipnir

    Arte de Douglas Nogueira @oreticolo

    Os Curinqueãs (também grafados Curinqueans ou Curiguerês) são uma mítica tribo de índios fabulosos e gigantescos, relatada pela primeira vez durante uma das viagens do explorador português Pedro Teixeira, por volta de 1639, e posteriormente documentada pelo padre português Simão de Vasconcelos, em torno do ano de 1663. 

    Provavelmente fruto de uma representação enviesada, os Curinqueãs foram descritos como sendo verdadeiros colossos humanos, possuindo cerca de quase quatro metros de altura. Eles caminhavam desnudos e exibiam vistosos adornos de ouro nas orelhas, no nariz e nos beiços. Dentre os povos míticos documentados por Simão de Vasconcelos, os Curinqueãs foram referidos por ele como sendo respeitados por todos eles. 

    fontes:





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    22 de novembro de 2022

    Kosamebō

    ۞ ADM Sleipnir

    Kosamebō (japonês 小雨 坊 ou こさめぼう, "monge da chuva leve") é um yokai do folclore japonês, descrito como tendo a aparência de um monge budista e dito assombrar estradas desertas de montanhas, em particular durante noites onde chuvas fracas ocorrem (daí o seu nome). Nessas ocasiões, o Kosamebō aborda viajantes e implora que estes lhe dêem alguma esmola, que pode ser tanto dinheiro ou algum alimento para comer. Embora assustador e um pouco irritante em sua abordagem, este yokai não representa nenhum perigo real para os humanos.

    Kosamebō é um dos yokais ilustrados no livro Konjaku Hyakki Shūi (今昔百鬼拾遺, "Apêndice aos Cem Demônios do Presente e do Passado"), de Toriyama Sekien, o 3º de sua tetralogia. Nele, Sekien o descreve como aparecendo nas estradas que passam pelos montes Omine e Katsuragi, duas montanhas sagradas na província de Nara que têm trilhas de peregrinação populares. Eles também fazem parte do folclore local da região de Tsugaru, na prefeitura de Aomori.


    fonte:


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    21 de novembro de 2022

    Euríbia

    ۞ ADM Sleipnir

    Arte de Judith Gastell

    Euríbia
    (em grego: Εὐρυβία ou Εὐρυβίη, "grande força") é na mitologia grega uma deusa marinha primordial, que presidia as forças externas que influenciam os mares, 
    como os ventos, a ascensão das constelações e o clima sazonal. Filha de Pontos e Gaia e consorte do titã Crio, Euríbia foi mãe dos titãs da segunda geração Astreu, Palas e Perses, e avó de várias divindades com poderes sobre o mar. Estes incluíram os Anemoi (os ventos),  os Astra Planeta (estrelas), Hécate (deusa da bruxaria), Selene (a lua), Nike (Vitória), Bia (Força), Kratos (Poder) e Zelo (Rivalidade). 

    Hesíodo em sua Teogonia oferece uma característica singular sobre Euríbia, citando que ela possuía um "coração de pedra" dentro dela. Isso pode indicar que ela era uma divindade insensível e alheia aos assuntos mundanos, mas como ela não possui participações nos mitos, não há como atestar isso.




    fonte:



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    18 de novembro de 2022

    Uoke

    ۞ ADM Sleipnir

    Uoke é uma divindade tectônica e destruidora pertencente à mitologia da ilha Rapa Nui no Pacífico Sul, mais conhecida como a ilha de Páscoa. Segundo as lendas, ele é o responsável pela atual geografia da ilha.

    De acordo com o mito, o que hoje é a ilha de Rapa Nui foi em tempos remotos apenas uma parte de um continente chamado Puku-Puhipuhi, que era tão grande quanto o atual continente americano. Tudo ia em paz até que um dia surgiu Uoke, o devastador, cuja diversão era levantar e afundar grandes massas de terra no mar usando uma gigantesca alavanca. Com ela, Uoke golpeava a extremidade de Puku-Puhipuhi onde Rapa Nui estava localizada, deixando-a quase que totalmente submersa enquanto a outra extremidade atingia sua altura máxima, acima da linha do mar. Uoke repetiu por vezes sua travessura (que segundo uma versão do mito, era no intuito de destruir a criação de Makemake, a quem invejava) até que um dia sua alavanca não suportou o peso e se partiu ao meio.

