30 de setembro de 2022

Bálios & Xantos

۞ ADM Sleipnir

"Automedonte com os Cavalos de Aquiles", pintura de Henri Regnault

Bálios (grego Βαλιος, "malhado" ou "manchado") e Xantos (grego Ξανθος, "baio") são dois cavalos imortais presentes na mitologia grega, filhos do deus Zéfiro (personificação do vento oeste) com a harpia Podarge. Os dois foram dados por Poseidon à Peleu, rei de Ftia, como presente por seu casamento com a nereida Tétis. Mais tarde, Peleu os presentearia a seu filho, Aquilese eles puxariam sua carruagem durante a Guerra de Tróia.

O companheiro de armas de Aquiles, Pátroclo, costumava alimentar e cuidar desses cavalos. Na Ilíada, conta-se que quando Pátroclo foi morto em batalha, Bálios e Xantos ficaram imóveis no campo de batalha e choraram por ele. Ainda na Ilíada (cap.17.474-8Automedonte, cocheiro de Aquiles, afirma que apenas Pátroclo foi capaz de controlar totalmente esses cavalos. Quando Xantos foi repreendido pelo aflito Aquiles por permitir que Pátroclo fosse morto, a deusa Hera concedeu a Xantos o dom da fala humana, permitindo que o cavalo dissesse que um deus havia matado Pátroclo e que um deus logo mataria Aquiles também. Depois disso, as Erínias emudeceram o cavalo.





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29 de setembro de 2022

Seere

 ۞ ADM Sleipnir

Arte de Daniel Kamarudin

Seere (também Seir, Seire ou Sear)  é de acordo com a demonologia um poderoso príncipe do inferno, possuindo vinte e seis legiões de demônios sob o seu comando. De acordo com a Goetia, ele é o 70º dentre os 72 espíritos de Salomão. 

Quando invocado, Seere aparece como um homem belo montado em um cavalo alado. Disposto a fazer o que seu invocador pedir, Seere traz abundância de coisas rapidamente. Ele é o melhor em encontrar tesouros perdidos e descobrir roubos. Seere possui ainda a capacidade de viajar para qualquer lugar do planeta em apenas alguns segundos. 

Seere é dito ser um demônio de boa natureza.

Selo nº1 de Seere

Selo nº2 de Seere

Cultura Popular
  • Assim como outros espíritos goetianos, Seere aparece na franquia de jogos Shin Megami Tensei, aparecendo também em Final Fantasy XI online;
  • Na light novel, anime e mangá Shakugan no Shana, Seere Habichtsburg é um membro do exército Flame Haze, e detentor do título "Marionetista de Habilidades Diabólicas";
  • No mangá de comédia Akuma no Mama, Seere é invocado por uma estudante do ensino fundamental chamada Sakura, cujo único pedido é que ele se torne sua mãe.
Arte de DaveyBaker





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28 de setembro de 2022

O Fantasma do Barão de Escada

 ۞ ADM Sleipnir

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

O Fantasma do Barão de Escada é, segundo uma lenda presente no estado de Pernambuco, uma assombração dita perambular por todo o estado coberta por um lençol manchado de sangue. A identidade do fantasma é atribuída à Belmiro (ou Belmino) da Silveira Lins (04 de setembro de 1827- Pernambuco, 27 de junho de 1880), político e militar brasileiro, assassinado durante uma campanha política na cidade de Vitória de Santo Antão, Pernambuco, um conflito conhecido como a Hecatombe de Vitória

Na época, Belmiro era tenente-coronel da Guarda Nacional. Barão de Escada era um título o qual ele foi o primeiro e único a obter, e faz referência à cidade pernambucana de Escada, de onde sua família paterna era natural.

fontes:




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27 de setembro de 2022

Cliodhna

۞ ADM Sleipnir


Cliodhna (Clídna, Clionadh, Clíodna, Cliona) é uma deusa da mitologia irlandesa, considerada em alguns mitos uma deusa do amor e da beleza. Ela é a padroeira do condado de Cork, ao sul da província de Munster, onde é chamada de "Rainha das Fadas" ou "Rainha das Banshees".
 
