۞ ADM Dama Gótica
Os Sabbaths (lê-se Sabás) são os dias de festividades do ano em que as bruxas comemoram fazendo rituais aos seus deuses e deusas, agradecendo a boa colheita e a prosperidade em suas vidas. Nessas reuniões as bruxas renovam seus poderes, adoram seus deuses e a própria natureza em si.
Ao contrário da imagem que muitas pessoas têm do Sabbath dos Bruxos, eles não constituem uma ocasião em que as Bruxas se reúnem para realizar orgias, lançar encantamentos ou preparar poções misteriosas. A magia raramente é realizada, se é que isso acontece num Sabbath de Bruxos. O Sabbath, infelizmente tem sido confundido também com a "Missa Negra" Satânica ou "Sabbath Negro", sendo esse outro conceito errado que muitas pessoas têm e que é decorrente de séculos de propaganda antipagã da Igreja, do medo, da ignorância e da imaginação excessiva dos escritores desde a Idade Média.
Uma Missa Negra não é um Sabbath de Bruxos, mas uma prática satânica que parodia o principal ritual do Catolicismo e que inclui supostamente o sacrifício de bebês não batizados, orgias sexuais pervertidas e a recitação de trás para frente do "Pai Nosso". Nada disso acontece nos Sabbaths dos Bruxos. Não há sacrifícios (humano ou animal), não há o que chamam de magia negra, não há rituais anticatólicos. Os Sabbaths são apenas datas em que os pagãos celebram a vida e tudo que nela existe, celebram a Natureza, dançam, cantam, deleitam-se com alimentos pagãos e honram as deidades da Religião Antiga (principalmente a Deusa da Fertilidade e Seu Consorte, o Deus). Em certas tradições wiccanas, a Deusa é adorada nos Sabbaths de Primavera e do Verão, enquanto o Deus é homenageado nos Sabbaths do Outono e do Inverno.
A celebração de cada Sabbath é uma experiência espiritual intensa e sublime que permite aos wiccanos permanecerem em equilíbrio harmonioso com as forças da Mãe Natureza.
A Roda do Ano
A cada ano são celebrados pelos Bruxos 8 Sabbaths que se originam nos antigos rituais que celebravam a passagem do ano de acordo com as estações do ano, épocas de colheita e lactação de animais. Os Sabbaths, também conhecidos como a "A Roda do Ano", têm sido celebrados sob formas diferentes por quase todas as culturas no mundo. São conhecidos sob vários nomes e aparecem com freqüência na mitologia.
Os quatro Sabbaths principais correspondem ao antigo ano gaélico e são eles: Imbolc (Candlemas), Beltane, Lammas (Lughnassad) e Samhain. Os quatro menores são: Ostara (Equinócio de Primavera), Litha (Solstício de Verão), Mabon (Equinócio do Outono) e Yule (Solstício de Inverno).
Data dos Sabbaths em cada Hemisfério
Samhain
(1 de Maio no hemisfério sul - 31 de outubro no hemisfério norte)
Yule
O Samhain (significa Final do Verão), também chamado de Halloween, Véspera de Todos os Santos, Festival dos Mortos e Terceiro Festival da Colheita, é o mais importante dos oito Sabbaths dos Bruxos. Como Halloween, é um dos mais conhecidos de todos os Sabbaths fora da comunidade wiccana e o mais mal-interpretado e temido.
Samhain celebra o final do Verão, e é também o antigo Ano Novo celta / druida, o início da estação da cidra, um rito solene e o festival dos mortos. É o momento em que os espíritos dos seres amados e dos amigos já falecidos devem ser honrados. Houve uma época na história em que muitos acreditavam que era a noite em que os mortos retornavam para passear entre os vivos. A noite de Samhain é o momento ideal para fazer contato e receber mensagens do mundo dos espíritos.