    Sem sua alavanca, Uoke não pode continuar com seu jogo e foi embora da região, para nunca mais aparecer. Quanto a geografia da região, Rapa Nui, que no momento em que a alavanca de Uoke se partiu estava submersa, tornou-se uma pequena ilha na qual apenas os cumes das montanhas permaneceram emergidos do oceano. Já o resto do continente Puku-Puhipuhi permaneceu acima da linha d' água, sendo assimilado ao que hoje é a América do Sul.

    Arte de Lukas Bravo



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    17 de novembro de 2022

    Sitri

     ۞ ADM Sleipnir

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    Sitri (também Sytry, Bitru) é de acordo com a demonologia um grande príncipe do inferno, possuindo sessenta legiões de demônios sob o seu comando. De acordo com a Goetia, ele é o 12º dentre os 72 espíritos de Salomão. 

    Quando invocado, Sitri aparece diante de seu invocador sob a forma de um homem com cabeça de leopardo e asas de grifo, assumindo a aparência de um homem bonito caso seja comandado a fazê-lo. 


    Sitri é um espírito associado à carnalidade e à luxúria. Ele possui a capacidade de inflamar homens e mulheres fazendo com que sejam preenchidos de amor e desejo sexual. Se ordenado, ele também influencia as pessoas a exporem seus corpos nus. 

    Selo de Sitri

    Cultura Popular
    • Assim como outros espíritos goetianos, Sitri aparece na franquia de jogos Shin Megami Tensei;
    • No anime e mangá High School DxD, o clã Sitri é um dos 32 clãs Diabólicos restantes dos 72 Pilares, sendo um dos mais famosos e dos de mais alto escalão. Seu líder atual é Sona Sitri;
    • Em Makai Ouji: Devils and Realist, Sytry é o 12º pilar de Salomão, um visconde e Príncipe do Inferno, e reina sobre 60 exércitos do Inferno. Ele é um candidato indicado para suceder ao trono por seu tio, Baalberith. Enquanto disfarçado, ele é referido como "Sytry Cartwright" e é tratado como uma princesa na Escola Stratford por causa de sua beleza.
    • No anime e mangá Fairy Tail, a personagem Mirajane Strauss possui uma magia chamada Satan Soul: Sitri, que a permite assumir o aspecto, habilidades e poderes deste demônio.




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    16 de novembro de 2022

    Guaraci

    ۞ ADM Sleipnir

    Arte de Samuel Marcelino

    Guaraci (do Tupi kûarasý, "sol"; também chamado Quaraci ou Coaraci) é o deus sol pertencente à mitologia tupi-guarani. Dito ser filho/criação de Tupã, Guaraci o teria ajudado na criação de todos os seres vivos, sendo posteriormente responsável por cuidar e zelar por eles todos os dias. Guaraci cumpria seu ofício diariamente sem descanso, até que um dia não aguentou mais ficar acordado e teve que dormir. Tão logo fechou seus olhos, o mundo foi envolvido numa completa escuridão.

    Guaraci e Jaci

    Para resolver o problema, Tupã (ou o próprio Guaraci, segundo outra versão) criou Jaci, a lua, para que esta iluminasse o mundo enquanto Guaraci descansava. Jaci era tão bela que, tão logo Guaraci despertou e a viu pela primeira vez, se apaixonou por ela. Porém, sempre que ele abria seus olhos, tudo voltava a ser iluminado por sua luz, e Jaci, tendo sua missão cumprida, partia para o seu repouso, de forma que os dois jamais podiam ficar juntos. Guaraci então pediu para Tupã criar (ou ele mesmo criou) Rudá, o amor, que atuaria como o seu mensageiro. O amor não conhecia a luz nem a escuridão, unindo assim Guaraci e Jaci ao amanhecer. Além disso, Guaraci criou as estrelas, para que estas fizessem companhia à Jaci enquanto ele dorme.