Cliodhna era a filha mais velha de Gebann, o druida chefe da corte de Manannán mac Lir (ou segundo algumas fontes, era filha do próprio Manannán) e vivia em Tír na nÓg, uma das ilhas do Outro Mundo irlandês. Ela morava em um palácio de cristal onde tinha a companhia de três pássaros mágicos e coloridos, os quais dizem que a canção era tão doce que acalmava todos que a ouvissem, além de curar suas enfermidades. 



Algumas fontes relatam que Cliodhna às vezes ficava entediada, então assumia a forma humana e com sua beleza, seduzia os homens e os atraía para a costa do mar, onde muitas vezes acabavam se afogando e encontrando a morte. Essa história supostamente deu origem à antiga superstição irlandesa de que é desafortunado ver uma mulher antes de partir para o mar. 

Rivalidade com Aibell

Aibell era o espírito guardião da tribo gaélica dos dalcassianos, e governante de uma colina de fadas ao norte de Munster. Dizem que Cliodhna rivalizava com ela de alguma forma, e em um conto, ela acaba transformando Aibell em um gato branco

O amor proibido de Cliodhna e Ciabhan

Ciabhán dos Cabelos Encaracolados era um ex-guerreiro da tribo fianna (grupo de guerreiros mercenários que viviam a margem da sociedade, liderados por Fionn mac Cumhaill). Após ser expulso do grupo por possuir um comportamento imoral perante as mulheres, Ciabhán embarcou rumo a terras distantes, e durante a viagem sua embarcação foi pega em uma terrível tempestade. Um misterioso cavaleiro montando um cavalo cinza o resgata e o leva em segurança para Tír na nÓg. 

Enquanto estava na ilha, Ciabhán acaba conhecendo Cliodhna e os dois se apaixonam perdidamente. Ciabhán decide deixar  Tír na nÓg e retornar de barco para a Irlanda trazendo Cliodhna com ele e assim ele o faz. Ao chegar no porto de Glandore, Ciabhán avista um veado e decide descer do barco para caçá-lo, deixando Cliodhna dormindo. A partir desse ponto, há uma variedade de versões; em uma delas, Manannán mac Lir comanda as marés fazendo com que o barco onde Cliodhna dormia fosse levado de volta a Tír na nÓg, separando o casal para sempre. Em outra, uma onda atingiu o barco e acabou afogando Cliodhna. De acordo com o Dindshenchas, um importante livro irlandês que conta a ‘história dos lugares’ e assim a conexão de todos os mitos com a geografia da Irlanda, essa onda recebeu o nome de Tonn Chlíodhna ("Onda de Clíodhna") após o ocorrido. 


A Pedra de Blarney

A Pedra de Blarney (em irlandês: Cloch na Blarnan), também conhecida como a Pedra da Eloquência, é um bloco de pedra calcária carbonífera colocada em meio à ameia do Castelo de Blarney, na localidade de mesmo nome, a aproximadamente 8 quilômetros (5 mi) de Cork, na Irlanda. De acordo com uma lenda, beijar essa pedra faz com que a pessoa receba a capacidade de falar e expressar-se com desenvoltura. Existem várias lendas acerca dessa pedra, e uma delas envolve Cliodhna.

Cormac Lidir MacCarthy, construtor do castelo de Blarney, no século XV registrou que pediu à Cliodhna ajuda em uma questão judicial e ela teria dito à ele para beijar pela manhã a primeira pedra que encontrasse; assim ele obteve a eloquência necessária para conquistar o que precisava na justiça. Posteriormente MacCarthy incorporou a pedra ao parapeito do castelo.

