Arte de Jonathan Higareda |
Huixtocihuatl (ou Uixtocihuatl) era uma deusa asteca da fertilidade e padroeira das águas salgadas. Ela também era a padroeira dos fabricantes de sal e a descobridora do sal em si. Algumas fontes classificam-na como uma esposa do deus Tezcatlipoca.
Iconografia
Huixtocihuatl foi descrita e representada em códices coma face pintada de amarelo, usando brincos de ouro, e uma vestimenta cuja pintura remete à água. Ela carrega em uma das mãos um escudo enfeitado com as penas de vários pássaros e com o desenho de um nenúfar no centro.Na outra, ela empunha um cajado de juncos.
Arte de Teechew |
Associações
Huixtocihuatl era considerada uma deusa provedora juntamente com Chicomecoatl e Chalchiuhtlicue. Juntas, elas forneciam ao homem três elementos essenciais para a vida, respectivamente sal, comida e água.
De acordo com Bernadino de Sahagún em seu Códice Florentino, Huixtocihuatl era a irmã mais velha dos deuses das chuvas astecas, cujo o mais importante deles era Tlaloc. Um dia, Huixtocihuatl zombou de seus irmãos, que irritados, acabaram tentando afogá-la em águas salgadas (outra versão da lenda conta que eles baniram-na para as salinas). Foi durante esse momento que Huixtocihuatl fez a descoberta do sal.
Arte de Ocelotzin |
No Codex Telleriano-Remensis, Huixtocihuatl é associada à deusa Tlazolteotl, que representava sujeira e excremento. Essa associação sugere que Huixtocihuatl provavelmente estava associada à urina, que era vista como salgada e impura. Sua associação com a urina e sujeira não era necessariamente negativa, uma vez que os astecas reconheciam a sujeira e a desordem como um estágio vital nos padrões de crescimento e renovação.
Festival e Sacrifício
Durante o Tecuilhuitontli (sétimo mês do ano asteca), era realizado um festival de dez dias dedicado a Huixtocihuatl. Uma jovem era escolhida para representar a deusa, e ela dançava juntamente com outras mulheres, filhas de produtores de sal. Todas formavam duplas e durante dez dias, elas dançavam e cantavam músicas dedicadas a deusa.
Antes do amanhecer do décimo dia, as jovens que dançaram com a jovem representando Huixtocihuatl, a acompanhavam juntamente com um grupo de escravos (geralmente prisioneiros de guerra) até o templo de Tlaloc. No topo da pirâmide, o sacerdote de Tlaloc sacrificava primeiramente os escravos, e por último a representante de Huixtocihuatl. Ele extraía o seu coração e o colocava em um jarro verde. Após isso, os idosos, os produtores e mercadores de sal concluíam a celebração bebendo pulque.
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