    Arte de Carolina Kushidonti

    Um outro mito narra de uma forma diferente a forma como Guaraci e Jaci se conheceram. Um dia, Jaci estava vagando pela floresta Amazônica, quando viu Guaraci. Ele era um belo guerreiro, cujos olhos eram de fogo, e sua pele dourada emitia uma energia radiante. No momento em que Guaraci pôs o olhar em Jaci, ele se apaixonou por sua beleza prateada e por sua timidez.

    Conforme os dois declaravam seu amor um pelo outro, Guaraci queimava com tal paixão e intensidade que ele percebeu que estava colocando fogo na Terra. Ao mesmo tempo, Jaci estava tão dominada pelo amor por Guaraci que chorava lagrimas de felicidade, que quase inundavam a Terra. Percebendo que eram incapazes de controlarem suas emoções, Guaraci e Jaci decidiram ser perigoso demais para eles ficarem juntos e, relutantemente, concordaram nunca se encontrarem no mesmo local novamente. Guaraci logo esqueceu-se de Jaci, que se certificou de nunca aparecer antes que Guaraci fosse dormir. No entanto, Jaci ficou tão inconsolável que ela chora todas as noites e suas lágrimas escorrem sobre as folhas das árvores, formando poças no chão da floresta que descem pelas montanhas, assim criando o grande Rio Amazonas.
    O mito do Eclipse Lunar

    Guaraci e Jaci estão presentes no mito de Charía, a Onça Celeste (veja o mito completo clicando em seu nome) a qual dizem sempre persegui-los. Um eclipse lunar representa Jaci sendo devorada por Charía, enquanto a Lua cheia representa o renascimento de Jaci pelas mãos de Guaraci.

    Arte de Juliana Marchiori



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    15 de novembro de 2022

    Dispensadores Mágicos

    ۞ ADM Sleipnir

    Alegoria de Fortuna, 1658-1659 de Salvator Rosa

    Um dispensador mágico é simplesmente um item encantado, geralmente presenteado pelos deuses à algum mortal, e que possui a capacidade de lhe prover alguma coisa de forma abundante ou mesmo infinita. Nesse post, trago os principais dispensadores mágicos presentes nas mitologias e folclores pelo mundo.

    Cornucópia (Mitologia Greco-Romana)

    A Cornucópia é um símbolo relacionado a fertilidade, riqueza e abundância. Na mitologia greco-romana era representada por um cesto em forma de chifre, com uma abundância de frutas e flores (algumas representações trazem moedas) se derramando dela. Um mito associa sua criação ao episódio em que a ninfa Amaltéia alimentou Zeus com leite de cabra. Em retribuição a esse favor, Zeus ofertou-lhe um chifre desse animal, que tinha o poder de dar à pessoa que o possuísse tudo o que quisesse. Segundo outro mito, a cornucópia foi criada quando Héracles lutou com o deus do rio Aqueloo e arrancou um de seus chifres.

    A cornucópia tornou-se atributo de várias divindades gregas e romanas, particularmente aquelas associadas à colheita, prosperidade ou abundância espiritual, como personificações da Terra (Gaia ou Terra), o menino Pluto, deus das riquezas e filho da deusa dos grãos Deméter, a ninfa Maia e Fortuna, a deusa da sorte, que tinha o poder de conceder prosperidade. No culto imperial romano, divindades romanas abstratas que promoviam a paz e a prosperidade também eram representadas com uma cornucópia, incluindo Abundantia, a abundância personificada, e Annona, deusa do suprimento de grãos para a cidade de Roma.