Pessoas visitando o Castelo de Blarney para beijar a pedra

Rainha das Fadas, Bruxa, Banshee e Sereia

Após a conversão da Irlanda ao cristianismo, Cliodhna, assim como outras divindades, foi rebaixada. Dependendo da região, a forma de Cliodhna muda como as estações, mas a maioria a retrata de uma forma imprevisível e assustadora. No folclore de Cork, ela pode ser vista como uma rainha das fadas, uma bruxa, uma banshee ou ainda uma sereia.

Como uma rainha das fadas, Cliodhna é dita viver com elas em Cork, sob uma grande rocha chamada Carrigcleena. Segundo uma história contada por um residente de Cork, certa vez Cliodhna deu a um homem uma vaca vermelha que proveu a ele e sua família por décadas, até que um dia sua esposa maltratou a vaca e a mesma desceu até entrar em um lago e desaparecer para sempre. 

Cliodhna se transforma em uma banshee sempre que um membro de uma das antigas famílias de Munster morre. Ela surge do lago Cluthmhar e canta alto o suficiente para causar arrepios na espinha dos moradores. Dizem também que antes de um evento trágico, Cliodhna surge do lago e se senta sobre sua rocha, onde chora e canta enquanto olha para o mar. Alguns habitantes afirmam já terem visto Cliodhna sentada em sua rocha.


Em muitos contos, a rainha das fadas celtas pode ser uma sedutora de homens. Em um deles, ela enfeitiçou o rei Ímar Ua Donnubáin (também chamado Ivor O'Donovan) apenas para atraí-lo para o Outro Mundo para ficar com ela para sempre. 

Como uma bruxa, de acordo com locais de Cork, Cliodhna agarra homens de seu gosto e os arrasta para dentro da terra através de Carrigcleena. Dizem que se você bater na rocha três vezes e disser “Open Sea Sake”, ela sairá e o sequestrará. Um conto fala de uma boa bruxa local que salvou um homem das garras de Cliodhna, ameaçando usar sua varinha para “mandá-la de volta ao mar”. Além disso, sua aparição em vários corpos de água em Cork aludem às origens de sua forma de sereia.

Associação com as famílias de Munster

Cliodhna é especialmente associada às antigas famílias irlandesas de Munster. Ela tem sido associada às terras que haviam sido o território dos O'Donovans e O'Collins durante seu período de influência (373 d.C. a 977 d.C.) e mais tarde foi associada ao território que foi pertencente aos MacCarthys e FitzGeralds .

O Reino MacCarthy de Desmond escolheu Cliodhna como sua fada, assim como a dinastia dos O'Keeffes e FitzGerald, com quem ela teria tido casos amorosos. Cliodhna aparece no nome de um O'Leary de linhagem medieval, como Conor Cliodhna ou "Conor de Cliodhna".

Cultura Popular

Cliodhna é uma das divindades presentes no MOBA Smite.


fontes:


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26 de setembro de 2022

Fossegrim

۞ ADM Sleipnir

Arte de Anastasia Babarkina

Fossegrim ("sinistro da cachoeira", também conhecido somente como Grim, ou  ainda Strömkarl (sueco, "homem do rio"); plural: Fossegrimen) é uma criatura aquática masculina oriunda do folclore escandinavo, considerada um espírito das águas, um troll ou um Nokk (masculino de Nixie). Associado à rios, cachoeiras e moinhos de água, o Fossegrim é conhecido especialmente pelo seu excepcional talento em tocar instrumentos de cordas, em especial o Hardingfele, que se assemelha a um violino. Dizem que sua música possui onze variações, e que a última e melhor delas é tão cativante que até bebês, idosos e objetos inanimados, como xícaras e latas começam a dançar espontaneamente ao ouvi-la. Por isso, tal variação é reservada apenas para ocasiões muito especiais.

Fossegrimem quase sempre são retratados como jovens especialmente belos e nus, embora haja artes e histórias onde apareçam trajando alguma vestimenta.