A versão cristã do Samhain é o Dia de Todos os Santos (1º de novembro), que foi introduzido pelo Papa Bonifácio IV, no século VII, para substituir o festival pagão. O Dia dos Mortos (que cai a 2 de novembro) é outra adaptação cristã ao antigo Festival dos Mortos. É observado pela Igreja Católica Romana como um dia sagrado de preces pelas almas do purgatório.
Em várias regiões da Inglaterra acredita-se que os fantasmas de todas as pessoas que morreram naquele ano podem ser vistos andando entre as sepulturas à meia-noite de Samhain. Acreditava-se que alguns fantasmas tinham natureza má e, para proteção, faziam lanternas de abóboras com faces horrendas e iluminadas, que eram carregadas como lanternas para afastar os espíritos malévolos. Na Escócia, as tradicionais lanternas Halloween eram esculpidas em nabos.
Um antigo costume de Samhain na Bélgica era o preparo de "Bolos para os Mortos" especiais (bolos ou bolinhos brancos e pequenos). Comia-se um bolo para cada espírito de acordo com a crença de que quanto mais bolos alguém comesse, mais os mortos o abençoariam.
Outro antigo costume de Samhain era acender um fogo no forno de casa, que deveria queimar continuamente até o primeiro dia da Primavera seguinte. Eram também acesas, ao pôr-do-sol, grandes fogueiras no cume dos morros em honra aos antigos deuses e deusas, e para guiar as almas dos mortos aos seus parentes.
Era no Samhain que os celtas marcavam o seu gado e acasalavam as ovelhas para a Primavera seguinte. O excesso da criação era sacrificado às deidades da fertilidade, e queimavam-se efígies de vime de pessoas e cavalos, como oferendas sacrificiais. Diz-se que acender uma vela de cor laranja à meia-noite no Samhain e deixá-la queimar até o nascer do sol traz boa sorte; entretanto, de acordo com uma lenda antiga, a má sorte cairá sobre todo aquele que fizer pão nesse dia ou viajar após o pôr-do-sol.
As artes divinatórias, como a observação de bola de cristal e o jogo de runas, na noite mágica de Samhain, são tradições wiccanas, assim como ficar diante de um espelho e fazer um pedido secreto.
Os alimentos pagãos tradicionais do Sabbath Samhain são maçãs, tortas de abóbora, avelãs, Bolos para os Mortos, milho, sonhos e bolos de amoras silvestres, cerveja, sidra e chás de ervas.
(21 a 23 de Junho (Solstício) no hemisfério sul - 21 a 23 de Dezembro (Solstício) hemisfério norte)
O Yule também conhecido como Natal, Ritual de Inverno, e Alban Arthan, o Sabbath do Solstício do Inverno é a noite mais longa do ano, marcando a época em que os dias começam a crescer, e as horas de escuridão a diminuir. É o festival do renascimento do sol e o tempo de glorificar o Deus. (O aspecto do Deus invocado nesse Sabbath por certas tradições wiccanas é Frey, o deus escandinavo da fertilidade, deidade associada à paz e à prosperidade.) São também celebrados o amor, a união da família e as realizações do ano que passou.
Nesse Sabbath os Bruxos dão adeus à Grande Mãe e bendizem o Deus renascido que governa a "metade escura do ano". Nos tempos antigos, o Solstício do Inverno correspondia à Saturnália romana (17 a 24 de dezembro), a ritos de fertilidade pagãos e a vários ritos de adoração ao sol.
Os costumes modernos que estão associados ao dia cristão do Natal, como a decoração da árvore, o ato de pendurar o visco e o azevinho, queimar a acha de Natal, são belos costumes pagãos que datam da era pré-cristã. (O Natal, que acontece alguns dias após o Solstício de Inverno e que celebra o nascimento espiritual de Jesus Cristo, é realmente a versão cristianizada da antiga festa pagã da época do Natal.)