    Sampo (Mitologia Finlandesa)

    Na mitologia finlandesa, o Sampo (também conhecido como Sammas ou Kirjokansi) era um artefato mágico construído pelo ferreiro mitológico Ilmarinen. Sua natureza é indeterminada: já foi descrito como um "pilar ou árvore do mundo", uma bússola ou astrolábio, um baú contendo um tesouro, uma moeda bizantina, um escudo decorado da era de Vendel, uma relíquia cristã, entre outros. O que se sabe ao certo é que o Sampo trazia riquezas e boa sorte para o seu titular.

    Segundo a mitologia, quando o Sampo foi roubado, a terra natal de Ilmarinen passou por tempos difíceis, obrigando-o a enviar uma expedição na tentativa de recuperá-lo. Na batalha que se seguiu, o artefato acabou sendo destruído e se perdendo no mar.

    Akshaya Patra (Mitologia Hindu)

    O Akshaya Patra (sânscrito: अक्षयपात्र, "vaso inesgotável") é um vaso mágico presente na mitologia hindu, dado de presente pelo deus solar Surya à Yudishtira. Esse vaso era capaz de fornecer um suprimento diário de alimentos para ele e seus irmãos Pandavas, além de sua esposa Draupadi. Aliás, assim que Draupadi terminava de se alimentar, o vaso parava de produzir alimentos, tornando a fazê-lo somente no dia seguinte.


    Draupnir (Mitologia Nórdica)

    Draupnir (em nórdico antigo "o gotejador") é um um anel de ouro mágico oriundo da mitologia nórdica. Pertencente ao deus Odin, ele possui a capacidade de multiplicar-se de nove em nove noites, gerando oito novos anéis que possuem o mesmo tamanho e peso do original, embora não tenham a mesma habilidade do mesmo.



    Cabresto de Clydno Eiddyn (Folclore inglês)

    Um dos chamados Treze Tesouros da Grã-Bretanha, esse cabresto mágico pertenceu Clydno Eiddyn, governante de um distrito chamado Eidyn, localizado ao redor da moderna Edimburgo, no século VI. Segundo a lenda, ele era capaz de domar qualquer cavalo do reino, e qualquer cavalo que seu portador desejasse à noite, apareceria atrelado ao cabresto pela manhã.

    A Louça de Rhygenydd Ysgolhaig (Folclore inglês)

    Outro dos itens pertencentes aos chamados Treze Tesouros da Grã-Bretanha, a Louça de Rhegynydd Ysgolhaig eram uma cuba e pratos capazes de produzir os banquetes mais maravilhosos, bastando que o seu possuidor desejasse qualquer alimento que quisesse. Tão logo ele o fizesse, elas se enchiam com o alimento. 

    Skatert-Samobranka (Folclore Russo)

    Skatert-Samobranka ("Toalha de Mesa Mágica"), é uma toalha de mesa milagrosa oriunda do folclore russo. Uma vez forrando-a e pronunciando-se algumas palavras mágicas (as quais infelizmente não consegui encontrar), comida e bebida surgiram em abundância sobre ela. Conta-se também que após a refeição, ao enrolar pratos e talheres sujos nela, além das migalhas e sobras que não foram consumidas, a Skatert-Samobranka faz com que estes desapareçam.

    Akshaya Tunir (Mitologia Hindu)

    A Akshaya Tunir é a aljava mágica pertencente ao herói hindu Arjuna, a qual lhe fornecia um estoque de flechas que nunca se esgotavam. Combinada com o arco Gandiva, tornava Arjuna um dos mais formidáveis arqueiros da mitologia.

    Coire Acseasc (Mitologia Celta-Irlandesa)

    Coire Acseasc era o caldeirão mágico pertencente ao deus Dagda, e um dos Quatro Tesouros dos Tuatha Dé Danann. Ele possuía o dom de satisfazer o apetite de qualquer pessoa que fosse considerada digna. Também era capaz de curar completamente aqueles que fossem colocados dentro dele, inclusive sendo capaz de trazer os mortos de volta a vida.

    Arte de Feig



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    Ruby