Arte de Destinyfall

Embora existam lendas que relatem o Fossegrim usando sua música para atrair pessoas (geralmente mulheres e crianças) para lagos ou riachos onde elas acabam se afogando, existem muitas outras indicando que ele é totalmente inofensivo para seu público ouvinte. Inclusive, ele pode ser convencido por alguém a ensiná-lo a tocar como ele, desde que seja-lhe oferecido um tributo bem específico: uma oferta de comida feita em uma quinta-feira à noite e em segredo. Essa comida pode ser uma das duas a seguir: um bode branco (que deve ser jogado com a cabeça virada em uma cachoeira que flui para o norte)  ou  então fenalår (carneiro defumado) roubado do armazém do vizinho quatro quintas-feiras seguidas. 

Se a oferenda for satisfatória, o Fossegrim pegará a mão direita do suplicante e esfregará seus dedos ao longo das cordas do seu Hardingfele, até que todos estejam sangrando. Após essa espécie de ritual, dizem que a pessoa poderá tocar tão bem que "as árvores dançarão e as torrentes de água irão parar". No entanto, se a oferenda não agradar o Fossegrim, ele só ensinará ao suplicante como afinar o violino. Existem rumores de que um punhado de violinistas particularmente famosos fizeram tal acordo com um Fossegrim, como por exemplo Torgeir Augundsson (1801–1872, também conhecido como Myllarguten) e Ole Bull (1810–1880). Esse último possui uma estátua no centro da cidade de Bergen, na Noruega, juntamente a estátua de um Fossegrim tocando uma harpa sob a água caindo abaixo da estátua de Ole.

Estátua de Ole Bull em Bergen

Existem histórias em que um Fossegrim concorda em viver com um humano que se apaixonou por ele, mas muitas dessas histórias terminaram com ele retornando para sua antiga morada, geralmente uma cachoeira ou riacho próximo. Diz-se que o Fossegrim fica desanimado se não tiver contato livre e regular com uma fonte de água.

Arte de LaCroixGrimoire

fontes:



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25 de setembro de 2022

Erdhenne

 ۞ ADM Sleipnir

Erdhenne (alemão, "galinha da terra", alternativamente chamado Coluber domesticus, Erdhühnlein, Erdglucke, Erdglutsch, ou Herdhendl) é um espírito doméstico originário do folclore das regiões alpinas alemãs do Alto Palatinado e da Baviera. Acredita-se que ele seja um espírito protetor, que alerta as pessoas que vivem na casa de um infortúnio iminente.

Na maioria das vezes, o Erdhenne permanece invisível, apenas se comunicando com os habitantes de sua casa cacarejando alto, como se estivesse chamando os filhotes. Dessa forma, o Erdhenne alerta os habitantes dos perigos que os ameaçam ou à casa.  Seu cacarejar pode ser ouvido vindo do solo (daí seu nome), do chão de uma casa ou de um canto escuro da mesma. Algumas lendas afirmam que ele responde a perguntas sobre o perigo quando perguntado diretamente.

Quando não está oculto nas sombras da casa ou sob o solo, o Erdhenne aparece como uma galinha velha, cinzenta, desgrenhada e de pescoço curto. Ao tornar-se visível, o Erdhenne prediz a morte de uma pessoa (geralmente a quem se mostra) dentro de um ano. No entanto, de acordo com outra lenda, se ele cacarejar e bater suas asas nove vezes, o chefe da casa adoecerá mortalmente.

O linguista Johann Andreas Schmeller  (1785 -1852) ridicularizou os mitos envolvendo o Erdhenne em seu trabalho Bayerisches Wörterbuch (Dicionário da Baviera), alegando que os relatos sobre ele foram criados pela interpretação errônea do luar brilhando através das janelas feitas com vidro crown. De acordo com seus escritos, ao passar pelo vidro, a luz criava um halo brilhante com algo escuro no centro, que passou a ser atribuído a presença do espírito.