A queima da acha de Natal (fogueiras) originou-se do antigo costume da fogueira de Natal que era acesa para dar vida e poder ao sol, que, pensava-se, renascia no Solstício do Inverno. Tempos mais tarde, o costume da fogueira ao ar livre foi substituído pela queima dentro de casa de uma acha e por longas velas vermelhas gravadas com esculturas de motivos solares e outros símbolos mágicos. Como o carvalho era considerado a árvore Cósmica da Vida pelos antigos druidas, a acha de Natal é tradicionalmente de carvalho. Algumas tradições wiccanas usam a acha de pinheiro para simbolizar os deuses agonizantes Attis, Dionísio ou Woden. Antigamente as cinzas da acha de Natal eram misturadas à ração das vacas, para auxiliar numa reprodução simbólica, e eram espargidas sobre os campos para assegurar uma nova vida e uma Primavera fértil.
Pendurar visco sobre a porta é uma das tradições favoritas do Natal, repleta de simbolismo pagão, e outro exemplo de como o Cristianismo moderno adaptou vários dos costumes antigos da Religião Antiga dos pagãos. O visco era considerado extremamente mágico pelos druidas, que o chamavam de "árvore Dourada". Eles acreditavam que ela possuía grandes poderes curadores e concedia aos mortais o acesso ao Submundo. Houve um tempo em que se pensava que a planta que é um arbusto parasita com folhas coriáceas sempre verdes e frutos brancos revestidos de cera, era a genitália do grande deus Zeus, cuja árvore sagrada é o carvalho. O significado fálico do visco originou-se da ideia de que seus frutos brancos eram gotas do sêmen divino do Deus em contraste com os frutos vermelhos do azevinho, iguais ao sangue menstrual sagrado da Deusa. A essência doadora de vida que o visco sugere fornece uma substância divina simbólica e um sentido de imortalidade para aqueles que o seguram na época do Natal. Nos tempos antigos, as orgias de êxtase sexual acompanhavam frequentemente os ritos do deus-carvalho; hoje, contudo, o costume de beijar sob o visco é tudo o que restou desse rito.
A tradição relativamente moderna de decorar árvores de Natal é costume que se desenvolveu dos bosques de pinheiro associados à Grande Deusa Mãe. As luzes e os enfeites pendurados na árvore como decoração são, na verdade, símbolos do sol, da lua e das estrelas, como aparecem na árvore Cósmica da Vida. Representam também as almas que já partiram e que são lembradas no final do ano. Os presentes sagrados (que evoluíram para os atuais presentes de Natal) eram também pendurados na árvore como oferendas a várias deidades, como Attis e Dionísio.
Outro exemplo das raízes pagãs das festas de Natal está na moderna personificação do espírito do Natal, conhecido como Santa Claus (o Papai Noel) que foi, em determinada época, o deus pagão do Natal. Para os escandinavos, ele já foi conhecido como o "Cristo na Roda", um antigo título nórdico para o Deus Sol, que renascia na época do Solstício de Inverno.
Colocar bolos nos galhos das macieiras mais velhas do pomar e derramar sidra como uma libação consistiam num antigo costume pagão da época do Natal praticado na Inglaterra e conhecido como "beber à saúde das árvores do pomar". Diz-se que a cidra era um substituto do sangue humano ou animal oferecido nos tempos primitivos como parte de um rito de fertilidade do Solstício do Inverno. Após oferecer um brinde à mais saudável das macieiras e agradecer a ela por produzir frutos, os fazendeiros ordenavam às árvores que continuassem a produzir abundantemente.
Os alimentos pagãos tradicionais do Sabbath do Solstício do Inverno são: o peru assado, nozes, bolos de fruta, bolos redondos de alcaravia, gemada e vinho quente com especiarias.