Arte de Kelly Doren



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24 de setembro de 2022

Beathach Mòr Loch Obha

۞ ADM Sleipnir

Arte de Francisco Badilla

Beathach mòr Loch Obha (também conhecido como Grande Besta do Lago Awe) é uma enorme criatura aquática que de acordo com o folclore escocês habita o lago Awe, localizado nas Terras Altas Escocesas. Sua aparência e natureza são envoltas em mistério, pois segundo as histórias, faz muito tempo desde que essa criatura foi vista nos arredores do lago Awe, de forma que mesmo os moradores mais antigos da região quase nada sabem ou tem a dizer sobre o mesmo.

Dentre os poucos relatos que se tem registro, a Beathach mòr Loch Obha é descrita com sendo semelhante a um cavalo gigante, enquanto outros o descrevem como sendo uma espécie de enguia colossal. Um detalhe que todas as descrições compartilham entre si é que além de possuir grandes proporções, ela possui doze pernas. 

De acordo com o folclorista John G. Campbell (1836–1891) em sua obra póstuma Superstitions of the Highlands and Islands of Scotland, durante o auge do inverno, quando o lago Awe tem suas águas congeladas, é possível ouvir o som da Beathach mòr Loch Obha caminhando sobre elas e quebrando o gelo com seu enorme peso.

Loch Awe, Escócia

fontes:


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23 de setembro de 2022

Kahausibware

 ۞ ADM Sleipnir

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

Kahausibware é uma divindade serpentina feminina oriunda da mitologia de Makira (antes San Cristobal) a maior ilha da província de Makira-Ulawa nas Ilhas Salomão. Ela era uma Hi'ona - uma divindade criadora primitiva que deu vida à humanidade e lhe provia o necessário para a sua sobrevivência (porcos, coqueiros e outras árvores frutíferas). Isso pelo menos até ocorrer um evento que não só introduziria a morte no mundo mas também faria com que ela abandonasse os humanos.

Embora benevolente, Kahausibware não era muito paciente com suas criações, e não tolerava aborrecimentos ou distrações. Um dia, uma mulher (segundo algumas versões do mito, a primeira mulher criada por Kahausibware) pediu que a divindade tomasse conta de seu bebê enquanto ela iria colher frutas. Sob os cuidados de Kahausibware, a criança não parava de gritar e chorar um só minuto. Tanto barulho irritou Kahausibware a ponto dela envolver o bebê e o sufocar. Assim, a morte chegou ao mundo.

Ao retornar da colheita, a mulher flagrou seu bebê morto, com o corpo de Kahausibware ainda parcialmente enrolado em torno dele. A mulher então empunhou um machado, e com ele partiu Kahausibware em pedaços; no entanto, Isso não foi suficiente para matar a divindade, que inclusive tinha poder para se reconstituir. Depois do ocorrido, Kahausibware resolveu abandonar sua criação e partiu para uma ilha distante. Conta-se que enquanto nadava para longe, Kahausibware provocou a mulher dizendo: — Quem irá ajudá-la agora?. Desde então, as coisas nunca mais foram as mesmas.

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

fontes:
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22 de setembro de 2022

Marchosias

۞ ADM Sleipnir

Arte de Caro Casal

Marchosias (também Marchocias ou Marchoias) é de acordo com a demonologia um anjo caído, anteriormente pertencente à ordem das Dominações, e agora ranqueado como um grande e poderoso marquês do inferno, possuindo trinta legiões de demônios sob o seu comando. De acordo com a Goetia, ele é o 35º dentre os 72 espíritos de Salomão. 

Quando invocado, Marchosias aparece primeiramente sob a forma de uma loba com asas de grifo e uma serpente como cauda, além de cuspir fogo de sua boca. Depois, caso ordenado, ele assume uma forma humana.

Arte de PizzaCreed

Além de um espírito honesto e fiel, Marchosias é um excelente lutador quando em sua forma humana, podendo assistir seu invocador em qualquer briga, discussão ou confronto, seja físico ou verbal. Ele também responde verdadeiramente a qualquer pergunta feita a ele.

Selo de Marchosias

Cultura Popular
  • Assim  como outros espíritos goetianos, Marchosias aparece na franquia de jogos Shin Megami Tensei;
  • Marchosias é referenciado repetidamente no filme Baffled! (1973) de Leonard Nimoy;
  • Marchosias aparece na história em quadrinhos B.P.R.D.: The Universal Machine, retratado como um monstruoso demônio vermelho com um rosto lupino;
  • Marchosias aparece na série de quadrinhos de Alan Moore, Promethea, onde ele e Andras são convocados pelo mágico Benny Solomon para matar o personagem-título. Promethea os derrota em uma briga em uma boate. Mais tarde na série, quando Benny Solomon convoca toda a Ars Goetia para atacar Promethea, Marchosias aparece novamente;
  • Na light novel, anime e mangá Shakugan no Shana, Marchosias é um dos Lordes Carmesim, ligado a Margery Daw, afiliada ao Exército Flame Haze. Ele se manifesta através de um grimório e é retratado como sanguinário;
  • Em Tome of Magic: Pact, Shadow, and True Name Magic, suplemento de Dungeons & Dragons de 2006 , Marchosias aparece como um "vestígio" com quem os personagens podem fazer um pacto em troca de poder;
  • Marchosias aparece na história em áudio Doctor Who: Minuet in Hell, como um demônio convocado pelo Hellfire Club;
  • Marchosias é o líder dos daimons no livro Carnival of Souls, de Melissa Marr;
  • Na trilogia de livros Forsaken Comedy, de Kevin Kauffmann, Judas Iscariotes cai no inferno após sua morte e assume o nome de Marchosias. Em sua vida após a morte, ele é um amigo e guardião de Jesus Cristo, que leva o nome de Phenex após sua morte;
  • Na série pulp Rogue Angel, Marchosias enfrenta brevemente Annja Creed no segundo título, Solomon's Jar, antes de ser corporalmente morto pela espada de Joana d'Arc e depois totalmente obliterado com uma explosão de gás;
  • No anime Musaigen no Phantom World, o protagonista Haruhiko aprende a convocar Marchosias para lutar contra os fantasmas. No entanto, inicialmente a invocação ocorre incompleta e Marchosias aparece na forma de um cachorrinho fofo com asas.
Arte de tomoki17






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21 de setembro de 2022

Yaguarãboia

۞ ADM Sleipnir

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

Yaguarãboia é uma criatura quimérica pertencente a mitologia do povo indígena Maraguá,  habitantes da região do rio Abacaxis, no Amazonas. De acordo com o mito, ela era originalmente uma mulher que um dia, após sentir muita fome, não esperou o marido voltar com a caça e saiu ela mesma para caçar. Ela acabou abatendo uma onça, e embora fosse um tabu entre seu povo se alimentar da carne desse animal, sua fome falou mais alto. 

Tendo se alimentado da carne da onça, passou a desejá-la mais e mais e então passou a sair para caçar todos os dias no lugar do marido. Com o tempo, ela ganhou a habilidade de se transformar em um ser híbrido entre mulher e onça, o qual ela fazia sempre que se aproximava da floresta para caçar. Porém, de tanto consumir carne de onça, ela chegou a um ponto onde não foi mais capaz de retornar a sua forma normal, permanecendo como uma mulher-onça para sempre. Depois de um tempo, começou a haver escassez de onças na região, pois a Yaguarãboia se alimentava de todas.