(30 de Julho no hemisfério sul - 1 de Fevereiro no hemisfério norte)
Ostara
Também conhecido como Imbolc, Oimelc e Dia da Senhora, Candlemas é o Festival do Fogo que celebra a chegada da Primavera. O aspecto invocado da Deusa nesse Sabbath é o de Brígida, a deusa celta do fogo, da sabedoria, da poesia e das fontes sagradas. Ela também é deidade associada à profecia, à divinação e à cura.
Esse Sabbath representa também os novos começos e o crescimento individual, sendo o "afastamento do antigo" simbolizado pela varredura do círculo com uma vassoura, ou vassoura da bruxa, tradicionalmente realizado pela Alta Sacerdotisa do Coven, que usa uma brilhante coroa de 13 velas no topo de sua cabeça.
Na Europa, o Sabbath Candlemas era celebrado nos tempos antigos com uma procissão à luz de archotes para purificar e fertilizar os campos antes da estação do plantio das sementes e para glorificar as várias deidades e os espíritos associados a esse aspecto, agradecendo-lhes.
A versão cristianizada da procissão de Candlemas honra a Virgem Maria e, no México, ela corresponde ao Ano Novo Asteca.
(21 a 23 de Setembro (Equinócio) no hemisfério sul - 21 a 23 de Março (Equinócio) no hemisfério norte)
O Sabbath do Equinócio da Primavera, também conhecido como Sabbath do Equinócio Vernal, Festival das árvores, Alban Eilir, Ostara e Rito de Eostre, é o rito de fertilidade que celebra o nascimento da Primavera e o redespertar da vida na Terra. Nesse dia sagrado, os Bruxos acendem fogueiras novas ao nascer do sol, se rejubilam, tocam sinos e decoram ovos cozidos - um antigo costume pagão associado à Deusa da Fertilidade.
Os ovos, que obviamente são símbolos da fertilidade e da reprodução, eram usados nos antigos ritos da fertilidade. Pintados com vários símbolos mágicos, eram lançados ao fogo ou enterrados como oferendas à Deusa. Em certas partes do mundo pintavam-se os ovos do Equinócio da Primavera de amarelo ou dourado (cores solares sagradas), utilizando-os em rituais para honrar o Deus Sol.
Os aspectos da Deusa invocados nesse Sabbath são Eostre (a deusa saxônica da fertilidade) e Ostara (a deusa alemã da fertilidade). Em algumas tradições wiccanas, as deidades da fertilidade adoradas nesse dia são a Deusa das Plantas e o Senhor das Matas.
Como a maioria dos antigos festivais pagãos, o Equinócio da Primavera foi cristianizado pela Igreja na Páscoa, que celebra a ressurreição de Jesus Cristo. A Páscoa (em inglês "Easter", nome derivado da deidade saxônica da fertilidade, Eostre) só recebeu oficialmente esse nome da Deusa após o fim da Idade Média.
Até hoje, o Domingo de Páscoa é determinado pelo antigo sistema do calendário lunar, que estabelece o dia santo no primeiro domingo após a primeira lua cheia, no ou após o Equinócio da Primavera. (Formalmente isso marca a fase da "gravidez" da Deusa Tríplice, atravessando a estação fértil.) A Páscoa, como quase todas as festividades religiosas cristãs, é enriquecida com inúmeras características, costumes e tradições pagãos, como os ovos de Páscoa e o coelho. Os ovos, como mencionado, eram símbolos antigos de fertilidade oferecidos à deusa dos Pagãos. A lebre era um símbolo de renascimento e ressurreição, sendo animal sagrado para várias deusas lunares, tanto na cultura oriental como na ocidental, incluindo a deusa Ostara, cujo animal era o coelho.
Os alimentos pagãos tradicionais do Sabbath do Equinócio da Primavera são: os ovos cozidos, os bolos de mel, as primeiras frutas da estação em ponche de leite. Na Suécia, os "waffles" eram o prato tradicional da época.