Sua transformação em um monstro não pararia por aí. Certo dia, ao atravessar um iguarapé, ela foi atacada por uma sucuri, e então ela a matou com suas unhas afiadas e com seus dentes. A partir daí, a Yaguarãboia ganhou uma cauda semelhante a uma sucuri, e também a capacidade de viver tanto na terra como na água. O povo maraguá evita a região onde acredita-se que a Yaguarãboia vive, pois crêem que se ela um dia experimentar a carne humana, caçará os homens assim como faz com as onças.

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

fonte:
  • Yamã, Yaguarê. Yaguarãboia, a Mulher Onça. 2012.



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20 de setembro de 2022

Sermilik

۞ ADM Sleipnir

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

Sermilik (groenlandês, "lugar com geleiras") é um enorme e perigoso urso polar presente no folclore de Aasiaat, quinta maior cidade da Groelândia. Embora bastante semelhante a um urso comum em sua aparência, ele pode ser facilmente distinguido deles tanto pelo seu tamanho (sendo enorme tanto em altura quanto em comprimento) como pelo seus pelos muito compridos e cobertos de gelo.

Dito ser encontrado nos mares ao redor de Aasiaat, o Sermilik é um predador astuto, camuflando-se em meio as geleiras e neve à espreita de sua presa, podendo ser tanto animais quanto seres humanos. Há uma crença de que quatro pedaços de gelo na superfície são, na verdade, as quatro patas de um Sermilik, por isso, jovens caçadores são aconselhados a ​nunca remarem perto deles, sob pena de serem atacados e devorados pela criatura.

Arte de @beastpaint

fonte:
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19 de setembro de 2022

Mither of the Sea

 ۞ ADM Sleipnir

Arte de Rodrigo Viany (Sleipnir)

Mither of the Sea (também Sea Mither ou  Mither o' the Sea, "mãe do mar", onde mither é uma variante escocesa de mother, "mãe") é um espírito mítico pertencente ao folclore das ilhas Orkney, um arquipélago localizado ao norte da Escócia. De acordo com o mito, durante cada primavera, ela luta contra seu arqui-inimigo Teran, o espírito do inverno, o qual é capaz de causar severas tempestades e as usa para tentar obter o controle dos mares e do clima. Esse confronto é chamado de Vore tullye ou "luta de primavera". Eventualmente, Mither of the Sea supera Teran e o envia para as profundezas do oceano. 

Durante os meses de verão, Mither of the Sea também confronta e confina o monstruoso Nuckelavee nas profundezas do mesmo. Além disso, ela realiza outros trabalhos benevolentes: ela fornece as criaturas aquáticas a capacidade de se reproduzir; aquece e acalma os mares; e instila uma qualidade de música mais suave à brisa suave do verão. De acordo com o folclorista e residente de Orkney, Walter Traill Dennison, durante o domínio de Mither of the Sea no verão, as condições relatadas pelos ilhéus podem ter "tentado alguém a acreditar que o arquipélago de Orkney havia se tornado as Ilhas dos Abençoados". 

O esforço de Mither of the Sea em manter Teran preso, juntamente com outros atos benevolentes durante o verão gradualmente a esgotam. Com a chegada do outono, Teran aproveita sua fraqueza e tenta retomar o controle, dando início a um novo ciclo de conflitos entre eles, período conhecido como Gore Vellye ("tumulto de outono"). O inverno simboliza o triunfo de Teran sobre Mither of the Sea e a sua retomada do controle do clima. Durante esse tempo, Mither of the Sea é forçada a partir; nenhum detalhe é dado sobre onde ela passa o inverno, mas durante as tempestades causadas por Teran, os pescadores mantém a esperança de que Mither of the Sea retornará revigorada e poderosa na primavera para novamente expulsar Teran e confiná-lo.

Histórias sobre Mither of the Sea e Teran estão entre as lendas mais antigas de Orkney, talvez inventadas para explicar os caprichos do clima e outros eventos naturais.  Os ilhéus de Shetland, particularmente os pescadores, costumam pedir a ela  proteção contra o Diabo.




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Ruby