(31 de Outubro no hemisfério sul - 1 de Maio no hemisfério norte)
Também conhecido como Dia 1o de Maio, Dia da Cruz, Rudemas e Walpurgisnacht, o Sabbath Beltane é derivado do antigo Festival Celta do Fogo, que celebrava a união da Deusa ao seu consorte, o Deus, sendo também um festival de fertilidade. Na Religião Antiga, a palavra "fertilidade" significa o desejo de produzir mais nas fazendas e nos campos e não a atividade erótica por si só.
Beltane celebra também o retorno do sol (ou Deus Sol), e é um dos poucos festivais pagãos que sobreviveu da época pré-cristã até hoje e, em sua maior parte, na forma original. É baseado na Floralia, um antigo festival romano dedicado a Flora, a deusa sagrada das flores. Em tempos mais antigos, esse festival era dedicado a Plutão, o senhor romano do Submundo, correspondente do deus Hades da mitologia grega. O primeiro dia de maio era também aquele em que os antigos romanos queimavam olíbano e selo-de-salomão e penduravam guirlandas de flores diante de seus altares em honra aos espíritos guardiães que olhavam e protegiam suas famílias e suas casas.
No dia de Beltane o sol está astrologicamente no signo de Touro, que marca a "morte" do Inverno, o "nascimento" da Primavera e o começo da estação do plantio. Beltane inicia-se, acendendo-se, segundo a tradição, as fogueiras de Beltane ao nascer da lua na véspera de 1º de Maio para iluminar o caminho para o Verão. Realiza-se o ritual do Sabbath em honra à Deusa e ao Deus, seguido da celebração da Natureza, que consiste de banquetes, antigos jogos pagãos, leitura de poesias e canto de canções sagradas. São realizadas várias oferendas aos espíritos elementais, e os membros do Coven dançam de maneira muito alegre, no sentido destrógiro, em torno do Mastro (símbolo fálico da fertilidade). Eles também entrelaçam várias fitas coloridas e brilhantes para simbolizar a união do masculino com o feminino e para celebrar o grande poder fertilizador do Deus. A alegria e o divertimento costumam estender-se até as primeiras horas da manhã, e, ao amanhecer do dia 1o, o orvalho da manhã é coletado das flores e da grama para ser usado em poções místicas de boa sorte.
Os alimentos pagãos tradicionais do Sabbath Beltane são: frutas vermelhas (como cerejas e morangos), saladas de ervas, ponche de vinho rosado ou tinto e bolos redondos de aveia ou cevada, conhecidos como bolos de Beltane. Na época dos antigos Celtas, os bolos de Beltane eram divididos em porções iguais, retirados em lotes e consumidos como parte do rito do Sabbath. Antes da cerimômia, uma porção do bolo era escurecida com carvão, e o infeliz que a retirava era chamado de "bruxo de Beltane", e tornava-se a vítima sacrificial a ser atirada na fogueira ardente.
Nas Terras Altas da Escócia, os bolos de Beltane são usados para adivinhação, sendo atirados pedaços deles na fogueira como oferenda aos espíritos e deidades protetores.
(21 a 23 de Dezembro (Solstício) no hemisfério sul - 21 a 23 de Junho (Solstício) no hemisfério norte)
O Solstício do Verão (ou Meio do Verão, Alban Hefin ou Litha), também conhecido como Dia de São João, na Europa, marca do dia mais longo do ano, quando o Sol está no seu zênite. Para os Bruxos e os Pagãos, esse dia sagrado simboliza o poder do sol, que marca um importante ponto decisivo da Grande Roda Solar do Ano, pois, após o Solstício do Verão, os dias se tornam visivelmente mais curtos.
Em certas tradições wiccanas, o Solstício do Verão simboliza o término do reinado do ano crescente do Deus Carvalho, que é, então, substituído pelo seu sucessor, o Deus Azevinho do ano decrescente. (O Deus Azevinho reinará até o Sabbath do Inverno do Natal, o dia mais curto do ano.)
O Solstício do Verão é uma época tradicional, em que os Bruxos colhem as ervas mágicas para encantamentos e poções, pois acredita-se que o poder inato das ervas é mais forte nesse dia. é o momento ideal para as divinações, os rituais de cura e o corte de varinhas divinas e dos bastões. Todas as formas de magia (especialmente as do amor) são também extremamente potentes na véspera do Solstício do Verão, e acredita-se que aquilo que for sonhado nessa noite se tornará verdade para quem sonhar.
Os alimentos pagãos tradicionais do Sabbath do Solstício do Verão são: vegetais frescos, frutas do verão, pão de centeio integral, cerveja e hidromel.
(2 de Fevereiro no hemisfério sul - 1 de Agosto no hemisfério norte)
Mabon
Conhecido como Lughnasadh, Véspera de Agosto e Primeiro Festival da Colheita, o Sabbath Lammas é o Festival da Colheita. Nesse Sabbath (que marca o início da estação da colheita e é dedicado ao pão), os Bruxos agradecem aos deuses pela colheita com várias oferendas às deidades para assegurar a continuação da fertilidade da terra, e honram o aspecto da fertilidade da união sagrada da Deusa e do Deus.
Lammas era originalmente celebrado pelos antigos sacerdotes Celtas como o festival de Lughnasadh. Nesse dia sagrado, eles realizavam rituais de proteção e homenageavam Lugh, o deus celta do sol. Em outras culturas pré-cristãs, Lammas era celebrado como o festival dos grãos e o dia para cultuar a morte do Rei Sagrado.
A confecção de bonecas de milho (pequenas figuras feitas com palha trançada) é um antigo costume pagão realizado por muitos Bruxos modernos como parte do rito do Sabbath Lammas. As bonecas (ou bebês da colheita, como são chamadas algumas vezes) são colocadas no altar do Sabbath para simbolizar a Deusa Mãe da colheita. é costume, em cada Lammas, fazer (ou comprar) uma nova boneca de milho e queimar a anterior (do ano passado) para dar boa sorte.
Os alimentos pagãos tradicionais do Sabbath Lammas são: pães caseiros (trigo, aveia e, especialmente, milho), bolos de cevada, nozes, cerejas silvestres, maçãs, arroz, cordeiro assado, tortas de cereja, vinho de sabugueiro, cerveja e chá de olmo.
(21 a 23 de Março (Equinócio) no hemisfério sul - 1 a 23 de Setembro (Equinócio) no hemisfério norte)
O Sabbath do Equinócio do Outono (também conhecido como Sabbath de Outono, Mabon e Alban Elfed), é o Segundo Festival da Colheita e a época de celebrar o término da colheita dos grãos que começou em Lammas. Também é a época de agradecer, meditar e fazer uma introspecção.
Nesse dia sagrado, os Bruxos dedicam-se novamente à Arte, sendo realizadas cerimônias de iniciação pela Alta Sacerdotisa e pelos Sacerdotes dos Covens. Muitas tradições wiccanas realizam um rito especial para a descida da deusa Perséfone ao Submundo, como parte da celebração do Equinócio do Outono, de acordo com o mito antigo de Hades e Perséfone.
Os alimentos pagãos tradicionais do Sabbath do Equinócio do Outono são: os produtos do milho e do trigo, pães, nozes, vegetais, maçãs, raízes (cenouras, cebolas, batatas, etc.), cidra e romãs (para abençoar a jornada de Perséfone ao tenebroso reino do Submundo).
Sabbath Negro (Missa Negra)
Arte de David Haire |
Sabbath Negro é uma celebração herege, na qual há um encontro pagão e carnal de bruxos negros, onde dizem as lendas haver até mesmo a participação de demônios em atos de perversão extrema. Seria esse um velho rito pagão dos bruxos anticristão, no qual Satanás é reverenciado e adorado com ritos e cerimônias cristãs pervertidas.
Alguns acreditam que a existência desse ritual macabro é indiscutível durante toda a idade média. Supostamente era celebrado nesse ritual a presença da personificação física de um grande Bode Negro, que trazia o nome de Belzebu ou Leonardo.
O Sabbath Negro teve seu destaque como ritual de paganismo a partir de 1510, quando foi denunciado explicitamente como um crime contra a Igreja. No princípio, era somente uma reunião de pagãos da época, cujas teses e ideologias conflitavam com as da Igreja. Representava uma revolta dos servos, camponeses contra o Deus dos Padres.
O ritual era celebrado, raramente durante o dia e geralmente, em campos perto de algum bosque ou de um lago. E assim como o Sabbath de Bruxos era celebrado nas mudanças de estações.
O mestre dos Bruxos Negros regia a cerimônia macabra. Antes do festim orgíaco, realizava-se uma complexa série de ritos de magia negra, que se completavam com a renúncia pública ao batismo cristão e com o juramento de obediência a Satanás, pisando a cruz de Cristo, como ato simbólico de repulsa. Quando se espalhou a crença no culto demoníaco, toda e qualquer tragédia que assolasse alguma aldeia, era imediatamente atribuída a essas pessoas, no geral antipáticas e anti-sociais.
Para participarem dos Sabbaths, esses indivíduos lambuzavam-se ou ingeriam uma mistura composta de beladona, meimendro, estramônio, mandrágora, nepenta, acóbito, cicuta, ópio e cantáridas. O que lhes favorecia as proezas eróticas. A planta mais usada nos Sabbaths era a mandrágora. Esta planta possui uma substância venenosa, a escopolamina, que ministrada em doses muito pequenas produz um efeito paralisante do sistema nervoso central e gera alucinações. Tudo isso criava o clima mágico e erótico para o Sabbath Negro.
O "Sabbath Negro" é constituindo e comemorado por 5 grandes passos que são:
- A Procissão de Caim
- A ceia dos 21
- A Missa Negra
- O Festim da possessão
- O convênio dos 200 anjos
Hoje, já não se pratica esse ritual, mas uma parte de seu cerimonial permanece presente em certos círculos satanistas. A Missa Negra é um exemplo disso. A Missa Negra é uma versão deturpada da Missa Católica, com o propósito de desprezar a imagem de Deus. Na Missa Negra, o missal católico é lido de trás para frente em latim, ou com maior frequência, com certas partes excluídas, e com substituição de palavras, tais como “Satanás” em lugar de “Deus” e “mal” em lugar de “bem”.
O altar tanto pode ser uma mulher nua ou até mesmo um caixão, e todos os acessórios religiosos incluindo a câmara do ritual, são de cor negra. Os sacerdotes usam mantos negros com capuz. E também é feita uma substituição do vinho consagrado por esperma, sangue menstrual ou urina humana. A hóstia é geralmente um sacramento sagrado que foi roubado de alguma igreja, mas muitas vezes é feita com alguma substância estranha, tal como fezes secas, sangue, cinzas de animais, e pode ser tanto ingerida como esfregada no rosto dos presentes.
O valor desses materiais sacramentais está em serem produtos corporais, que são opostos aos espíritos e como tal, são agradáveis a Satanás, que é uma divindade carnal. A mulher reina na Missa Negra porque ela é quem possui o poder de receber a vontade demoníaca. O centro do rito é efetivamente constituído por uma mulher nua estendida sobre o altar, desempenhando o seu corpo essa função. A posição por vezes mencionada seria, com as pernas afastadas de forma a deixar bem visível suas partes intimas.
Os satanistas realmente creem que através da Missa Negra pode-se agir sobre o cotidiano dos homens, enviando as forças do mal e da destruição para causarem ruína e desgraça sobre qualquer pessoa. Mas muito dessa crendice macabra vem perdendo credito nos tempos atuais.
fontes: